Silvia Ceres

Para entender 2005 é preciso prestar atenção em alguns aspectos da carta do ingresso solar em Áries (20.3.2005) e também nos eclipses do período, nas retrogradações de planetas e em alguns importantes trânsitos que ocorrerão ao longo do ano, como o ingresso de Saturno em Leão e sua quadratura com Júpiter em Escorpião. O que se segue não são exatamente prognósticos, mas sim uma espécie de comentário sobre as efemérides do período de março de 2005 a março de 2006. Foram publicados originalmente no livro Astrosociología, editado pela Kier em junho de 2004. A autora é uma das organizadoras do congresso anual Gente de Astrologia, em Buenos Aires.

Os eclipses deste período centram sua temática na identidade (Áries - Libra), como no período anterior (2004). Porém, à medida que forem ocorrendo ao longo do ano, o foco de atenção deixa de ser a busca de segurança atrávés do poder e das posses (Touro-Escorpião) para passar a ser uma atitude de autodependência e serviço (Virgem-Peixes).

Mais de um fator sobressai na carta do ano. Um se relaciona com Vênus exaltada em Peixes, em conjunção com o Sol exaltado em Áries e realizando um trígono com a Lua em domicílio no último grau de Câncer; Vênus e Sol também fazem sextil com Marte, igualmente no grau 29 de Capricórnio, seu signo de exaltação. Como costuma acontecer na vida, nenhuma situação é idílica e sempre aparece um elemento que altera a harmonia. Neste caso é Plutão enviando uma quadratura a Vênus e Sol. O período de retrogradação de Vênus se estende de 24 de dezembro a 3 de fevereiro (2006), entre 01º27' de Aquário e 16º01' de Capricórnio.

Um ano com 5 eclipses e dois ingressos de planetas lentos em novos signos: Saturno em Leão e Júpiter em Escorpião. O mapa anual apresenta carência de Terra, elemento associado à praticidade.

Outro ponto que chama a atenção é a dinâmica que se coloca em marcha de imediato, mal o ingresso solar inicia sua vigência. A Lua, às 13h48 do mesmo dia, ingressa em Leão realizando um trígono crescente partil ao Sol. Marte, no dia seguinte, inicia seu trânsito por Aquário. Desta forma, a carta perde cardinalidade e ganha fixidez (Lua passa de Câncer a Leão, Marte, de Capricórnio a Aquário), anula a pouca presença do elemento Terra (Marte em Capricórnio) e, definitivamente, adquire polaridade ativa. No mesmo dia 20 de março Mercúrio inaugura seu movimento retrógrado; realiza uma oposição com Júpiter e, como dado curioso, ocupa o mesmo grau da revolução solar de 2004, em conjunção com a estrela fixa Alpherat. Apesar da posição de Mercúrio num signo cardinal e ígneo como Áries, a retrogradação tira-lhe a carga explosiva. Se bem que esteja oposto a Júpiter, pode-se considerar que tal oposição produz menos mal-estar por ser "natural", levando-se em conta que os signos regidos por ambos os planetas estão opostos no zodíaco (Gêmeos a Sagitário e Virgem a Peixes - não esquecendo que Júpiter é o regente clássico de Peixes). Por último, a conjunção de Mercúrio com uma estrela benéfica de natureza Vênus/Júpiter aproxima Mercúrio da eqüidade de Júpiter em Libra.

Possivelmente, com a ajuda do trígono e do sextil que, respectivamente, Júpiter e Mercúrio realizam com Netuno, 2005 seja um ano de aproximação entre as comunidades e de aceitação das diferenças como fator de enriquecimento mútuo, e não de tensões. Não obstante a quadratura que Júpiter recebe de Saturno em Câncer e retrógrado, os aspectos fluentes convidam a experimentar a possibilidade de "Amar-nos uns aos outros", como indica o Evangelho.

No que diz respeito a Mercúrio, em 12 de abril retoma seu movimento direto em 01º45' de Áries; de 23 de julho a 16 de agosto retrocede entre 20º28' e 08º45' de Leão; entre 14 de novembro e 4 de dezembro, desloca-se de 10º56' de Sagitário a 24º44' de Escorpião. A última retrogradação do ano se inicia em 2 de março de 2006, em 26º52' de Peixes. As datas de ingresso de Marte nos vários signos são: 21 de março em Aquário; 1° de maio, en Peixes; 13 de junho, em Áries; 29 de julho, en Touro; 2 de outubro, a 23º22', começa seu movimento de retrogradação até 10 de dezembro, quando volta ao movimento direto em 08º14' Tauro, em cujo transcurso realizará quadratura com Netuno en Aquário, com Saturno en Leão e oposição a Júpiter en Escorpião. Depois de meses tão tensos, em 18 de fevereiro começa seu trânsito por Gêmeos.

Saturno ingressa em Leão - seu outro signo de exílio - em 17 de julho, enquanto Júpiter faz o mesmo em Escorpião em 27 de outubro. Em dezembro, ambos se enlaçam numa quadratura crescente. Concluindo o panorama dos ciclos planetários do período, em novembro Júpiter realiza um trígono minguante com Urano e, em fevereiro, uma quadratura do mesmo tipo com Netuno. O índice de concentração planetária de Gouchón [*] decresce um tanto, sem despencar: 1005º"

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