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Leitura astrológica do desfile das escolas de samba

15/02/2015 por Fernando Fernandse

cena de desfileO desfile das escolas de samba, fenômeno sociocultural típico do Rio de Janeiro surgido no início dos anos trinta, acabou por se transformar no acontecimento máximo do carnaval carioca, determinando um padrão copiado em todo o Brasil. A escola de samba é um organismo complexo, onde cada elemento tem correspondências astrológicas.

“Superescolas de samba S. A.
Superalegorias
Escondendo gente bamba,
Que covardia!”

(trecho do samba-enredo do Império Serrano em 1982, de Aloísio Machado e Beto Sem Braço)

O desfile das escola de samba não é apenas um acontecimento lúdico, mas o ato de contar uma história em conformidade com um padrão consolidado pela tradição e consubstanciado em um regulamento. Pode ser entendido como um ato de linguagem, passível de análise em seus aspectos semânticos e sintáticos. A escola de samba, como qualquer organismo social, é uma estrutura constituída por uma infinidade de elementos em processo de mútua interação. Analisando a função desses elementos, podemos fazer um exercício de identificação de correspondências astrológicas.

Em outro artigo, já vimos o mapa-matriz dos desfiles de escolas de samba – aquele do primeiro desfile oficial, iniciado na Praça Onze em 7 de fevereiro de 1932, às 20h30 (horário de verão) – e constatamos que, como fenômeno sociocultural, a ópera popular que se representa no asfalto responde a um padrão genérico Virgo-Aquário complementado por fortes tonalidades piscianas, em ressonância com o mapa radical da cidade do Rio de Janeiro.

A unidade sintática: as alas

O fator virginiano está presente principalmente na divisão da escola em elementos constitutivos diferenciados: as alas. Cada ala, no desfile da escola, é um desdobramento do enredo. Sendo este uma narrativa, a ala é um elemento de sentido, como se fosse um parágrafo da história. Está ali para provocar no espectador um impacto estético-sensorial, mas também para ser lida e compreendida. O encadeamento das alas constitui a sintaxe do desfile, permitindo que a narrativa flua.

Ala de escola de samba

A função da ala não é apenas estética: trata-se de uma unidade de informação.

Do ponto de vista do desfile, a ala é um agrupamento de foliões que evoluem juntos e portam a mesma fantasia. Entendida como unidade semântica e sintática, a ala é regida por Gêmeos, Mercúrio e casa 3. Vista como tijolo para a construção da totalidade, ganha também um sentido taurino, signo da expressão arquitetônica.

Do ponto de vista de sua organização interna, a ala é um grupo de pessoas reunidas em função de um interesse comum. A escola de samba, comunidade múltipla e heterogênea, comporta a coexistência de diversos grupos sociais e faixas etárias. As alas funcionam como pequenas associações que reúnem pessoas que se identificam entre si (grupos de vizinhos, torcedores de um mesmo clube, membros da mesma categoria profissional) e criam mecanismos para viabilizar o desfile. Algumas alas, como se fossem clubes, promovem bingos e festas para arrecadar os recursos necessários ao pagamento das fantasias. Seus membros resolvem em conjunto as necessidades grupais – como relacionar-se com o restante da escola, como fazer o transporte das fantasias até o local do desfile – e tendem a estabelecer vínculos de camaradagem. Como fenômeno social, as alas de escola de samba são um assunto de Aquário e de casa 11.

Algumas alas são tão importantes que merecem consideração especial e regência astrológica própria. Vamos a elas.

Comissão de Frente

Comissão de Frente

Comissão de frente à moda antiga (anos 1940 a 1960): terno e respeitabilidade.

É uma espécie de grupo avançado da escola, cuja função, no passado, era a de representá-la, saudando o povo e pedindo passagem. Normalmente era constituída por nomes representativos da comunidade, em especial a Velha Guarda. Não fazia parte do enredo e seus integrantes não portavam fantasia, se bem que usassem terno com as cores da escola e o indefectível chapéu de palha. Comissão de frente era comissão de frente, e pronto. A função de seus integrantes era a de mestre de cerimônias. Os significadores de cerimônias são Júpiter, Sagitário e a casa 9. Nos últimos anos, a comissão de frente ganhou a função de elemento plástico, sendo habitualmente constituída por bailarinos que seguem uma rígida coreografia. Mesmo assim, esta ala não chega exatamente a fazer parte do enredo, funcionando mais como uma chamada do que virá a seguir. Numa correlação com a TV, a comissão de frente seria a vinheta que anuncia e resume o programa a ser apresentado. Continua a ser o grupo de mestres de cerimônias ou de embaixadores da escola (Júpiter, Libra), mas agora também com traços mais fortes de Vênus (o aspecto plástico) e de Urano (a intenção de criar surpresas, despertando a atenção do público e motivando a plateia).

Velha Guarda

A velha guarda são aqueles septuagenários que sempre aparecem juntos em algum momento do desfile, provocando comentários dos locutores de TV. Figuras conhecidas e queridas pela comunidade, representam uma espécie de contraparte masculina da ala das baianas. As escolas de samba antigas, tradicionais, levam uma tremenda vantagem psicológica sobre as outras, pois podem apresentar, como trunfo, a respeitabilidade de sua velha guarda. É como se este grupo fosse uma espécie de certificado de autenticidade.

Para ser membro da velha guarda o principal pré-requisito não é a idade, mas a origem. Há que pertencer à comunidade de corpo e alma e carregar no sangue toda a tradição cultural. A velha guarda é fonte e raiz. Tem na alma o espírito boêmio e a verve do início do século passado. Quando fortalecida dentro da escola, funciona como antídoto à descaracterização, risco consubstanciado na invasão de brancos de classe média e socialites que pegam carona na notoriedade das agremiações carnavalescas.

As correlações astrológicas são muitas: por um lado, a velha guarda é um recurso das escolas, constituindo parte essencial de seu patrimônio (casa 2). É também o canal que legitima o samba como herdeiro do vigor da cultura afro-brasileira, garantindo sua perpetuação (ancestralidade, casa 4). É, finalmente, uma espécie de sistema imunológico que garante a saúde da escola, entrando em ação sempre que a invasão de elementos estranhos torna-se particularmente ameaçadora. Neste sentido, funciona como os glóbulos brancos da escola de samba, permitindo uma correlação com o eixo casa 6 – casa 12, o da saúde, e com os signos de Virgem (assimilação seletiva) e Peixes (sistema linfático). Seu marcado conservadorismo é traço taurino, enquanto a idade provecta e a respeitabilidade apontam para Saturno. O que há de comum em tudo isso é a absoluta identificação com casas e signos femininos. Junto com a ala das baianas, a Velha Guarda constitui o aspecto mais yin das escolas de samba.

Baianas

Representam a tradição, a própria alma feminina da escola. As baianas tiveram origem nas “tias”, negras baianas vindas para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século XIX e na primeira do século XX para morar na região da Cidade Nova, Catumbi, Gamboa, Santo Cristo e arredores. Era na casa dessas “tias” que se reuniam os compositores e malandros, como Donga e João da Baiana, para saraus musicais regados a muita bebida e tira-gostos. As baianas eram, portanto, aquelas que nutriam os compositores e forneciam a base, a casa, para o desenvolvimento do samba. Faziam o papel de mãezonas, mas sem o aspecto repressivo (daí, talvez, a expressão tia seja mais adequada).

ala das baianas

O signo que melhor define as baianas é Câncer, sem dúvida. É o signo da mãe, do apego ao passado, da segurança emocional. A passagem da ala das baianas desperta um sentimento de retomada do vínculo com o passado (Câncer, casa 4). Quando algum carnavalesco mais ousado resolve vesti-las em estilo ultramoderno, a reação do público é de frustrada reprovação. Ninguém quer vê-las descaracterizadas, da mesma forma que ninguém gostaria de voltar ao lar da infância e encontrar a própria mãe de cabelos verdes e tocando uma guitarra heavy metal.

Ala Mirim

Está no polo complementar ao da velha guarda. Constituída exclusivamente pelas crianças da comunidade, simboliza o futuro e a garantia de que as tradições da cultura popular sobreviverão. Tal como a velha guarda, a ala mirim também responde pela integridade da escola, já que é uma das poucas alas não contaminadas pela presença de elementos estranhos às raízes do samba. Tem um forte sentido de casa 8 (a imortalidade garantida pela sobrevivência da escola através da renovação de seus membros), mas também remete ao eixo casa 5 (crianças, brincadeiras) – casa 11 (a esperança, a escola que se projeta para o futuro).

Ala de Compositores

Em algumas escolas, compositores e velha guarda são dois grupos que apresentam um alto grau de superposição. Considerado isoladamente, o grupo de compositores – que são também poetas populares – é regido por Vênus e Netuno, planetas ligados à música e à poesia, e tem lugar na casa 5, a do ato criativo.

Este é um artigo dividido em três seções. Veja também:

  • Alegorias, evolução e fantasias
  • Destaques, enredo, samba-enredo, patrono, diretor de harmonia e passistas

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Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

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