O mundo e os conflitos
Com o mapa do ingresso solar traçado para
uma latitude e longitude zero, bem como com casas iguais partindo
do grau zero de Áries, temos uma configuração
um tanto tensa entre Marte-Lua, entre Plutão-Vênus-Sol
e entre Saturno-Júpiter-Mercúrio. São configurações
que podem estar presentes em situações de conflito,
quando falamos de mapas referenciais para entidades coletivas, como
no caso de uma revolução solar, ou em trânsitos
para os mapas radicais de países. Os planetas mais elevados
em relação à posição esquemática
desse mapa são justamente dois dos mais beligerantes: Marte
e Plutão. O potencial para que estados de guerra entre mais
de dois países se instalem parece ser realmente forte mais
uma vez. Não é tão estranho assim, se pensarmos
que quem está no poder na máquina norte-americana
é nada menos que Butcher, the Kid (esse pseudônimo
eu pego sempre emprestado de Antônio Carlos Harres - é
perfeito!), isto é, Bush.
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Ingresso solar em Áries de 2005 calculado
para a latitude e longitude de 0° (interseção
do equador com o meridiano de Greenwich). |
Não bastasse isso, Marte faz uma conjunção
com o Ascendente (de 2 a 10, com data exata no dia 6 - dia de Reis)
e ingressa na primeira casa do mapa dos Estados Unidos, transitando
ali por cerca de 2 meses. Desde então poderemos ter algumas
ações beligerantes das forças estadunidenses,
que, aliás, ainda contam com uma oposição de
Plutão com Marte, a mesma que vem-se manifestando na continuada
situação de conflito no Iraque e em outros "quase-conflitos",
que irá até novembro de 2005. Aliás, a partir
de junho, a situação de oponência pode se alastrar
para outras localidades além do Iraque. Plutão também
entrará em quadratura com Netuno radical dos EUA. Isso pode
significar uma ação de estudantes, jovens, entidades
filantrópicas e até organizações religiosas,
que lembre um pouco a ocorrida durante a conjunção
de Plutão com Netuno, em meados da década de 60, enquanto
acontecia a guerra do Vietnã. Embora o poderio americano
ainda seja massacrante, a opinião pública e complicações
de ordem financeira (possíveis novos escândalos envolvendo
grandes empresas e a figura do presidente ou de seu partido) podem
chegar a refrear a política "bushista" por um certo
tempo. Inclusive, a quadratura da Lua progredida para o Saturno
dos Estados Unidos (que vai até abril de 2005) mostra também
uma crise na cúpula governamental. O problema talvez seja
maior no final do ano, quando a mesma Lua em progressão,
a partir de novembro, indo até março de 2006, formar
uma oposição com Plutão. A repercussão
pode ser algo semelhante à de um animal acuado, que não
vendo outra alternativa, sai atacando com todas as forças
e cegamente.
Quanto aos aspectos de Plutão em trânsito
sobre o mapa radical dos EUA, vale a pena traçar um paralelo
entre o que desenvolvi para níveis mais individuais num dos
cursos da Escola Astroletiva e uma situação análoga
em dimensões coletivas. Eis alguns dos trechos:
Plutão em trânsito em oposição
com Marte radical
Aqui o que vale é aprender como expressar a
própria agressividade de uma maneira que não suscite
nos outros (que podem ser muitos) reações violentas,
revanchismos e atos que, em determinadas ocasiões, podemos
até chamar de covardes. (...) Por não estarmos lá
muito sensíveis às necessidades alheias, a tendência
é atropelar quem estiver na frente de nossos objetivos mais
imediatos e dos que planejamos a longo prazo. (...) estamos agindo
de um modo que suscita em todos a sensação de que
somos uma séria ameaça a seus status, à segurança
e ao poder estabelecido.
Algumas pessoas chegam a experimentar ameaças
sérias à sua integridade física por parte de
forças muito maiores do que elas. Outras são coagidas,
chantageadas e pressionadas por elementos que servem a poderosos.
Plutão em trânsito em quadratura com
o Meio do Céu
O lado menos favorável dessa conjunção
pode apresentar-se numa tendência paranóide de olhar
a vida com "lentes" que parecem agigantar o lado negativo
do mundo, das pessoas e das situações, vendo apenas
seus aspectos mais sórdidos e sombrios. Com isso o sujeito
torna-se arisco, desconfiado, defensivo e reativo, passando a atacar
primeiro e em todas as direções, para evitar ser surpreendido
pela retaguarda.
Tente parar um trem em movimento: é mais ou
menos a mesma coisa que tentar parar quem passa por esse aspecto
quando ele põe algo na cabeça. Até que essa
mesma coisa não acabe com ele, é difícil alguém
dobrar o que tanto pode ser uma inacreditável perseverança
quanto uma bela obtusidade, obstinação cega, com vários
traços de irracionalidade.
E há, ainda, a oposição de Lua
progredida com Plutão, sobre a qual podemos extrair os seguintes
trechos, do livro Progressão Lunar e Kabbalah:
(...) Conflitos com indivíduos dramáticos,
poderosos e intensos. (...) A experiência da morte (...) ocorre
externamente ao indivíduo(...) [que] parece ser forçado
a presenciar grandes finais e recomeços, tanto no que diz
respeito a pessoas quanto no que tange a situações
que envolvam uma nação ou o planeta (...) cisões
e concessões - geralmente de caráter financeiro (...)
sensação de luto e dor.
Mas esses aspectos são apenas parte da história.
No ingresso do Sol em Áries (em 2005, ele se dará
no dia 20 de março), quando finalmente se inicia o ano astrológico,
Marte e Plutão também são os planetas mais
elevados para as coordenadas de Washington DC. Se lembrarmos que
aquela é a capital, o centro de poder, e se virmos que a
casa relacionada ao poder abriga um Marte em aspecto tenso com a
Lua, começamos a juntar as peças do quebra-cabeças.
Não bastasse isso, Vênus, o planeta regente do Ascendente
taurino desse ingresso, encontra-se na casa 12 recebendo a violenta
quadratura de Plutão. Mesmo com o trígono Vênus-Lua
e o sextil Vênus-Marte, a condição tensa com
Plutão reflete um potencial para crises econômicas
motivadas por ações internacionais (Plutão
está em Sagitário) e grande parte delas distante dos
olhos da mídia (casa 12, Peixes).
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Ingresso solar em Áries de 2005 calculado
para as coordenadas de Washington e válido para previsões
para os Estados Unidos. |
Conforme foi visto anteriormente no mapa esquemático
de zero de Áries e latitude/longitude zero, Mercúrio,
Júpiter e Saturno estão em aspectação
tensa. Levando em conta que Saturno está em um de seus signos
de exílio (Câncer) podemos aventar a hipótese
de uma parcela significativa de imprensa e de organizações
religiosas começarem a retirar seu apoio às ações
do governo. Igualmente, os que já desaprovam a política
atual estadunidense tendem a unir forças capazes de minar
várias articulações do poder central daquele
país. A perspectiva de ataques em solo americano aqui fica
um tanto visível pela oposição de Marte com
a Lua na casa 4. O resultado pode ser o que Saturno-Júpiter-Mercúrio
indicam a princípio: irredutibilidade em questões
diplomáticas, ecológicas, industriais e territoriais.
Saturno em quadratura a Júpiter (e Marte - formando quadratura
T) ocorria quando a ONU e a OTAN enviaram tropas para a Bósnia,
chegando a 40 mil membros. Naquele caso os EUA serviram de mediador,
mas apenas depois de a Croácia, a Bósnia e a Sérvia
quase destruirem-se mutuamente e após repetidos pedidos de
intervenção militar internacional feitos pela Bósnia,
coisa que só veio mesmo no final de 1995. E logo no início
de março de 2005 teremos uma configuração bastante
semelhante à do início de 95, com Júpiter,
Saturno e Marte em quadratura T (desta vez, respectivamente, em
Libra, Câncer e Capricórnio).
Mais adiante os EUA, que devem crescer em liderança
política no mundo, podem continuar sofrendo baixas em territórios
ocupados. Estamos falando do trânsito de Saturno em oposição
com Plutão radical. Eis o que podemos traçar como
analogia entre a interpretação de nível individual
e o potencial coletivo do aspecto:
Mudanças radicais de vida. Conflito entre o
antigo e o novo. Rompimentos, separações, escassez
financeira. Perda de meios de garantia de sustento. Desvinculação
dos recursos de terceiros.
(...) confrontos ou disputas com pessoas poderosas,
possivelmente compulsivas (...). Em certos casos podem ser criados
verdadeiros inimigos, com os quais mantém-se boa dose de
conflito. Tais inimigos ou adversários talvez estejam altamente
temerosos de perderem posições (...) A teimosia em
permanecer numa situação de onde só se extrai
conflito e aborrecimentos, só tende a intensificar o potencial
destrutivo do período. (...) É importante fazer o
que for possível para evitar gastos desnecessários
como prestações e outras formas de dívidas
que fiquem sangrando os recursos de que se dispõe.
E tudo isso ocorrendo no eixo das casas 2 e
8... dá o que pensar. O problema pode atingir seriamente
a área econômica daquele país, o que para vários
outros do Ocidente pode significar um período um tanto custoso.
Leia outros artigos de Carlos
Hollanda.
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