|
Um eclipse total da Lua, visível
especialmente nas Américas, ocupou o eixo Touro-Escorpião
e alertou para decisões equivocadas sobre a questão
ambiental e para a finitude dos recursos naturais. No Brasil
e nos Estados Unidos, o eclipse coincide com fortes ativações
de Saturno, planeta que dá o tom do período.
|
Na noite de 27 para 28 de outubro de 2004 um eclipse
lunar total opôs o Sol em Escorpião à Lua Cheia
em Touro. Eclipses solares e lunares ocorrem com certa freqüência
e se organizam em ciclos regulares. Não são exatamente
geradores de eventos, mas focalizadores de processos simbolizados
por outros fatores astrológicos. Para entender o significado
de um eclipse, é preciso lembrar que Sol e Lua são
fatores essenciais do mapa, recebendo a denominação
de luminares exatamente pelo fato de constituírem os dois
focos de luz que vitalizam (no caso do Sol) ou sensibilizam (no
caso da Lua) os signos e casas pelos quais transitam, assim como
os planetas que aspectam. Na Lua cheia, quando o Sol se opõe
à Lua, qualquer planeta situado no eixo dos luminares, ou
em quadratura com estes, estará simultaneamente ativado por
ambos, o que significa dizer que estará ao mesmo tempo vitalizado
e sensibilizado. Portanto, um planeta no eixo Sol-Lua sempre
estará em destaque e fazendo sentir sua presença no
mapa.
Durante um eclipse, a ativação continua
a existir, mas a luz encontra-se provisoriamente ausente. Na medida
em que a luz tem uma conotação de consciência
- no sentido de lucidez, transparência e clareza - a falta
dela fala de opacidade, invisibilidade, ocultação
e colapso do discernimento.
Eclipses são apenas
eclipses
Ao longo dos séculos, eclipses foram vistos
quase sempre como eventos maléficos, que despertavam um supersticioso
temor. Ainda hoje existem teorias as mais contraditórias
sobre sua forma de atuação, a maioria delas supervalorizando
o impacto do fenômeno ou atribuindo-lhe um alcance no tempo
que a lógica não justifica. Assim, há quem
atribua aos eclipses o poder de, isoladamente, disparar guerras
e outros eventos de grande porte, mesmo que anos após o evento.
Nada disso parece fazer muito sentido, exceto o fato de que, durante
um eclipse, planetas em conjunção, quadratura ou oposição
ao eixo Sol-Lua podem assumir uma expressão negativa, em
função da perda momentânea de visibilidade em
relação aos assuntos sob sua regência.
Quanto aos efeitos do eclipse, o mais natural é
estendê-los apenas até a ocorrência de outro
fenômeno semelhante, ou seja, outro eclipse, o que pode acontecer
num intervalo médio de seis meses.
Consideramos também que, sendo um mapa de
trânsitos como outro qualquer, a carta do eclipse pode mostrar
ativações sobre outras cartas de qualquer natureza
(radicais, dirigidas ou progredidas), valendo destacar especialmente
as conjunções e oposições do planeta
eclipsado aos planetas da carta considerada.
A angularidade é também defendida por
alguns astrólogos como um fator de localização
geográfica. Em outras palavras: as regiões da Terra
onde os luminares estiverem transitando pelo eixo do horizonte ou
do meridiano local seriam particularmente vulneráveis à
ocorrência de eventos análogos à natureza do
eclipse. Trata-se de uma tese que não conta com unanimidade
de opiniões, mas que nos parece bastante pertinente.
O Brasil no escuro
No evento de 27 para 28 de outubro, o Brasil foi
um dos países em que o obscurecimento da Lua foi mais visível,
já que ocorreu enquanto ela transitava pelo Meio-Céu
da maioria das grandes cidades. Além do mais, Brasília,
Rio de Janeiro e São Paulo são exemplos de cidades
que tiveram a Lua eclipsada no Meio-Céu no mesmo momento
em que Saturno se levantava no Ascendente.
|
Eclipse Lunar Total - 28.10.2004, 00h04 -
Brasília, DF - 15s47, 47w55. |
Se compararmos o mapa do eclipse com o mapa da Independência
do Brasil, veremos outra vez Saturno em evidência: a Lua do
eclipse está sobre Saturno do Grito do Ipiranga e em oposição
a Marte - e este é o aspecto que deve ser levado em conta
se quisermos entender as inclinações do país
na reta final do segundo turno das eleições municipais,
três dias depois.
|
Círculo interno: Independência
do Brasil - 7.9.1822, 16h30 LMT - 23s32, 46w37; círculo
externo: planetas do eclipse de 28.10.2004. Observar a ativação
do eclipse ao eixo Saturno-Marte do Grito do Ipiranga. |
|