Carlos Hollanda

Aspectos da Lua progredida em 2004

No que tange à quadratura da Lua progredida com Marte, cometi algumas incorreções ao referir-me a outros setores da economia e da indústria. Isso se deveu, em sua maior parte, ao fato de estar, como já disse, fazendo uma análise descompromissada com os detalhes necessários a um estudo mais profundo sobre os setores mencionados no artigo. Eis as falhas:

O setor automobilístico também pode sofrer algumas baixas, provavelmente com redução nas vendas ou talvez por um crescimento insignificante. (...) A nona casa com Marte recebendo um aspecto tenso também representa o potencial para a continuidade das querelas envolvendo o acesso de estrangeiros ao Brasil e uma extensão das reivindicações da Polícia Federal ou de qualquer outro órgão que possa causar embaraços à entrada de turistas ou às relações internacionais. Haja diplomacia!

Na verdade não houve uma queda na produção automobilística, nem tampouco continuou havendo embaraço na entrada de turistas. Entretanto, as demais indicações que salientei parecem ter sido bastante acertadas, como por exemplo:

Finalmente, a crise pode estender-se, por estar Marte situado na nona casa, e Saturno na terceira, respectivamente, à educação superior e ao ensino do fundamental ao médio (...) Como a Lua estará passando, por progressão, na décima-segunda casa do mapa do Brasil, é de se esperar uma dose maior de preocupação da população e da administração governamental com a questão dos estudantes que não têm condições de se manterem sozinhos nas escolas e universidades. Pode haver uma intensificação dos debates acerca dos direitos de acesso à educação em função disso.

E realmente tem havido um questionamento acerca do modo como se tem buscado cumprir o sistema de cotas para negros nas universidades. Tem-se ressaltado a questão de que isso pode ter dois pontos desfavoráveis não apenas para os negros, mas para toda a população: acaba contribuindo para uma espécie de segregação dos pobres considerados "brancos" e, tão ruim quanto, dificulta o próprio trabalho dos responsáveis pelo sistema, pois, afinal, quem é negro e quem não é? Pouco a pouco tem-se discutido se o sistema não deveria ser reformulado para abranger populações não necessariamente negras, mas pessoas sem condições financeiras para bancar seus estudos. Obviamente que a maioria dessas pessoas é composta por negros por razões históricas, mas o sistema tornar-se-ia mais justo e não uma outra forma de preconceito contra os próprios negros disfarçada de falsa caridade. Isso sem contar que um estudante de baixa renda tem diversos problemas financeiros para levar a cabo seu curso universitário, mesmo com sua cota garantida. Livros + transporte + alimentação, entre outras necessidades, custam bem caro. Os livros, então, nem se fala! Aliás, a quadratura de Plutão com Mercúrio do Brasil mexe com os recursos de editoras (aspectos com Júpiter também), gráficas e jornais. E pode denunciar um processo de crise que vem por aí.

Quanto a isso, vale dar uma segunda olhada no que escrevi em março de 2004:

Essas questões envolvendo a educação, na verdade, não são tão violentas, embora venham a requerer um foco mais intenso das autoridades. Na verdade é bem possível que ao final de 2004 tenhamos uma fase de crescimento nesse campo, em especial no interior do país, com algumas oportunidades para professores de diversos níveis, logo após as necessárias discussões e ajustes sobre a situação dos mesmos no país.

Ali eu me referia ao trígono da Lua progredida ao Júpiter radical, que sem dúvida coincide com compensações que mantêm a estrutura do sistema educacional relativamente firme. E, ainda, em dezembro, foi divulgado pelo próprio presidente Lula, que serão abertas novas vagas nas universidades federais e que logo será realizado o concurso público para tanto. Abertura, expansão, universidades e favorecimento no ensino acadêmico é a cara de um aspecto fluente como o trígono ativando o Júpiter de um país. Mas a coisa não se restringe a esse campo. Conforme disse, no mesmo artigo:

Durante os Jogos Olímpicos, mesmo com as dificuldades associadas à quadratura sobre Marte, que rege, juntamente com Júpiter, os esportes, é bem possível que o Brasil consiga obter resultados ainda melhores do que nas competições anteriores. A Lua progredida também faz um trígono com Júpiter e com a Lua ao final do ano e se a teoria que desenvolvo a respeito de um processo de antecipação sobre aspectos em dinâmica planetária estiver correta, os potenciais expansivos e de projeção positiva da imagem do país no exterior são grandes (...)

E não é que o Brasil nesta última olimpíada obteve um número histórico de medalhas, uma quantidade inédita, desde que começou a participar dos jogos? Antes mesmo disso, Daiane dos Santos e os irmãos Daniele e Diego Hipólito fizeram a festa com grandes performances numa modalidade essencialmente olímpica (a ginástica olímpica - que não é marcial, é jupiteriana, pois não se caracteriza por um confronto direto de oponentes) na qual o Brasil não tinha tradição de vitórias.

Falando de 2005

Trânsitos em 3 de janeiro de 2005 sobre o mapa da Independência do Brasil. Como só foram considerados os planetas mais lentos, as posições e aspectos formados demorarão são de longa duração, exceto para Marte.

A quadratura de Plutão em trânsito com o Mercúrio do Brasil fala também sobre crises nas áreas comerciais, sobretudo no que tange ao comércio exterior. Desse modo, o país, que aparentemente vem aumentando seu potencial exportador não apenas de matérias-primas, mas também de manufaturados e outros produtos industriais, pode ter que enfrentar novas rusgas na OMC - Organização Mundial de Comércio - , especialmente porque estamos falando de uma quadratura que atinge um Mercúrio de sétima casa - a casa dos oponentes, das querelas, dos parceiros, mas também dos chamados "inimigos declarados". Hoje esse termo, mais próximo da astrologia medieval, pode ser tranqüilamente substituído por "adversários". Mas o mesmo aspecto tenso que mexe com o comércio com estrangeiros e com a educação é reiterado pela quadratura de Urano em trânsito em quadratura com Júpiter e com a Lua do mapa radical do Brasil, ambos em Gêmeos. Esse aspecto vem ocorrendo desde meados de 2004, mas terá sua fase mais exata e, portanto, mais crítica, a partir de dezembro, indo até fevereiro de 2006. Os focos do aspecto estão nos meses de fevereiro/março, outubro e dezembro de 2005. O que talvez esse trânsito de Urano esteja indicando além dos potenciais conflitos nas áreas de ensino e comunicação, são questões complicadas envolvendo as relações internacionais (políticas) do Brasil em organizações como a ONU, já que tudo indica - astrologicamente falando - que o governo pretende assumir uma posição de relevo nas discussões e decisões políticas envolvendo territorialidade, expansão industrial e cultural. No caso brasileiro boa parte disso pode estar começando a vir através de uma crescente presença em produções culturais veiculadas em outros países e disponibilidade de pessoal capacitado na área de ensino, como o que vem sendo feito no Timor Leste e em outros países de língua portuguesa.

Um terceiro fator se ajusta à preocupação com o sistema de comunicação e ensino: a Lua progredida entra em quadratura com o Saturno brasileiro a partir de fevereiro, indo até agosto, tendo foco no mês de maio. Não seria uma questão pertinente àqueles setores se Saturno não estivesse na terceira casa do mapa. E falando em Saturno, planeta relacionado às altas instâncias de poder, podemos estar diante de um processo que envolve e falhas estruturais na cúpula governamental. Talvez escândalos ou boatos capazes de gerar boa dose de incômodo aos porta-vozes do governo. As duas últimas vezes em que isso ocorreu foram em 1991, em meio ao governo Collor, quando o dinheiro das cadernetas de poupança ainda se encontrava confiscado, e em 1978, logo no início, começa o movimento pela formação do Comitê Brasileiro de Anistia (CBA), pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Em 1991 Collor chegou a mandar a Receita e a Polícia Federal invadir a sede do jornal Folha de São Paulo. É importante lembrar, contudo, que o fato de um aspecto se repetir astrologicamente não significa uma repetição de fatos e expressões das outras épocas em que ele ocorreu. Entretanto, permanece a idéia de crises entre o governo e o sistema de comunicação do país.

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