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E foste um difícil começo: um mapa para São Paulo

18/04/2025 por Barbara Abramo

Uma cidade tão rústica que seus habitantes chegavam a comer formigas assadas. Assim é a São Paulo dos primeiros tempos que emerge das pesquisas de Barbara Abramo, cuja hipótese é de um Ascendente nos primeiros graus de Áries.
Pateo do Collegio, São Paulo

O Pateo do Collegio (Pátio do Colégio), onde os jesuítas levantaram a primeira construção da cidade de São Paulo.

O planalto de Piratininga foi escolhido pela Companhia de Jesus para ser o lugar onde se construiria um colégio onde os índios iriam ser catequizados, isto é, tratava-se de formar um posto avançado da ocupação colonial. Esta origem é, pois, importante para a averiguação do mapa da cidade. Na versão do historiador Tito Lívio Ferreira:

Os jesuítas chefiados por Manoel da Nóbrega vão diretamente à casa de João Ramalho, em Santo André da Borda do Campo, onde pernoitam. No dia seguinte, ao romper da madrugada, tomam o caminho de Piratininga, onde chegam manhã alta. Padre Nóbrega designa o Padre Manoel de Paiva para celebrante da missa de 25 de janeiro de 1554, no alto do Inhapuambuçu. Serve-lhe de acólito o irmão José de Anchieta. Padre Paiva eleva o cálice do sacrifício. Anchieta retine a campainha cujo eco se perde no silêncio do terreiro. E Manoel da Nóbrega, com os olhos no céu, pede as bençãos de Deus para o Real Colégio Nascente. [FERREIRA, Tito Lívio. História de São Paulo. SP, Gráfica Biblos, s/data. p. 41.]

Havia doze fundadores, afirma Tito Lívio. Todos padres. Se for verdade que “a manhã já era alta”, significa algo depois das 6 horas, por pura impraticabilidade de tempo, e antes da comida, ou seja, antes das dez, ou dez e meia da manhã. Imagine-se algo por volta de nove, ou um pouquinho depois de nove. Olhando o mapa para 9h10, descobre-se que o Ascendente ficaria no início de Áries e — agora grife-se — fazendo conjunção com o Plutão do Brasil! A Lua estaria no primeiro grau de Escorpião, formando a conjunção com o Marte do Brasil…

Os registros de vida cotidiana dos povos europeus e mesmo os registros de viajantes, como Martius, confirmam que a vida corria durante o dia, isto é, as pessoas se levantavam cedo, muito cedo, com o sol não elevado no horizonte. De modo geral, as pessoas comiam lá pelas 10h da manhã, jantavam às quatro e ceavam às seis. Às oito todos estavam na cama. Deve ter havido uma missa antes do almoço. Na época se rezavam as matinas, as verpertinas… A vida regrada pelos padres obedecia costume seculares de horários de orações. Como posto avançado de dominação jesuítica, provavelmente em São Paulo se obedeciam os horários da Igreja com suas muitas interrupções para orações. Talvez a fundação tenha antecedido o almoço, às dez da manhã. De qualquer forma, o sol já estaria elevado no horizonte.

Uma gente rude comendo formigas assadas

Eram treze jesuítas numa casinha de barro e paus, coberta de palha, com 14 passos de comprimento e 10 de largura, onde, nas palavras de Anchieta, estavam a escola, a enfermaria, o refeitório, a cozinha e a despensa. Davam as aulas ao ar livre, para os índios.

Esse Colégio, comandado pela cabeça esperta de Anchieta, produzia todo tipo de miscigenação cultural nativa/cristã, de modo a facilitar a catequização. Desse modo de lá saíram, segundo os historiadores, os primeiros letrados e poetas que o Brasil possuiu, no entender por exemplo, de Sérgio Macedo. Isso remete a uma energia do elemento Ar.

Como em outros povoamentos coloniais, a região vivia sob constante ameaça de ataques de tribos nativas contrárias ao acerto político que compunha o poder em São Paulo.

Tibiriçá, Manoel de Nóbrega e José de Anchieta

O cacique Tibiriçá e os padres Manoel de Nóbrega e José de Anchieta (este último em pintura de Portinari).

Em volta do colégio foram erguidas tabas e o povoado era fechado por quatro portas. Duas ficavam ao norte, guardadas pelos índios de Tibiriçá, pai da mulher de João Ramalho, que aliás não se sabe ao certo quando aqui chegou, mas era a influência política hegemônica na região. As duas portas restantes ficavam ao sul, defendidas pelo grupo nativo de Caiubi, outro chefe indígena que compunha o poder político com João Ramalho.

Havia, pois, uma composição política, comum na época e inteligente na ótica da dominação: os colonizadores se apoiavam em grupos tribais e aproveitavam suas brigas internas para irem estabelecendo o poder no lugar.

Na época da fundação, havia o número cabalístico de 133 moradores, 13 jesuítas e 120 nativos.

A igreja de São Paulo é inaugurada em 1° de janeiro de 1556. Em 1561 é construído um recolhimento para os exercícios dos padres, onde também se ensinavam letras. Em 1560 a vila de Santo André é extinta e João Ramalho se muda para cá, sendo que este não via com bons olhos o crescimento de São Paulo, provavelmente por causa da hegemonia jesuítica aqui, ao contrário de Santo André. Ramalho traz o pelourinho com ele e o coloca na frente do Colégio dos Jesuítas. O primeiro Paço Municipal foi construído em 1575; a primeira cadeia, em maio de 1579.

Em 1562 João Ramalho vira capitão-mor de São Paulo, que então é elevada a comício eleitoral. No mesmo ano, no Natal, morre o cacique Tibiriçá, chefe guaianaz que fundou a cidade com o padre Nóbrega.

Nos anos subsequentes chegam novas ordens religiosas. Em julho de 1598 é fundada a ordem beneditina e começa-se a construção de sua igreja: era a igreja da Sé.

A cidadezinha era pobre, as pessoas comiam formigas assadas, e aqui, ao contrário do resto do Brasil só as mulheres faziam o pão — e entenda-se por pão um tipo de broa de milho, porque pão mesmo só chegou depois de 1850, com a Grande Imigração, trazido pela mão dos italianos.

Com a mistura de índios e portugueses, a estrutura familiar europeia se transforma: começam a aparecer famílias inteiras com mais de uma mulher. Uma endogamia fechada também era relatada nos diários de viajantes — Lery, von Martius e escrivães da corte portuguesa. As primeira mulheres europeias que aparecem na região são francesas, moram ali perto de São Vicente, e a elas se juntam portuguesas, mulheres dos degredados.

As famílias andavam sempre meio trancadas em suas casas, eram arredias — ainda se fala isso de paulistanos. A Vênus em Capricórnio: essa gente rude e pouco expansiva que aqui medra…

No final do século XVI, duas famílias brigavam pelo poder: os Ramalho e os Pinheiro. O chefe da primeira facção era neto de Tibiriçá, filho da nativa Bartira com João Ramalho. As duas famílias eram miscigenadas e ricas. Brigavam por causa de extração de ouro.

NOTA DO EDITOR:

Entenda-se por ricas as famílias abastadas para os padrões da região. Mesmo estas famílias tinham um padrão de vida bastante rude, comparado ao de Salvador, por exemplo. O ouro da região de São Paulo era de aluvião, encontrado em quantidades ínfimas nos rios em torno da vila. A descoberta do ouro de Minas Gerais só aconteceria no final do século seguinte.

O mapa de São Paulo e os movimentos operários do século passado

Poder, política do café com leite, são algumas das associações que ocorrem ao observarmos esta carta especulativa para as 9h10. E não custa lembrar que o Ascendente de Fernando Henrique Cardoso está ali também, e ele se projetou exatamente de Sampa…

Mas se pusermos o Ascendente no início de Áries, a casa onze estará cheia e Saturno fica na doze — o isolamento inicial e também a subsequente manipulação por baixo do pano. Mercúrio, regente da 6, em Aquário, permite uma associação com os trabalhadores estrangeiros que trouxeram alguma ideia de liberdade pra cá… Se continuarmos a pensar em Saturno, que seria dispositor tanto de Vênus, que estaria na casa 10, quanto do próprio Mercúrio, temos as perseguições e encarceramentos de representantes destes mesmos setores da sociedade nos anos grevistas, e mesmo antes: era gente que vinha fugida da fome da Europa, da Ásia, do Império Otomano — e aqui refiro-me à grande imigração do século XIX.

Hipótese SP-1: São Paulo — carta especulativa para 9h10 LMT — 25.1.1554 — 046w37, 23s32.

A grande virada de São Paulo é no século passado. A imigração começa na região de Santo Amaro. O primeiro grupo de alemães que veio da Europa ficou ali, depois quase morreu à míngua.

Na revolução de 1932, Urano em trânsito estava oposto a Urano da fundação. Em 19 de janeiro de 1901 — atentem para a data — começa uma onda de greves em São Paulo, desses mesmos trabalhadores urbanos que vieram para formar a mão de obra da primeira fase da industrialização paulista. Nesta data, Saturno e Vênus estão nos primeiros graus de Capricórnio e, no dia seguinte, Júpiter atinge zero grau deste mesmo signo; se o Meio do Céu realmente estiver no início de Capricórnio, o que corresponderia a uma fundação em torno das 9h, temos aí um dado significativo.

Nas primeiras horas do dia 15 de maio de 1906 os trabalhadores da Cia. Paulista — 3.500 operários — decretam uma greve de ferrovias que depois irá espalhar-se. Mercúrio em trânsito pode estar em oposição à Lua, se esta estiver nos primeiros graus de Escorpião. Se Mercúrio for regente da 6… e a Lua da 4… Foi uma greve que começou no quarto minguante.

Esta série de greves culmina em 1907, com o maior levante operário daqui, englobando também o Rio de Janeiro e Santos. Era dia 27 de março. Júpiter estava no comecinho de Câncer, enquanto Vênus passeava em cima de Sol, Mercúrio e Marte. São Paulo parou. No final de maio algumas empresas concederam a jornada de 9 horas (e não de 8 horas, que só viria muito depois) e daí em diante alguns acordos começaram a ser firmados. Foi quando pela primeira vez os patrões escutaram os operários. Para se ter uma ideia, pode ser que o Júpiter em começo de Câncer tenha aberto um trígono com a Lua, que, portanto, teria de estar no começo de Escorpião em função da enorme popularidade e adesão à greve por parte da população. Plutão pode estar mesmo na 12, em trígono com a Lua: a coisa das organizações mais ou menos secretas, além do jeitão que manipula por baixo do pano, o poder paulista. Mas isso é outro assunto.

Júpiter estaria na 4. Na hipótese de horário de fundação em torno das seis da manhã, este Júpiter estaria fazendo um trígono com Plutão que seria o regente da dez, e a greve massiva foi o contrário disso: não houve hegemonia do poder que desse conta de acabar com a greve, mesmo às custas das mortes e da fome infligida.

Em 1913 começa o desemprego em massa. Urano em trânsito aproxima-se do Sol natal de São Paulo; em 1914 vem a pior crise, também por causa da I Grande Guerra, entre outros fatores. Quando Urano fica conjunto ao Sol, em 1915, as coisas começam a mudar para os empresários paulistas — foi o próximo passo da industrialização.

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Sobre Barbara Abramo

Barbara Abramo é astróloga profissional em São Paulo desde o início dos anos 80. Publicou o ensaio de Astrologia Política No Céu da Pátria neste Instante, em 1994. Assinou por 16 anos a coluna de Astrologia da Folha de S. Paulo. Atualmente mantém uma seção de previsões no UOL e páginas no Facebook e Google+. Atende em São Paulo. Veja todos os artigos ou entre em contato com Barbara Abramo.

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