O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde de quinta-feira, 19 de janeiro, na queda de um avião bimotor de propriedade de um amigo no mar próximo a Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Os outros passageiros – entre eles o proprietário da aeronave – também perderam a vida no acidente.
Teori era o relator da Operação Lava-Jato, sendo o responsável por todos os processos da operação que chegavam ao STF, envolvendo políticos e empresários. Havia interrompido as férias para analisar os acordos de colaboração premiada dos executivos da Odebrecht.
Teori nasceu em Faxinal dos Guedes (oeste de Santa Catarina) em 15 de agosto de 1948, desconhecendo-se até o momento o horário. Levantamos uma carta solar, para o horário-padrão do meio-dia, sem o uso de casas.
De imediato, três fatores se destacam:
- A ênfase no elemento Fogo, com quatro planetas em Leão e Júpiter em Sagitário. A impulsividade típica do elemento é mitigada pelas conjunções do Sol com Plutão (autocontrole) e com Saturno (disciplina). Contudo, estamos diante do mapa de alguém que age de forma voluntariosa, com ímpeto para realizar coisas grandes (aspectos Sol-Júpiter-Plutão em Fogo) e sempre de acordo com a própria cabeça. É um tipo centralizador e pouco influenciável, com um toque imperial.
- Vênus e Lua encontram-se em oposição no eixo Câncer-Capricórnio. Este aspecto costuma estar presente na carta de pessoas que precisam “pisar em ovos” no ambiente familiar, já que é frequente a tendência para pequenos atritos com parentes próximos (especialmente mulheres), assim como situações difíceis decorrentes de fofocas e “disse-me-disse”. Considerando que o ministro era viúvo e que sua família, nos últimos cinco anos, foi o próprio ambiente do STF, o aspecto fala com clareza do terreno minado em que Teori viveu desde 2012, especialmente a partir do momento em que assumiu a relatoria da Lava Jato. Acrescente-se que Netuno fecha uma quadratura T com Lua e Vênus, e que Marte participa (com aspectos de órbita muito ampla) desta configuração. Esta quadratura T tem tudo a ver com mentiras, cortinas de fumaça e – evidentemente – traições e delações de todo tipo.
- Sol em Leão (um signo de poder centralizado) e Júpiter em Sagitário (um signo de leis e aplicação da Justiça) – ambos muito fortalecidos por estarem em seus respectivos domicílios – são os planetas que “mandam” no mapa de Teori Zavascki. Considerando os aspectos com Plutão e Saturno, o retrato que daí resulta é o de um homem público legalista, severo e pouco flexível. Um juiz a ser temido, portanto.
Teori Zavascki tomou posse no Supremo Tribunal Federal às 16h do dia 29 de novembro de 2012, na sede do órgão, em Brasília. A imprensa da época destacou o fato de que a cerimônia foi extremamente curta e espartana para os padrões do STF, tendo durado apenas dez minutos, sem qualquer discurso. Basta uma rápida olhada para a carta da posse para entendermos por quê:
O Ascendente da posse está em Áries – um signo rápido e “direto ao ponto”. Seu regente, Marte, encontra-se na casa 9 (que rege o Judiciário e a atividade do juiz), exaltado em Capricórnio (um signo prático, realizador e objetivo), em conjunção com Plutão (um planeta que agrega profundidade e um toque obsessivo em tudo o que toca). Já temos aí uma ideia da atitude com que Teori assumiu a nova função: a disposição para levar processos às últimas consequências, com ênfase nos procedimentos investigatórios e compromisso com a produção de resultados. É interessante observar o paralelismo: Plutão em conjunção com o Sol no mapa de nascimento e com o regente do Ascendente no mapa da posse.
Júpiter, o regente da casa 9 (o próprio STF), está na casa 2, das questões econômicas, oposto ao Sol (a luz, a consciência) na casa 8. O mapa de posse já anunciava que o foco de atuação de Teori seria a área econômica, consubstanciada nas questões levantadas pela operação Lava Jato (propinas, financiamento de campanhas, licitações viciadas etc.).
Três planetas na casa 7, em Escorpião, indicam que o ministro teria de se articular com seus pares e com outros interlocutores para a obtenção de resultados. Com o restritivo Saturno conjunto a Vênus, teria poucos aliados fiéis e alguns poderosos adversários.
A Lua na casa 3, em Gêmeos, mostra que a atuação de Zavascki estaria sempre sob os holofotes da mídia.
Finalmente, Marte-Plutão na 9 estão em quadratura com Urano, planeta de imprevistos, processos fulminantes e também significador de aviões. Urano ocupa a casa 12, dos acontecimentos obscuros ou fora de controle. Urano é o regente da 11, que pode ter aqui duas leituras: no nível mais pessoal, é a casa dos amigos (Zavascki morreu no avião de um amigo, em circunstância ainda não apuradas); no nível mais amplo, é a casa do Congresso Nacional, onde o ministro cultivava um vasto círculo de inimizades.
Como não conhecemos o Ascendente do nascimento de Zavascki, podemos colocar seus planetas natais na estrutura de casas do mapa da posse no STF. É uma forma de contextualizá-lo no papel específico de ministro e de homem público, num sentido mais geral.
A técnica mostra que, enquanto ministro, Zavascki detinha uma boa dose de poder e estava disposto a usá-lo de acordo com sua própria interpretação da lei e do papel da Justiça. Júpiter em domicílio está na cúspide da 9, em trígono com o Ascendente e com Sol-Plutão-Saturno: mais enfático, impossível!
Por outro lado, Marte, o regente do Ascendente, está exilado em Libra e pouco à vontade na casa 6, das crises agudas. A quadratura T em casas mutáveis, com Marte em seu ponto focal e oposto ao Ascendente, não é, com certeza, indicação de vida fácil. Caso não tivesse perdido a vida no acidente aéreo, nada garante que tivesse fôlego para concluir a tarefa na Lava Jato.
O avião bimotor em que o ministro viajava partiu do Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01 do dia 19 de janeiro. Eis a carta:
Mais uma vez, Áries está no Ascendente. Marte, seu regente, está junto à cúspide da casa 12 (os acontecimentos fora do controle) em quadratura quase exata com Saturno na casa 9 (o “congelamento” de sua atividade como juiz). Marte está em Peixes, signo relacionado às águas oceânicas. Urano transita a apenas cinco graus do Ascendente da partida do voo e em conjunção muito próxima com o Ascendente da posse de Teori no STF.
Urano está oposto, no eixo Ascendente-Descendente, a Júpiter, regente da casa 9, e à Lua, regente da 4 (que pode ser associada ao fim de um ciclo). O Sol angular no Meio do Céu – um ponto de destaque e evidência – mostra que os fatos que envolvem a viagem aérea não passarão em branco, devendo ser exaustivamente noticiados e investigados (Plutão também está próximo do Meio do Céu!).
A última carta é a do momento estimado para a queda do avião: “pouco antes das duas da tarde”, segundo informações da imprensa.
Agora, o Ascendente é Touro é seu regente é Vênus em Peixes – o signo das águas oceânicas – em conjunção com Netuno, outro símbolo do mar, e Marte, regente da casa 12 nesta carta.
Trata-se apenas de um acidente? Ou a morte de Teori Zavascki guarda alguma relação com a operação Lava Jato? Não temos esta resposta e provavelmente ninguém terá certeza sobre o ocorrido durante um bom tempo. A ênfase em Netuno e na casa 12, que observamos em três das cinco cartas, torna o caso obscuro e indica que as respostas conclusivas tendem a não aparecer. Contudo, e considerando do ponto de vista exclusivamente astrológico, Netuno não está enfatizado no mapa da posse de Teoria Zavascki no STF, o que permite supor que o acidente no mar não guarda relação com o exercício da função pública. Trata-se apenas de uma primeira impressão, que só poderá ser confirmada pelas investigações das autoridades e pelas pesquisas da comunidade astrológica.