Responsabilidades do cliente
e do terapeuta
Assim como vamos ao médico, o terapeuta vai
nos ouvir, examinar e sugerir atitudes, mudanças de espaço,
convivências e comportamentos.
Da mesma forma como o melhor resultado depende de
nosso empenho em tomar a medicação do médico,
também não é o terapeuta que nos cura, mas
apenas nos orienta para que possamos nos sentir melhor através
de suas recomendações e escuta.
A responsabilidade da relação com o
terapeuta também é nossa e devemos discutir com ele
nossas questões. Há que lembrar que ninguém
pode conhecer-nos melhor que nós mesmos, e o terapeuta está
ali para ver sob um outro ângulo aquilo que mostramos para
ele. É o material que trazemos, que irá enriquecer
ou não esta parceria.
Muitas vezes o médico nos encaminha para um
especialista e o terapeuta poderá fazer o mesmo, se perceber
que sua experiência não é adequada ao nosso
caso, indicando um colega que possua mais conhecimento de nossa
questão.
Um exemplo disso ocorre quando alguns sintomas emocionais
podem ter sido somatizados de tal modo que um terapeuta corporal
possa identificar e ajudar mais eficazmente na eliminação
do foco que tensiona partes do corpo.
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Desenho de criança? Nada disso. Trata-se
do resultado de um trabalho grupal num exercício de arteterapia
voltado para a terceira idade (veja mais na seqüência
do artigo). |
De outro modo, se uma pessoa se expressa melhor de
forma não verbal e o terapeuta tem uma diretriz mais focada
no mental, pode encaminhá-la, por exemplo, para um profissional
que trabalhe com algumas técnicas de arte que facilitem o
bem estar deste indivíduo de forma mais eficiente.
Qual seu objetivo, o que
é possível, o que esperar
Pessoa alguma vai a um médico para se transformar em outra
pessoa. A expectativa de alguns quanto a efeitos milagrosos de uma
terapia, seja ela somática ou psíquica, é errônea
e enganosa.
Salvo casos de cirurgia plástica e outros
procedimentos estéticos superficiais, por enquanto não
há médicos que possam mudar a cor de olhos de uma
pessoa ou a natureza de seus cabelos, altura ou tamanho de pernas
etc.
Da mesma forma, a psicoterapia não pretende
mudar pessoas, e sim ajudá-las a ser aquilo que são,
se aceitando, se valorizando e adequando suas aptidões e
características, da melhor forma possível, para que
ela encontre seu lugar no mundo e se sinta realizada e plena.
Tempo de duração
Assim como o físico, o psiquismo está
em constante mutação e aperfeiçoamento. Dependendo
das questões que o indivíduo traz para o terapeuta,
o tempo da terapia pode ser mais ou menos breve.
Não creio na chamada "alta terapêutica"
em seu sentido mais amplo e banal. Se algum médico der alta
a um paciente e este entender que jamais terá outro incômodo,
certamente este será um absurdo ou um equívoco. Da
mesma forma o psicoterapeuta pode sentir que seu cliente integrou
um aspecto de sua personalidade, mas não pode assegurar que
este não terá outros momentos de desarmonia ou insatisfação
pessoal, conflito ou outro sintoma qualquer.
O inconsciente libera uma quantidade de material
que é trabalhado e pode se tornar consciente. Depois, quase
sempre há uma fase neutra, como um platô, e nesses
momentos o potencial que emergiu pode ser estruturado e estabilizado.
Entretanto, algumas pessoas se ressentem deste momento de aparente
tédio ou falta de material. Em minha prática profissional
considero que a pessoa pode se afastar da terapia e viver esta estabilização
de forma autônoma, retornando caso queira e quando sentir
necessidade.
Concordo com Dr. Freud, o pai da psicanálise,
quando disse : "... Uma análise séria dura ao
menos um ano. Pode durar mesmo dois ou três anos."
Mas, quando a busca é de autoconhecimento,
esta dura toda uma vida, mas... não tema, pois como eu já
disse, você não terá que depender sempre de
um terapeuta para isso.
Tipos de abordagem
Pessoalmente não gosto muito de especializações,
mas reconheço que cada um vai sintonizar mais e melhor com
o pensamento de algum autor ou ainda ter uma abordagem individual
mais coerente com sua filosofia de vida. Afinal, se apenas seguíssemos
os pensamentos de outros não haveria novas teorias.
De forma bastante genérica podemos dizer que
as psicoterapias podem ter enfoques no pensamento, nos sentimentos,
na linguagem corporal e comportamental, nos processos simbólicos
e artísticos, ou seja, nas expressões criativas do
ser humano.
As terapias mais profundas devem ser individuais,
mas, em alguns casos, os encontros de grupos facilitam os retornos
e as projeções, gerando resultados bastante gratificantes
e rápidos, principalmente onde haja necessidade de socialização
ou as dificuldades pessoais surjam, mais fortemente, através
de relacionamentos.
A Astrologia como fonte
diagnóstica
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