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ABORDAGENS DIDÁTICAS

O que é Psicoterapia?

Angela Schnoor

 

Responsabilidades do cliente e do terapeuta

Assim como vamos ao médico, o terapeuta vai nos ouvir, examinar e sugerir atitudes, mudanças de espaço, convivências e comportamentos.

Da mesma forma como o melhor resultado depende de nosso empenho em tomar a medicação do médico, também não é o terapeuta que nos cura, mas apenas nos orienta para que possamos nos sentir melhor através de suas recomendações e escuta.

A responsabilidade da relação com o terapeuta também é nossa e devemos discutir com ele nossas questões. Há que lembrar que ninguém pode conhecer-nos melhor que nós mesmos, e o terapeuta está ali para ver sob um outro ângulo aquilo que mostramos para ele. É o material que trazemos, que irá enriquecer ou não esta parceria.

Muitas vezes o médico nos encaminha para um especialista e o terapeuta poderá fazer o mesmo, se perceber que sua experiência não é adequada ao nosso caso, indicando um colega que possua mais conhecimento de nossa questão.

Um exemplo disso ocorre quando alguns sintomas emocionais podem ter sido somatizados de tal modo que um terapeuta corporal possa identificar e ajudar mais eficazmente na eliminação do foco que tensiona partes do corpo.

Desenho de criança? Nada disso. Trata-se do resultado de um trabalho grupal num exercício de arteterapia voltado para a terceira idade (veja mais na seqüência do artigo).

De outro modo, se uma pessoa se expressa melhor de forma não verbal e o terapeuta tem uma diretriz mais focada no mental, pode encaminhá-la, por exemplo, para um profissional que trabalhe com algumas técnicas de arte que facilitem o bem estar deste indivíduo de forma mais eficiente.

Qual seu objetivo, o que é possível, o que esperar

Pessoa alguma vai a um médico para se transformar em outra pessoa. A expectativa de alguns quanto a efeitos milagrosos de uma terapia, seja ela somática ou psíquica, é errônea e enganosa.

Salvo casos de cirurgia plástica e outros procedimentos estéticos superficiais, por enquanto não há médicos que possam mudar a cor de olhos de uma pessoa ou a natureza de seus cabelos, altura ou tamanho de pernas etc.

Da mesma forma, a psicoterapia não pretende mudar pessoas, e sim ajudá-las a ser aquilo que são, se aceitando, se valorizando e adequando suas aptidões e características, da melhor forma possível, para que ela encontre seu lugar no mundo e se sinta realizada e plena.

Tempo de duração

Assim como o físico, o psiquismo está em constante mutação e aperfeiçoamento. Dependendo das questões que o indivíduo traz para o terapeuta, o tempo da terapia pode ser mais ou menos breve.

Não creio na chamada "alta terapêutica" em seu sentido mais amplo e banal. Se algum médico der alta a um paciente e este entender que jamais terá outro incômodo, certamente este será um absurdo ou um equívoco. Da mesma forma o psicoterapeuta pode sentir que seu cliente integrou um aspecto de sua personalidade, mas não pode assegurar que este não terá outros momentos de desarmonia ou insatisfação pessoal, conflito ou outro sintoma qualquer.

O inconsciente libera uma quantidade de material que é trabalhado e pode se tornar consciente. Depois, quase sempre há uma fase neutra, como um platô, e nesses momentos o potencial que emergiu pode ser estruturado e estabilizado. Entretanto, algumas pessoas se ressentem deste momento de aparente tédio ou falta de material. Em minha prática profissional considero que a pessoa pode se afastar da terapia e viver esta estabilização de forma autônoma, retornando caso queira e quando sentir necessidade.

Concordo com Dr. Freud, o pai da psicanálise, quando disse : "... Uma análise séria dura ao menos um ano. Pode durar mesmo dois ou três anos."

Mas, quando a busca é de autoconhecimento, esta dura toda uma vida, mas... não tema, pois como eu já disse, você não terá que depender sempre de um terapeuta para isso.

Tipos de abordagem

Pessoalmente não gosto muito de especializações, mas reconheço que cada um vai sintonizar mais e melhor com o pensamento de algum autor ou ainda ter uma abordagem individual mais coerente com sua filosofia de vida. Afinal, se apenas seguíssemos os pensamentos de outros não haveria novas teorias.

De forma bastante genérica podemos dizer que as psicoterapias podem ter enfoques no pensamento, nos sentimentos, na linguagem corporal e comportamental, nos processos simbólicos e artísticos, ou seja, nas expressões criativas do ser humano.

As terapias mais profundas devem ser individuais, mas, em alguns casos, os encontros de grupos facilitam os retornos e as projeções, gerando resultados bastante gratificantes e rápidos, principalmente onde haja necessidade de socialização ou as dificuldades pessoais surjam, mais fortemente, através de relacionamentos.

A Astrologia como fonte diagnóstica

Atalhos de Constelar 76 - outubro/2004

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