A Igreja Católica
e os ciclos Urano-Plutão
Conjunções Urano-Plutão indicam
épocas de turbulência e de concentração
de riquezas e de poder às custas dos mais fracos ou dos tecnologicamente
desatualizados.
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Conjunções
Urano-Plutão estiveram por trás de momentos decisivos
da história da Igreja, como as cruzadas. |
Fica evidente a existência de uma constante
plutoniana nos momentos decisivos para a constituição
da Igreja Católica enquanto estrutura de poder. Tal
constatação pode guiar-nos na interpretação
do significado do momento atual, em que novo papa está prestes
a ser escolhido.
Considerando que todo o conclave provavelmente ocorrerá
sob a vigência da lunação de 8 de abril, dia
do enterro do papa João Paulo II e também de um eclipse
do Sol (não visível na Europa), pode-se comparar o
mapa da lunação com os dos três grandes momentos
da constituição da Igreja, verificando se as ativações
permitem alguma inferência conclusiva.
Pode-se também comparar o mapa da lunação
com a última conjunção Urano-Plutão,
ou seja, a que inicia o ciclo ainda hoje em desdobramento. A conjunção
mais recente aconteceu em Virgem, em meados dos anos 60, e corresponde
a uma das maiores revoluções do pensamento católico.
Vejamos o que diz a respeito o conhecido site Wikipedia (os
destaques são nossos):
O Papa Paulo VI chefiou a Igreja numa época
de transição entre as eras pré e pós-Vaticano
II. À época [1962-1965] assistiu-se à revisão
mais profunda da liturgia católica dos últimos séculos,
a mudanças no sacerdócio, e a um mundo em mudança
de valores com as taxas crescentes de divórcio, uniões
de fato, liberdade sexual e legalização do aborto
e das técnicas anti-concepcionais.
Colocando de outra forma: o último ciclo Urano-Plutão
começa exatamente com uma tentativa de modernização
da Igreja, que renova sua "tecnologia" com vistas a recuperar
um público cada vez mais materialista. Mais até do
que Paulo VI, a figura uraniana desta fase renovadora foi o Papa
João XXIII, que morreu logo depois de convocar o concílio
Vaticano II e dar a partida em uma verdadeira revolução
na Santa Sé.
Subsidiariamente, pode-se pensar também em
comparar a lunação de 8 de abril de 2005 com a última
conjunção Saturno-Plutão, ocorrida em 1982.
Tal conjunção, que teve lugar nos primeiros anos de
pontificado de João Paulo II, corresponde a um momento em
que o papa assume o papel de mediador de conflitos internacionais
e viaja à Inglaterra e à Argentina na frustrada tentativa
de evitar a guerra das Malvinas.
Por que usar o mapa da lunação
de 8 de abril?
Lunações (mapas das conjunções
Sol-Lua, ou seja, de cada Lua Nova) são tradicionalmente
utilizadas para previsões de acontecimentos de natureza coletiva.
Levanta-se o mapa da lunação para a sede do país
que se quer analisar e considera-se o mapa como um todo: aspectos
recebidos por Sol e Lua, casas enfatizadas etc. O alcance de um
mapa de lunação é de aproximadamente um mês
(até a lunação seguinte).
Ocorre que a lunação de 8 de abril
tem importância especial por dois motivos: em primeiro lugar
porque correspondeu à data do funeral do papa João
Paulo II, um dia único na história recente, pela comoção
que provocou no mundo e pela inédita afluência de quase
todos os chefes de estado do mundo ao Vaticano; e, em segundo lugar,
por ser também um eclipse do Sol, se bem que não visível
da Europa. Raul V. Martinez, em artigo
para Constelar, diz o seguinte sobre tais fenômenos:
A palavra eclipse vem do grego ekleípsis,
que quer dizer desmaio, ou seja, desvanecimento de cor e
de brilho, ou ainda desfalecimento, que é a perda
das forças e dos sentidos. A astrologia antiga, voltada mais
para governantes, atribuía significados parecidos com esses
aos eclipses, principalmente aos eclipses solares.
Não é preciso pensar muito para associar
o desfalecimento da luz ao funeral do Papa João Paulo
II, inegavelmente uma figura de conotação solar ("De
Laboris Solis").
Eclipses têm um alcance bem mais amplo do que
uma lunação comum, e que se estende até o eclipse
subseqüente. No já citado artigo, Raul V. Martinez acrescenta
também o seguinte:
Em astrologia mundial, os eclipses são considerados
juntamente com as configurações existentes na hora
em que ocorrem. (...) A carta do eclipse, neste caso, normalmente
é construída para a sede do governo e para o horário
da conjunção exata do Sol com a Lua. Essa figura é
utilizada como elemento complementar importante das cartas fundamentais
da nação, para determinado período após
o eclipse.
Pode-se argumentar que o eclipse de 8 de abril não
foi visível na Itália, onde está a sede da
Igreja. Mas parece-nos, por outro lado, que o impacto da morte do
papa transcendeu a questão geográfica, afigurando-se
como um evento de natureza global. Portanto, neste caso específico
não há como desconsiderar a análise do fenômeno.
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Lunação
de 8 de abril de 2005, 22h31m53s (+02:00) - Cidade do Vaticano
- 41n54, 12e29. Na manhã do mesmo dia ocorreu o funeral
de João Paulo II. |
Urano é o planeta mais angular do mapa da
lunação calculado para o Vaticano. Como esta lunação
tem uma força especial - trata-se de um eclipse do Sol -
podemos pensar em um conclave onde a ânsia de dotar a Igreja
de um sucessor à altura do carisma de João Paulo II
leve a uma escolha radical, precipitada ou de um nome que se revele,
mais adiante, excessivamente inflexível para lidar com as
resistências às próprias ações
que a Santa Sé desencadeará. A inflexibilidade pode
ser deduzida também da quadratura de Saturno perto da cúspide
da 9 à Lua Nova.
Este mapa com ênfase marciana (Escorpião
no Ascendente e Sol-Lua em Áries) e uraniana (por angularidade
de Urano) é eloqüente ao descrever a possibilidade um
conclave polarizado, "quente", dominado por forças
que se opõem um tanto cegamente (eclipse), levando a um "colapso
da luz". O aspecto que compensa o clima de arena é o
compassivo trígono Júpiter-Netuno, mostrando um momento
único de entendimento e solidariedade. Como este aspecto
também pode indicar fervor místico, o resultado pode
ser a escolha, num ato de entusiasmo, de um papa militante que acabe
acirrando antigos antagonismos.
Considerando os dois regentes do Ascendente, temos
Plutão em Sagitário, signo de Júpiter, e Marte
em Aquário em trígono com Júpiter. Há,
portanto, também um visível toque jupiteriano nesta
carta - mais acentuado ainda porque Júpiter se opõe
à Lua Nova!
Júpiter é o próprio significador
da atividade sacerdotal. Mostra, também, um ímpeto
expansionista, uma atitude "espaçosa", que pode
se traduzir por um conclave onde se afirme a idéia de que
o novo papa deve ser alguém capaz de ocupar (ou recuperar)
territórios.
Júpiter em conflito com Saturno contra um
pano de fundo Marte-Urano: eis um retrato adequado para as atuais
contradições da Igreja, onde movimentos conservadores
e "linha-dura", como a organização Opus
Dei, tentam frear a disposição ao compromisso social
e à participação política dos setores
de vanguarda. A escolha resultante será "nervosa",
contribuindo a longo prazo mais para aprofundar divisões
do que para unificar a Igreja.
Para conferir estas possibilidades, vamos confrontar
o mapa da lunação com os mapas-matrizes da Igreja
Católica, a começar pelo do Credo de Nicéia.
A lunação de
abril de 2005 e o mapa do Credo do Concílio de Nicéia
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