ASTROLOGIA E SAÚDE

Visão astrológica da cegueira

Valeria Bustamante

 

Quais são os aspectos e as configurações que indicam a possibilidade da perda da visão na carta astrológica? Neste artigo, que faz parte do e-Livro Enxergando o ouro dos atletas cegos, Valeria Bustamante faz o inventário dos principais fatores a observar, compilando observações desde Ptolomeu até astrólogos contemporâneos.

Superando as limitações físicas, muitos cegos se destacaram no mundo das artes. Ray Charles é o exemplo mais conhecido.

Tradicionalmente a cegueira está relacionada a maus aspectos dirigidos ao Sol e à Lua. O Sol rege o olho direito e a Lua o olho esquerdo num mapa masculino, o contrário nos mapas femininos.

Segundo Ptolomeu haverá falta de visão se o Sol ou a Lua, ou ambos, estiverem em maus aspectos e "en aplicación a alguna estrella nebulosa del círculo zodiacal, como las nebulosas de Cáncer [Praesepe e Aselli], las Pléyades [Alcyone] y Tauro, la punta de la flecha de Sagitario [Spiculum e Alnasl?], la cola de Escorpio [Acumen e Aculeus] o la existente en la melena de Leo [Al Jabah e Algieba? (*)] o la urna de Aquário [Situla?]."

(Texto do Tetrabiblos, Claudio Ptolomeu, Tradução Demetrio Santos, Ed. Barath, Madrid. Referência da posição das estrelas encontrada no site http://astro.isi.edu/reference/almagest.html)

(*) Imagino que talvez tenha havido problema de tradução e seja o cabelo do rabo do Leão, Denebola, uma estrela de primeira grandeza.

Ptolomeu também diz que "La falta de visión producida por Marte provendrá de quemadura, golpe o hierro. Si Mercurio estuviere configurado, será por lucha o juego, o por ladrones (o por correr a caballo y ejercicios de esta clase). Saturno por su parte produce alteración visual por catarata o frio, golpe de un objeto lanzado, película acuosa o similares." [Tetrabiblos, idem]

Charles Carter, em Enciclopédia de Astrologia Psicológica, relaciona os seguintes graus do zodíaco à cegueira: 8º grau de Gêmeos/Sagitário [correspondentes a Aldebaran e Antares]; 6º grau de Leão/Aquário; [Praesepae]; 3º grau de Câncer/Capricórnio [Tejat Posterior e Tejat Propus (*)]; e 29º de Touro [Plêiades/Alcyone].

(*) Ptolomeu relaciona essas estrelas a problemas nos joelhos e não nos olhos.

Ele também cita "aflições no centro dos signos mutáveis" e, como Ptolomeu, "aspectos negativos fortes envolvendo essas áreas e os luminares, especialmente quando em ângulos." É importante observar que a correlação graus do zodíaco/estrela fixa não é uma certeza, é uma das hipóteses. Vivian Robson aventa a hipótese de que os signos tenham recebido suas características do conjunto de estrelas que povoa aquela região do céu (The Fixed Stars and Constellation in Astrology, ed. Samuel Weiser, 1984).

Elsbeth e Reinhold Ebertin (citado por Jane Ridder-Patrick) apresentam uma lista onde cada grau do zodíaco se relaciona a alguma zona definida do corpo. Charles Carter adicionou significados a essa lista baseado em suas próprias observações, mas Jane Ridder-Patrick diz que Ebertin questionou a validade das observações de Carter. Essa lista de graus é citada em vários livros normalmente com os significados de Carter incluídos entre parêntesis.

Jane Ridder-Patrick também nos apresenta uma lista pouco conhecida, do astrólogo alemão Maurice Wemyss, que considera pontos opostos para estudar partes do corpo.

A autora cita que há desacordo entre estudiosos sobre o início do graus de cada signo [1º de Áries vai de 0º a 59' ou de 1º a 1º59'] e aconselha a observação pessoal.

A respeito dos graus clínicos listados por Ebertin, Robert Jansky escreveu que a Astrologia Médica deve levar em conta 5 graus antes e 5 graus depois caso algum planeta esteja por ali. Argumenta que eles correspondem a pontos muito próximos anatomicamente e que apontam problemas gerais naquela área (Robert Carl Jansky - Introdução à Astrologia Médica Holística, ed Pensamento, 1993. p. 153; artigo "Astrological Signatures of Disease").

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Max e Augusta Heindel (Astrodiagnose, Um Guia de Saúde, ed. Pensamento, 1999) dizem que a sexta casa, seu regente, o signo onde está e os planetas que lá se encontram indicarão o ponto fraco do corpo. E que o Ascendente e seu dispositor são a chave para a mentalidade que lidará de modo mais ou menos eficiente com esse ponto fraco.

G.B. de Surany (Manual de Astrologia Médica, ed. Pensamento, 1995) valoriza os aspectos dos dispositores dos luminares em direção aos mesmos e também às estrelas fixas. Cita um caso de cegueira ocorrida um mês após o nascimento onde Sol e Lua estão "debilitados por seus dispositores respectivos" além de formarem quadratura entre si. Cita ainda um caso de Glaucoma, com Sol e Lua conjuntos às PLÊIADES.

Rex E. Bills, no seu livro sobre regências (The Rulership Book, Macoy Pub. & Masonic Supply Co., 1976, Virginia.), também atribui ao Sol a regência do Glaucoma.

Já a apostila do curso "Stellar Healing", de C. C. Zain (ed. The Church of Light, 1975, tradução livre), diz que uma constante nos casos de cegueira é Lua severamente afligida por Marte. Se Marte for proeminente e aflito, a Lua, (...) pode causar problemas nos olhos. (...) E em casos de Catarata Netuno estaria envolvido. Lembro que Ptolomeu associa catarata a Saturno.

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