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MAREMOTO ARRASA OCEANO ÍNDICO E SUL DA ÁSIA

Fernando Fernandes

 

Dois maremotos e os mesmos significadores

Impressionante é a comparação entre os mapas do terremoto/maremoto de Lisboa e do fenômeno semelhante que assolou o Oceano Índico em 26 de dezembro de 2004. Nada menos que quatro planetas encontram-se nos mesmos signos:

TERREMOTO DE LISBOA MAREMOTO DO OCEANO ÍNDICO
Plutão em Sagitário Plutão em Sagitário
Plutão regendo a 12 Plutão na cúspide da casa 12
Mercúrio em Sagitário Mercúrio em Sagitário
Urano em Peixes Urano em Peixes
Júpiter em Libra Júpiter em Libra
Júpiter é o planeta mais próximo do Meio-Céu Júpiter é o planeta mais próximo do Meio-Céu

Observam-se ainda as seguintes correlações:

TERREMOTO DE LISBOA MAREMOTO DO OCEANO ÍNDICO

Netuno em Leão
Netuno em Aquário, oposto ao Netuno do terremoto de Lisboa
Saturno em Capricórnio Saturno em Câncer, oposto ao Saturno do terremoto de Lisboa
Lua (significadora de povo) regendo a casa 8 (morte) Lua, significadora de povo, em oposição ao regente da casa 8 (morte)
Vênus na casa 11 Vênus na casa 11

Não se trata de estabelecer nenhum vínculo causal entre os dois fenômenos, mas apenas de evidenciar algumas correlações que vão além da probabilidade estatística. E, entre os fatores relacionados, pelo menos um apresenta, do ponto de vista da Astrologia Mundial, relação direta com maremotos: trata-se de Urano em Peixes, combinação que reúne o planeta das rupturas e agitações bruscas (inclusive no plano geológico) com o signo das profundezas oceânicas. A possibilidade de acontecimentos envolvendo os oceanos já fora, aliás, antecipada na edição de Constelar de março de 2003, totalmente dedicada à entrada de Urano em Peixes:

O revolucionário Urano é insaciável em suas produções, e o reino de Netuno, embora contemporizador, abriga monstros, gigantes aprisionados... esperando... Quando vier Urano, sem piedade, despertar essa incubadora de possibilidades, pode ser que a gente se surpreenda gritando como figurantes de Nacional Kid: "maremoto! maremoto!"

(Valeria Bustamente, em Celacanto Provoca Maremoto - Constelar 57, março de 2003)

Mesmo que Valeria falasse em sentido figurado, eis que a imagem se concretizou de forma bastante literal. Igualmente corretas foram as previsões de Héctor Othon:

Os oceanos podem ser cenários de acontecimentos surpreendentes. Do lado negativo, catástrofes diversas envolvendo a água: chuvas torrenciais, deslizamentos, inundações, ruptura de comunicações; tormentas, ciclones, nevadas, degelos, maremotos, erupções vulcânicas (no mar), movimentação das falhas tectônicas (no mapa) etc.

(Héctor Othon, em Um mundo mais amoroso e sensível - Constelar 57, março de 2003)

Tais previsões sombrias combinam, aliás, com o fecho do artigo de Valeria:

Resta-nos escolher como surfar o maremoto: tentando não perder a vida nem a alma, perdendo uma pra salvar a outra, ou quem sabe desfrutando o fato de que não existe perder ou ganhar.

(Valeria Bustamente, artigo citado)

Outra fonte de informação para compreender por que os oceanos serão mais e mais um foco de atenção e preocupação nos próximos anos é o artigo Sedna, a deusa mutilada, publicada na edição 70 de Constelar (abril de 2004). No artigo, Fernando Fernandes mostra que Sedna, um planetóide recém-descoberto além da órbita de Plutão, ganhou o nome de uma deusa esquimó mutilada e traída que simboliza a iminência do desastre ambiental que ameaça nossos oceanos. O triste mito de Sedna mostra-a como uma mulher que se casou com um cão e foi esfaqueada pelo pai e afogada nas águas geladas do Ártico. Sedna é traída e esquecida pelos homens até que o desequilíbrio e a escassez obrigam a comunidade a promover um ritual de purificação. Entender este antigo mito dos esquimós talvez seja a chance de entender por que as tsunamis estão à solta.

Logo após o terremoto de Lisboa, ondas gigantescas atingiram o porto espanhol de Cádis, saltando sobre a muralha da cidade e provocando grandes inundações. Contudo, no bairro de Viña a exibição do estandarte da Virgem coincidiu com o recuo das águas, o que fez com que a devoção à santa se tornasse muito mais intensa daí em diante.

A ilustração mostra Cádis inundada pelo maremoto de 1755 e protegida por Jesus Nazareno, a Virgem do Rosário e Maria Magdalena.

Atalhos de Constelar 79 - janeiro/2005

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