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O Islamismo e os signos fixos

14/08/2014 por Fernando Fernandse

Seguida por mais de um bilhão de crentes, a religião fundada pelo profeta Muhammad – ou Maomé – surge durante uma conjunção Urano-Netuno e sob uma tensa configuração de planetas em signos fixos.

O Islamismo, religião baseada nas revelações recebidas pelo profeta Maomé (forma ocidentalizada de Muhammad) e consubstanciadas no livro sagrado Corão, ou Alcorão, considera como marco inicial de seu calendário o dia 22 de setembro de 622, data em que Maomé e seu discípulo Abu-Bekr, fugindo da perseguição movida por comerciantes de Meca, chegaram à cidade árabe de Yatrib ou Al-Madina (Medina), no episódio que é conhecido como Égira (Hégira ou Hijr), ou Emigração.

O profeta Maomé, visto numa pintura turca da Idade Média. Os muçulmanos árabes normalmente fazem restrições à representação da figura humana, e mais ainda do profeta fundador de sua religião. Contudo, os artistas turcos, apesar de também muçulmanos, não se sujeitavam a tal restrição.

O profeta Maomé, visto numa pintura turca da Idade Média. Os muçulmanos árabes normalmente fazem restrições à representação da figura humana, e mais ainda do profeta fundador de sua religião. Contudo, os artistas turcos, apesar de também muçulmanos, não se sujeitavam a tal restrição.

Não nos arriscaremos a interpretar em detalhes uma carta levantada para esta data, até porque os episódios que caracterizam a emergência do Islamismo como religião organizada estendem-se por um período bem mais amplo. Contudo, um aspecto destaca-se na carta, por envolver planetas geracionais e, consequentemente, muito lentos. Trata-se da conjunção de Urano e Netuno nos primeiros graus de Virgem, um aspecto que não se repete com muita frequência, definindo o início de um ciclo ao qual normalmente correspondem acontecimentos significativos e de largo alcance na esfera coletiva.

O símbolo tradicional do Islamismo, inscrito na bandeira nacional de vários países muçulmanos, é a lua em quarto crescente acompanhada de uma estrela – na verdade, o planeta Vênus. Trata-se de uma religião que cultua valores lunares, em oposição ao Cristianismo, onde predominam referências solares. No mapa do início do calendário muçulmano, a Lua está no final de Aquário e próxima da posição de Júpiter, no último grau do signo. Lua em Aquário? O que pode significar?

Entre a tolerância e a obstinação

Aquário é signo de Ar, relacionado ao mundo das ideias e ideologias. O Islamismo não é – jamais foi – apenas uma concepção místico-religiosa, mas também um projeto social, que pressupõe uma nova forma de organização da comunidade e uma interferência permanente na vida política. Lua em conjunção com Júpiter em Aquário é um aspecto que expressa uma utopia social, uma proposta generosa e inclusiva que transcende fronteiras étnicas e barreiras geográficas. A oposição de Júpiter a Netuno-Urano reforça o sentido utópico desta carta e simboliza um dos maiores pilares da cultura islâmica: a prevalência do coletivo sobre o individual. O bem comum é tudo, não comportando manifestações pessoais que o coloquem em risco. Trata-se de uma civilização de massas, comprometida com um projeto tão abrangente que, quando distorcido, assume dimensões totalitárias. Neste sentido, opõe-se filosoficamente à ideologia do mundo ocidental e cristão, onde, especialmente nas regiões onde a Reforma Protestante teve sucesso (inclusive os Estados Unidos), a liberdade individual e a livre iniciativa são valores elevados à condição de tabus.

Paradoxalmente, a Lua dos Estados Unidos e do advento do Islamismo estão no mesmo signo, o que deveria indicar uma identidade de padrões de comportamento coletivo. Ocorre que Aquário é signo mental e fixo, tendendo a preservar valores intelectuais e a resistir a tentativas de cooptação. O mundo islâmico e os Estados Unidos são ambos teimosamente independentes em suas concepções e na forma de reagir emocionalmente a qualquer tentativa externa de modificá-las. Netuno, igualmente, está no mesmo signo de Virgem em ambas as cartas, o que mostra que as culturas islâmica e americana reagem da mesma forma crítica e seletiva a questões que digam respeito a sonhos e utopias. Com Netuno em Virgem, a utopia do outro tende a ser discriminada e vista com desconfiança.

Discípulos de Maomé

Pintura turca mostrando discípulos de Maomé ajoelhados junto ao mestre. Os primeiros muçulmanos eram árabes, mas aparecem aqui representados com feições turcas, ligeiramente orientais. Rapidamente o Islã tornou-se uma religião internacional.

Outro aspecto significativo do mapa do advento da religião de Maomé é a conjunção de Vênus e Marte no intenso e passional signo de Escorpião, ambos em quadratura com Saturno em Leão. Em Escorpião há a disposição para o tudo ou nada, que pode levar à ação sacrificial por uma causa e à crença na possibilidade de uma transmutação que, no caso de Vênus e Marte, refere-se aos princípios do desejo e de sua realização. Daí, por exemplo, o fenômeno, em algumas seitas radicais, da erotização de um paraíso celestial cheio de fartura e belas mulheres, visão que impulsionou milhares de guerreiros a ações kamikazes em guerras santas (as jihads) e, ainda hoje, às ações de homens-bomba ou pilotos suicidas: o prazer viria depois da morte e da destruição do corpo, sendo que a postergação do desejo encontra sua expressão astrológica na quadratura de Vênus-Marte com Saturno (o resfriamento e a contenção). Concentração, dedicação absoluta, disciplina e seriedade são outros atributos desta configuração. Da mesma forma, sentimentos de menos valia estão associados a aspectos tensos de Saturno, gerando movimentos de desconfiança e de autoafirmação diante de representantes de outras culturas.

Sempre que exerceram função hegemônica, as grandes civilizações islâmicas tenderam à tolerância e à integração dos vencidos – mesmo quando se tratava de cristãos. Árabes, turcos, mouros da Península Ibérica e mesmo mongóis se comportaram assim, demonstrando uma capacidade muito maior de conviver com as diferenças culturais que os povos do ocidente. Por outro lado, quando em condição adversa, a energia fixa e concentrada de Escorpião, Leão e Aquário leva o Islã à reação obstinada e violenta.

Saturno em Leão expressa um arquétipo comum em líderes muçulmanos, tanto os mais positivos – a figura do califa ou do sultão sábio e magnânimo – quanto os mais negativos, de que Osama bin Laden é um exemplo recente. Muitos chefes muçulmanos adotaram, aliás, o leão como um símbolo pessoal.

Uma civilização refinada

Concepção medieval do paraíso muçulmano

Detalhe de uma concepção medieval do paraíso muçulmano. Para o Islã, “só Alá é Deus e Muhammad o seu profeta” – o que não significa necessariamente o combate às demais religiões.

A ênfase aquariana responde pela enorme importância da vida intelectual e do refinamento cultural na civilização islâmica, cuja maior contribuição para a humanidade foi a preservação e ampliação, com contribuições originalíssimas, do acervo de conhecimentos do mundo clássico. Basta lembrar que, durante séculos da era medieval, a luz do progresso esteve em cidades muçulmanas como Bagdá, Cairo, Samarcanda e Córdoba, muito mais do que na Cristandade. Por outro lado, a mesma dimensão aquariana, quando em suas piores manifestações, conduz a uma inflexibilidade e a uma rigidez de princípios cujo melhor exemplo contemporâneo são os talibãs do Afeganistão.

Durante séculos, também, o convívio entre muçulmanos e judeus foi caracterizado mais pela tolerância do que pelo conflito aberto. Quando os judeus foram expulsos da Península Ibérica, em 1492, o Sultão do Império Otomano (atual Turquia) recebeu em seu vasto território grandes levas de refugiados. As comunidades judaicas integraram-se ao grande império islâmico numa colaboração produtiva que durou séculos, ali encontrando um espaço de expressão que jamais existiu no ocidente cristão.

A instalação do Estado de Israel, apoiado por potências ocidentais, em territórios do Oriente Médio foi vista pelos árabes, num primeiro momento, e por quase todo o mundo muçulmano, mais tarde, como um ato de agressão. O conflito com os judeus é a continuação do conflito com o modo de vida ocidental, iniciado ainda na Idade Média. Israel não representa um risco para o mundo islâmico por ser Israel, mas sim por ser um país alinhado com o Ocidente.

Tratamos muito genericamente da carta da data inicial do calendário islâmico, já que seria tempo perdido tentar traçar um mapa exato para a chegada do profeta Maomé em Medina. Contudo, tal acontecimento ocorreu com diferença de apenas um dia em relação a um evento considerado altamente significativo do ponto de vista da Astrologia Mundial: o ingresso solar de outono para o hemisfério norte, que se deu em 21 de setembro daquele ano, à 1h15 da madrugada (hora local) em Medina, Arábia.

Ingressos solares são cartas calculadas para o momento exato da entrada do Sol nos signos cardinais, abrindo as estações do ano. As cartas de ingresso costumam ser utilizadas para previsões válidas para três meses – a duração da estação. A exceção é a carta do ingresso solar de primavera do hemisfério norte, que corresponde à entrada do Sol em Áries e define o início de um novo ciclo zodiacal, sendo utilizada para previsões anuais. A real importância e a utilidade prática desta técnica são tema de muita controvérsia, mas podemos tentar uma rápida análise do Islã em função da carta de ingresso.

Saturno e o desafio do Islã

Fuga de Maomé para Medina - carta de ingresso solar

Ingresso solar da véspera do início do calendário islâmico – 21.9.622, 1h15 LMT, Al-Madinah (Medina), Arábia – 039e36, 24n28.

O Ascendente está em Câncer – signo da Lua, de tanta importância para o mundo islâmico (o calendário muçulmano é lunar, com duração diferente do calendário ocidental). Saturno em Leão ocupa a casa 1 e forma uma oposição quase exata à Lua em Aquário na casa 7. Ambos os planetas fecham quadraturas com Vênus e Marte na casa 4. Marte é um dos dois planetas em domicílio nesta carta. O outro é Mercúrio em Virgem junto à cúspide da casa 3, sinalizando para o papel da vida intelectual no Islã, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento do pensamento lógico-matemático e à ênfase na transmissão regular do conhecimento mediante o ensino organizado. O Sol em Libra na casa 3 é outro indicador da importância da vida cultural e do papel do mundo islâmico como ponte de trocas civilizatórias entre o Oriente e o Ocidente. Já Plutão no Meio-Céu fala do tremendo impacto que o Islã estava destinado a ter no curso da história. Todas as regiões conquistadas durante as jihads islâmicas ou convertidas à nova religião sofreram transformações radicais e definitivas. Foram mudanças sem retorno, típicas de Plutão.

A configuração tensa unindo Saturno, Lua, Vênus e Marte em signos fixos fala da concentrada intensidade com que o Islã afirmou sua própria identidade civilizatória (Saturno na casa 1) e definiu um espaço territorial (casa 4). Saturno, planeta individualizador, rege a 7 (a relação com os diferentes) e está na casa 1 (autoimagem); já a receptiva Lua, regente da 1, está na 7, num significativo jogo de troca de regências. Parece que o grande desafio que se colocou para o Islã, desde o primeiro momento, foi o de encontrar uma forma própria de manifestação de tudo aquilo que era absorvido de outras culturas. Neste sentido, trata-se de uma civilização de síntese e de reciclagem, o que bem se revela nas quadraturas de Saturno e Lua a Marte-Vênus em Escorpião. O Ocidente, contudo, parece enxergar no Islã apenas a faceta guerreira e intolerante.

Paraíso islâmico

Uma concepção turca do paraíso islâmico, com seus sete céus (no detalhe vemos dois céus).

Cabe deixar claro que o sentido do termo jihad não é exatamente o de guerra santa, mas sim de investimento de esforço (Saturno) para a consecução de um objetivo. Eventualmente, tal esforço pode significar o sacrifício em defesa da fé, mas o Corão não estimula o suicídio nem promete a premiação no além para aqueles que o praticam em atos terroristas. Pregações radicais como a da organização terrorista Al-Qaeda e dos talibãs são um desvirtuamento do Islã, em essência uma religião tão generosa em seus princípios quanto o Cristianismo. Homens-bomba e pilotos que lançam aviões de passageiros de encontro a edifícios são apenas a faceta mais primitiva e mais cruel do amplo simbolismo Escorpião-Plutão que encontramos no mapa do ingresso solar em cuja vigência o profeta Muhammad chegou a Medina.

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Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

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