Uma guinada
para a esquerda e dores de cabeça com os Estados Unidos, é
o que Americo Ayaia prevê para o Brasil com base no mapa do
ingresso solar em Áries para 2005.
"Ninguém pode, realmente, transformar-se
num grande líder, sem empreender a jornada"
Carol S. Pearson, in "O Despertar do Herói
Interior"
Introdução
Na esquina do Ingresso Solar em Áries para
2005, em Brasília, que ocorrerá às 9:33:17
(BZT2 +3:00) de 20 de Março, a voz de comando dirá:
"esquerda, volver!" E neste mapa de ingresso há,
pelo menos, duas configurações que chamam a atenção
do analista, ao primeiro vislumbrar:
1) O Descendente (significador de quem desafia o
Poder Nacional!) em Escorpião, tem um de seus dois regentes,
Marte, na Casa 9. Este Marte - disposto por um Saturno exilado e
retrógrado em Câncer - exaltado em Capricórnio
(excesso!), e ainda por cima feral, é ainda mais desafiado
em sua ação pela oposição da Lua (proteção),
forte por domicílio em Câncer e recebendo um trígono
do regente do Ascendente, Vênus, também ela exaltada.
Há "cheiro de pólvora no ar". Conflitos
importantes nos chegam do exterior e terão de ser administrados
com muita competência; não será uma tarefa fácil.
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Ingresso Solar de 2005 válido para
o Brasil - 20.3.2005, 9h33min17s - Brasília, DF - 15s47,
47w55. |
2) O segundo regente do Descendente, Plutão,
na Casa 8, em quadratura com o Sol exaltado em Áries, sugere
problemas na condução de projetos de interesse do
Brasil, com fontes de financiamento externas. Há disputas
aqui, com prováveis repercussões na relação
do Brasil com a comunidade financeira internacional.
Ainda que muito significativas, estas configurações
(que poderiam ser exploradas com muito mais profundidade), não
constituem o foco de nossa abordagem. Foram aqui citadas para servir
de instrumento à conclusão final deste trabalho.
Hemisférios e Quadrantes
O que desejamos trazer à consideração
do leitor, alternativamente, é uma macrovisão do Brasil/2005,
consubstanciada nas seguintes observações:
1) o mapa de ingresso mostra 7 planetas no Hemisfério
Este e 7 planetas no Hemisfério Sul. Esta combinação,
como já veremos, enfatiza muito o Ascendente e o Meio do
Céu. Há um grande impulso para expressar uma simultânea
combinação de individualidade, com a ocupação
de um lugar no espaço-tempo. É o ano do herói!
Ulisses vai empreender sua grande viagem...
2) estimula-o o transcender. O quadrante que envolve
as casas 10, 11 e 12 contém 5 planetas! Move-o um sentido
de missão. E Netuno faz conjunção partil com
o Meio do Céu, reforçando o comportamento que acredita
ser justo e adequado e nobre.
O Hemisfério Este contém o Ascendente
como ponto médio, envolvendo o eixo das Casas 4/10. A manifestação
fundamental, portanto, deste hemisfério concentra-se no conceito
de identidade, de ocupar um lugar no mundo, de expressar a sua própria
vontade. Uma forte concentração de planetas neste
hemisfério demonstra uma sociedade que mais influencia do
que é influenciada pelo seu entorno. Esta sociedade está
mais livre para determinar os próprios caminhos, para desenhar
o mapa da geografia que vai percorrer.
Esta atitude, no caso presente, se mostra ainda mais
enfatizada, dado que, além do Sol, o regente do ascendente
(no caso Vênus), se encontra neste hemisfério e, mais,
também ela exaltada e, adicionalmente, recebendo um trígono
da Lua e um sextil de Marte.
Há possibilidades de um exagero de individualidade
(Netuno em conjunção com o Meio do Céu reforça
isto (!), à medida que enfatiza o sentido de missão).
O Hemisfério Sul, por sua vez, tem seu foco
centrado no Meio do Céu, e limitado pelo eixo Ascendente/Descendente.
Fundamentalmente, com uma grande presença planetária
aqui, observa-se a necessidade de alguém explicitar seu lugar
in mundo. Abdicando de seu referencial interior, este personagem
vai, pró-ativamente, ao encontro do que julga ser sua vocação,
com ênfase na obtenção da materialidade, do
concreto, do tangível. Na sua perspectiva, a solução
dos próprios problemas tem raízes no seu exterior;
há que modificar o cenário, o ambiente, para se sentir
no comando do próprio destino.
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Uma postura humanista mas um tanto utópica
- um toque chapliniano no Meio do Céu do Brasil em 2005. |
De outra parte, 5 planetas no quarto quadrante combinam
a ação no mundo exterior (Casa 10), com o futuro projetado
(Casa 11) e o humanismo em benefício do todo, que exige a
Casa 12 (menos explícita, neste caso). Esta concentração
de planetas carrega, nas ações deste agente, a auto-visão
do reformador, o caminhar messiânico, o transcedentalismo.
Este ser, seja um indivíduo ou uma coletividade, sente-se
bem quando se imagina operando em um ambiente maior que a vida,
lançando sementes ao futuro. Sorte brasileira que os elementos
Fogo/Terra/Ar/Água estão razoavelmente equilibrados
neste mapa. Parece haver, porém, de outro lado, um excesso
de cardinalidade; o impulso para a ação é muito
intenso, podendo não encontrar contrapartida no que realmente
é vital atingir, e onde abrir mão rapidamente do descartável.
A multiplicidade de objetivos pode levar a não ter objetivo
algum.
A ação netuniana
Netuno, tradicionalmente, representa os ideais do
Socialismo. É a integralidade da Casa 12, extensiva a todos,
sem distinção. Partil, praticamente, com o Meio do
Céu do Brasil, parece descrever uma postura em que o utópico
passa ao primeiro plano.
Ao receber um trígono de Júpiter, este
em mútua recepção com Vênus (outra vez:
Vênus é o regente do Ascendente!), expande esta sensação
de certeza, de conexão com algo que transcenderá os
limites do que mantém preso ou limitado.
O risco, aqui, é criar um mundo de fantasia,
de irrealidade. Ainda que admiráveis, os esforços
podem tomar rumos pouco práticos, descolados da realidade
imediata. Seria lamentável que, pelos motivos certos, o Brasil
errasse na dosagem, na ânsia pelo imediatismo, em função
de uma urgência incompatível com o cenário mundial,
que estará centrado em outros temas. Não parece conveniente
desafiar o líder. Corre-se o risco de ficar falando sozinho,
enquanto o líder lidera outra agenda. No sistema de casas
Placidus, que estou utilizando, a cúspide da Casa 8, crítica
para o Brasil neste 2005 (ver o início deste texto), está
praticamente partil com o Ascendente mais comumente aceito dos EUA.
Dá para imaginar, além de Buenos Aires (ver a posição
de Marte!), de onde vem uma de nossas maiores dores de cabeça?
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Ayala Jr.
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