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Professor Zeferino, um menino de 91 anos

19/08/2018 por Fernando Fernandse

Ele era o astrólogo de carreira mais longa no país: Zeferino Pina Costa, 77 anos de estudos e prática profissional. Conheça um pouco da biografia e do legado do professor que era visto por seus colegas como um menino curioso de 91 anos.

Zeferino Costa, 1926-2018A prática da Astrologia já era comum em São Paulo desde o início do século XX, mas foi a geração dos astrólogos nascidos nas décadas de 1920 e 1930 que implantou as primeiras escolas estáveis, organizou os primeiros congressos e fundou as primeiras instituições  de classe. A essa geração pertencem, entre outros, nomes como Waldyr Bonadei Fücher (Escola Regulus), Juan Alfredo Müller e Raul Varella Martinez (primeiros a promover cursos de extensão em Astrologia em universidades), Sergio Mortari (médico pioneiro no uso de Astrologia para anamnese em Homeopatia) Antonio Facciollo (fundador da ABA) e Zeferino Pina Costa, o mais longevo de todos.

O Professor Zeferino nasceu no Rio de Janeiro em 22 de junho de 1926 e faleceu em 27 de maio de 2018, em São Paulo, na condição de mais antigo astrólogo em atividade no país. Tendo começado a estudar Astrologia ainda adolescente, exerceu a atividade por inacreditáveis 77 anos, deixando uma infinidade de clientes, alunos e amigos. Formado em Engenharia Eletrônica, desempenhou um papel de destaque na implantação das primeiras redes de televisão no país, tendo trabalhado, entre outras, na pioneira Rede Tupi e, a partir de 1983, na Rede Manchete, onde foi diretor técnico.

Sua formação na área das ciências exatas ajudou-o a desenvolver um approach fortemente técnico da Astrologia. Foi o primeiro profissional brasileiro a ter um computador pessoal para cálculo de mapas, ainda na década de 1970, e sempre soube tirar partido dos recursos da informática. Dedicou-se a alguns temas pioneiros, como o estudo da importância de Quíron no mapa natal (um dos primeiros no mundo a fazê-lo). Contribuiu para a difusão de técnicas experimentais, como a Proluna, e atuou como professor em diversas escolas paulistanas.

Zeferino em congressos e escolas dos anos 1980

O ano de 1980 assiste ao 1º Congresso Brasileiro de Astrologia, realizado em São Paulo no dia 19 de outubro. Dele participam os melhores quadros da ABA naquela época, assim como convidados de outras regiões. Do Rio de Janeiro vieram Maria Eugênia de Castro, a criadora da SARJ; Danton Pereira de Souza, que então preparava seu livro Predições Astrológicas, de Astrologia Mundial; e Gary Dale Richman, americano radicado na capital fluminense. Do Uruguai veio o búlgaro Boris Cristoff, criador do método Proluna e da tabela de correlação de períodos históricos com as fases decorrentes da precessão dos equinócios. O ufólogo e matemático Ademar Eugênio de Mello também estava lá, para fazer uma análise astrológica de tremores de terra. Zeferino não podia faltar, e foi o responsável pelo tema A mensagem do novo planeta Quíron – lembrando que Quíron havia sido descoberto há apenas três anos.

1ºCongresso de Astrologia de São Paulo, 1980

Em 1988 surge em São Paulo uma nova escola. É a Astro*Logos, conforme relata Ana Maria González:

Os professores da escola eram além de Mônica Alencar e Valdenir Benedetti, Wanderlei Vernilli, Marylou Simonsen, Zeferino Pina Costa e Antônio Carlos Bola Harres. Os convidados eram muitos entre os quais podemos citar Ademar Eugênio de Melo, Cláudia Castelo Branco, Márcia Mattos, Walderson de Souza e Heloisa Cupini.

Inauguração da escola Astro*Logos, SP.

Inauguração da escola Astro*Logos, em dezembro de 1988. Zeferino, de terno, era um dos professores. Contava, na época, 52 anos.

A Astro*Logos trazia uma proposta inovadora, unindo ecletismo e seriedade, além de tentar estabelecer uma ponte com a Astroscientia do Rio de Janeiro. Durou até 1992.

Zeferino no Congresso da SARJ de 1989

Capa do folder do 6º Congresso de Astrologia do RJ

Detalhe da capa do folder do 6º Congresso de Astrologia do Rio de Janeiro.

No site do escritor Paulo Coelho encontramos uma preciosidade: o folder de divulgação do 6º Congresso de Astrologia do Rio de Janeiro, promovido pela SARJ (leia-se: Maria Eugênia de Castro) nos salões do Copacabana Palace, entre 10 e 12 de novembro de 1989. Através deste documento, descobrimos que o prof. Zeferino apresentou-se no dia 11 de novembro, às 12h45, no Salão Azul do Copacabana Palace, com o tema Proluna x Age Point. Na sala ao lado apresentava-se o recifense Eduardo Maia, enquanto na terceira sala tinha lugar uma mesa-redonda sobre a Morte.

Na época, a SARJ era a mais ativa entidade astrológica no Rio de Janeiro (o recém-fundado SINARJ só ganharia maior evidência na década seguinte). O público atraído pelos congressos da SARJ em espaços nobres, como o Copacabana Palace e o Hotel Glória, alcançava um montante ainda não igualado pelos congressos posteriores. Zeferino estava lá, ao lado de nomes como Paulo Coelho e Valdenir Benedetti – e já era naquela ocasião, provavelmente, o palestrante mais antigo, com nada menos de 40 anos de experiência até aquele momento remoto, anterior à queda do Muro de Berlim!

Relação de palestrantes do Congresso da SARJ de 1989

Outro detalhe do folder, com a relação parcial dos palestrantes.

A virada do milênio: “Astrólogo junto, só defunto”

A Zeferino se atribuía um dito chistoso sobre as dificuldades de organização da comunidade profissional: “Astrólogo junto, só defunto”. Mesmo assim, não deixou de participar do turbulento período de 1998 a 2002, quando colegas de todo o país digladiavam-se, contra e favor das propostas de regulamentação que chegaram a circular no Congresso Nacional. Em 1998, uma lista eletrônica de Astrologia chamada Astroforum concentrava os debates mais pesados sobre a questão. Num dos períodos em que o clima estava mais quente entre os litigantes, o Prof. Zeferino resolveu interferir, exercendo o papel de bombeiro através de uma carta aberta:

Queridos confrades,

Apos ter conhecimento dessas discussões tão insípidas, confesso publicamente que tenho vergonha de ter nascido astrólogo “pois comecei a estudar essa coisa aos 14 anos”. O que mais aprecio no homem é o seu saber, mas lembro a vocês que o conhecimento, como o ouro, é limitado e portanto não pode ser dividido com muitos, mas a sabedoria é ilimitada e consiste em sabermos utilizar bem o tanto de conhecimento que nos foi possível acumular.

Vocês se esquecem disso. Cada um se acha mais rico que o outro, mais senhor da verdade, e a comunidade sofre. Enquanto discutirmos por coisas efêmeras, não vamos conseguir que nossa profissão seja oficializada e, portanto, respeitada, e esse deve ser o objetivo desta lista, ou deveria o ser.

Queridos, cresçam, sejam grandes. O importante é olhar para o universo e ver a harmonia. Tudo passa.

Carinho para todos,

27 de abril de 1998
Zeferino

Os conflitos tornaram-se um pouco mais civilizados (ao menos na lista Astroforum), mas a comunidade não chegou ao consenso. Quatro anos mais tarde, em função de uma projeto de lei do Deputado Federal Luiz Sérgio, a briga recrudesceu e chegou a seu momento mais crítico. Em 6 de junho de 2002, Zeferino achou necessário manifestar-se de novo, através de outra carta aberta:

Recomendo a todos os astrólogos que têm orgulho do que fazem se unam com os seus representantes de classe pois uma andorinha só não faz verão.

Desde a mais remota antiguidade os astrólogos, entre si, sempre se digladiaram. Morin mesmo tinha um monte de inimigos e, embora eu o siga, ele sempre se julgou o melhor, esquecendo-se de que não era o único.

Eu posso saber muito mas não sei tudo. A soma do conhecimento de todos é que faz com que uma classe seja respeitada.

Eu costumo afirmar que “astrólogos de bem e juntos, nem defuntos” Chegou a hora de, por um momento, esquecermos isso.

Vamos nos unir, lutar e vencer e depois continuamos com as nossas briguinhas, pois sem briga ninguém cresce.

Vamos em frente a luta é boa…
(…)

Aos poucos as arestas foram aparadas. A regulamentação pelo Congresso Nacional não aconteceu e os grupos contra e a favor acabaram por se unir para fundar a CNA – Central Nacional de Astrologia. E Zeferino, do alto de seus 79 anos completados em 2005, buscava novos novos e surpreendentes campos de interesse.

Zeferino com George Ferreira Jorge

Zeferino com George Ferreira Jorge, na Astrológica de 2015.

Já era internauta desde os primeiros dias da internet brasileira. Agora, começava a descobrir as redes sociais e decidia voltar aos bancos escolares. Criou seu perfil no Facebook após os oitenta anos, mesma época em que completou o curso livre de Homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa.

Em 2015, aos 89 anos, continuava em atividade. Em outubro daquele ano, o site do Instituto Avalon anunciava uma palestra em que Zeferino demonstraria “a interação da Astrologia, Homeopatia e sua aplicação no equilíbrio da saúde”. Três meses antes, em julho, fora entrevistado por George Ferreira Jorge no evento Astrológica, da Gaia, esbanjando bom humor diante de uma atenta plateia que o aplaudiu de pé no final.

As manifestações após a partida de Zeferino dão a medida de sua importância. Uma boa parte dos astrólogos paulistanos aprendeu alguma coisa com ele em algum momento. E as marcas ficarão, como revelam os depoimentos do próximo artigo:

Zeferino, um perfil a sete mãos

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Trânsitos, o mapa em movimento

Curso online: INTERPRETAÇÃO DO MAPA SEM HORÁRIO – Início: 7/8 – Inscrições abertas

Interpretação de Mapas Sem Horário

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Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

Comentários

  1. Mario Teixeira de Branco diz

    26/12/2018 em 02:24

    Conheci Zeferino ao final de 1989, como ele comecei a estuar astrologia aos 13 anos, sou engenheiro civil, e formamos boa amizade. Zeferino era um craque na datação de fatos. Tive o prazer de desfrutar da sua amizade e com o carinho que ele tratava os assuntos da astrologia. eu estudei e pesquisei muito a astrologia chinesa e ele prestava muita atenção quando versava a respeito, nos repeitamos muito e concordamos sempre com relação as desavenças entre astrólogos, ridículas. A sabedoria na astrologia é área de concordâncias, infelizmente não é assim, pelo menos tive um par nessa vida. Descanse em paz meu amigo.

  2. Sofia Leonice diz

    08/09/2018 em 18:50

    Curtí muito o conteúdo deste
    Emocionei-me ao ler noticias de Zeferino, lembro-me dele qd fez o mapa astral para mim e meus filhos na década de 80.

  3. sasulina guerra diz

    20/08/2018 em 20:21

    Um ser humano maravilhoso, um grande astrólogo e amigo das horas difíceis. Impossível esquece-lo !

  4. Deborah Ziemer diz

    20/08/2018 em 11:06

    Até ontem nunca tinha ouvido falar do professor Zeferino, mas já me apaixonei por ele. Que vida incrível! E eu que pensei que tinha me interessado por astrologia muito velha e que não daria mais tempo pra fazer muita coisa… Comecei aos 32, estou chegando aos 40 e me senti uma menininha ao ler esse post. Foi uma injeção de estímulo, viva a vida!

  5. Fernando Guimarães diz

    20/08/2018 em 00:57

    Obrigado. Impossível não ficar melancólico.

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