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Tríplice conjunção de 2020: os ecos de uma guerra sem fim

07/01/2020 por Fernando Fernandse

A tríplice conjunção de Júpiter, Saturno e Plutão em Capricórnio, ao longo de 2020, reverbera processos históricos de máxima importância no passado: ecos de uma guerra sem fim entre a Europa Ocidental e o Oriente Médio.
Protestos em Teherã

A intolerância contra o diferente é a marca registrada das configurações de 2020. A escalada de acusações mútuas entre Irã e Estados Unidos é um bom exemplo.

O dado mais impressionante sobre o encontro de Júpiter, Saturno e Plutão de 2020 é que esta tríplice conjunção ocorreu apenas cinco vezes nos últimos dois milênios, e estas ocorrências são simultâneas a processos históricos de máxima importância, com grande impacto sobre a a economia, a política, a sociedade e a cultura de cada época.

Este artigo, assim como O mundo em 2020: acerto de contas com a Idade Média, teve origem na palestra 2020: um acerto de contas com a Idade Média, apresentada por Fernando Fernandse no Simpósio do Sinarj de 2017. Os mesmos temas são desdobrados com mais detalhes na versão em vídeo do evento Presságios 2020, apresentado pelo autor no Rio de Janeiro em novembro de 2019.

Uma conjunção é um aspecto exato – ou partil – entre dois planetas que, a partir de uma perspectiva terrestre, ocupam num dado momento exatamente o mesmo grau e o mesmo minuto da eclíptica. Conjunções são relativamente comuns e repetem-se a intervalos regulares: aproximadamente a cada 12-13 anos para Júpiter-Plutão, 20 anos para Júpiter-Saturno, 33 para Saturno-Plutão. Contudo, a conjunção exata (partil) de três ou mais planetas, todos no mesmo grau e no mesmo minuto, é praticamente impossível do ponto de vista estatístico.

O que chamamos de tríplice conjunção é, por esta razão, um conceito ligeiramente ampliado da conjunção convencional. Ela existe quando três planetas vão formando conjunções exatas, dois a dois, e o terceiro planeta encontra-se muito próximo, em órbita razoavelmente estreita, de forma que os três planetas mesclam seus significados e sua atuação ocorre em bloco.

É o que acontece ao longo de 2020 e início de 2021 com Júpiter Saturno e Plutão, conforme podemos acompanhar no gráfico abaixo:

É fácil observar que Júpiter não chega a participar da conjunção Saturno-Plutão de 12 de janeiro, já que o arco entre os três planetas ainda é superior a treze graus. Contudo, a partir de fevereiro os três planetas vão-se aproximando até alcançar uma órbita de apenas 4º03′ em novembro, quando da terceira conjunção partil Júpiter-Plutão. Durante onze meses estes planetas ativam uma estreita faixa de oito graus, entre 22º de Capricórnio e 0º de Aquário, sendo que os graus mais afetados são exatamente 22º e 24ºde Capricórnio (atenção para países ou personalidades públicas com planetas nesta faixa dos signos cardinais).

Tríplices conjunções de planetas geracionais (de Júpiter a Plutão) são fenômenos raros, estando associados a processos de enorme alcance. A última configuração desta natureza foi a tríplice conjunção entre Saturno, Urano e Netuno, no início dos anos noventa, que desencadeou transformações decisivas na geopolítica mundial. Para lembrar apenas algumas, trata-se do período da  dissolução da União Soviética, da reunificação da Alemanha, da queda do Muro de Berlim e do surgimento de mais de duas dezenas de novas nações independentes.

Buscando o significado da tríplice conjunção

A melhor maneira de determinar o significado e o alcance de uma nova tríplice conjunção é analisar as ocorrências de natureza política, econômica, social, religiosa ou militar associadas aos encontros planetários anteriores. Mesmo que ocorram em épocas históricas bem diferentes e afastadas no tempo, sempre será possível buscar por características comuns que permeiam todas as ocorrências passadas, processos que se repetem em suas linhas gerais – enfim, o eixo organizador comum a todas as manifestações do ciclo.

No caso da tríplice conjunção de Júpiter, Saturno e Plutão, o fato mais espantoso é que, considerando uma faixa de aproximação entre os três planetas de no máximo seis graus, esta configuração ocorreu apenas cinco vezes nos últimos dois milênios, sendo que a mais recente está afastada de nossa época por mais de 870 anos!

A mais antiga destas conjunções na era cristã ocorreu no ano 113, em plena fase de apogeu do Império Romano. Na época, o poder de Roma expandia-se para o Oriente, prenunciando um choque com duas potências regionais da época. A primeira era a Armênia, então ocupando um território muito mais extenso do que o atual, que correspondia ao espaço geográfico da moderna Armênia mas também da Síria, de Israel, e de porções consideráveis da atual Turquia e norte do Iraque.

A outra potência – a mais poderosa e com maior potencial de expansão – era o Império Parta, que correspondia, grosso modo, ao território do atual Irã e à porção centro-sul da Mesopotâmia (atual Iraque). Os partas eram os herdeiros da tradição persa e constituíam uma rica civilização cujo impulso de crescimento levou-a a expandir-se até o litoral do Mediterrâneo.

As vitórias romanas resultaram na anexação da Armênia e na neutralização do projeto imperialista dos partas, que perderam fôlego e parte do controle sobre as importantes rotas comerciais que ligavam a Índia e a China ao Mediterrâneo, através da Ásia Central.

Esta primeira tríplice conjunção da era cristã teve, portanto, um poderoso impacto sobre a vida no sul da Europa e em todo o Oriente Médio. No confronto entre as maiores potências do Ocidente (Roma) e do Oriente Próximo (Império Parta), saiu vencedor o poderio romano. Enormes regiões mudaram de mãos e os rumos da área do Mediterrâneo Oriental e do Oriente Médio sofreram uma profunda transformação.

A conjunção de 411 e o saque de Roma

Três séculos mais tarde os mesmos planetas voltam a se encontrar, desta vez no final de Touro e início de Gêmeos. O outrora imbatível Império Romano encontra-se em decadência. Povos bárbaros invadem as fronteiras e instabilizam a vida nas províncias. As instituições estão em crise, e sucedem-se os golpes de estado. O exército é constituído quase exclusivamente por mercenários, a maioria estrangeiros. Neste quadro caótico, um obscuro povo nômade da Europa Oriental irrompe na península itálica e consegue cercar e saquear Roma, no ano de 410. Se bem que a decadência romana já viesse desde o século anterior, este fato tem enorme importância simbólico, sendo considerado um dos marcos da transição da Antiguidade para a Idade Média. A partir daí, a Europa, antes unificada pelo controle latino, fragmenta-se cada vez em pequenos reinos bárbaros.

Após o saque de Roma, os visigodos seguem adiante pelo litoral do Mediterrâneo e terminam por fixar-se na Península Ibérica, onde fundam um reino. É a origem da atual Espanha.

A conjunção de 710 e a expansão islâmica

A tríplice conjunção seguinte ocorre em Câncer, em 709 e 710. No século anterior, uma nova força política, militar e civilizatória surgira no Oriente Médio, organizada em torno da religião fundada por Maomé. A nova potência é o Califado Omíada, primeiro com sede na Arábia e posteriormente em Damasco, na Síria; e a religião é o Islamismo, hoje praticado por mais de um bilhão de fiéis. A expansão islâmica avança pelo Mediterrâneo com uma força irresistível e, sob a conjunção Júpiter-Saturno-Plutão, ocupa a Espanha, submete os visigodos e implanta um califado muçulmano em plena Europa. As consequências são tremendas: durante os séculos seguintes, e até nossa época, a tônica das relações entre a Europa e o mundo asiático será dada pelo confronto entre as civilizações cristã e muçulmana.

A conjunção do mundo feudal

Em 848-849 ocorre mais uma tríplice conjunção. Trinta anos antes, após a morte do Imperador Carlos Magno, o império dos francos dividira-se entre três novos reinos, dois dos quais dariam origem às futuras França e Alemanha. Vivia-se ainda o clima de um pequeno renascimento cultural e reativação da vida econômica. Navios cristãos singravam o Mediterrâneo e mantinham comércio com o Oriente. Contudo, a campanha de muçulmanos do norte da África pela conquista da Sicília acaba resultando na instalação de um emirado naquela ilha e no fechamento do Mediterrâneo ao comércio cristão. A Sicília ocupa uma posição estratégica, sendo essencial para o controle da navegação entre o Mediterrâneo Ocidental e Oriental. Sua conquista resultou em instabilidade para o comércio e para a geopolítica regional.

Esta foi a tríplice conjunção mais exata da era cristã, e também aquela associada a transformações históricas mais difíceis de perceber à primeira vista. O fechamento do Mediterrâneo não se deu num momento determinado, e sim foi resultado de um processo que se estendeu por décadas. Com as crescentes dificuldades para o comércio – também ampliadas com a pirataria dos vikings e magiares – a Europa cristã mergulha pouco a pouco numa fase em que predominam as pequenas unidades de produção agrária autossuficiente. O comércio e a vida urbana reduzem-se drasticamente e toma forma o sistema de produção político, econômico e social que ficou conhecido pela denominação de Feudalismo.

Esta situação só começa a ser revertida trezentos anos mais tarde, com a última tríplice conjunção antes da atual. Em 1146-1147 Júpiter, Saturno e Plutão encontram-se em Touro. É o momento em que as principais potências europeias estão mobilizadas num enorme empreendimento de natureza militar, com vistas à reabertura das rotas de peregrinação (este era o pretexto) e de expansão econômica (esta a verdadeira causa) para o Oriente. São as Cruzadas, a primeira das quais acontecera em 1095, ainda sob a égide da conjunção Urano-Plutão de 1090.

A Segunda Cruzada tem lugar precisamente em 1147 e é a primeira a contar com a participação de chefes de estado europeus: seus líderes foram o rei Luis VII da França e Conrado III do Sacro Império Romano Germânico. Contudo, a expedição terminou com uma retumbante derrota para os cristãos, que perderam territórios no Oriente Médio e tiveram de esperar por mais quarenta anos para uma nova tentativa.

As cinco ocorrências da tríplice conjunção guardam entre si diversas analogias intrigantes à primeira vista mas absolutamente concordantes com a natureza dos planetas envolvidos. Compreendê-las permite lançar luz sobre o encontro de Júpiter, Saturno e Plutão de 2020-21, assunto do artigo O mundo em 2020: acerto de contas com a Idade Média.

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Arquivado em: História e Cultura, Previsões Marcados com as tags: Europa, história, Islamismo, Plutão, Roma, Saturno

Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

Comentários

  1. Carmem Lucia de Andrade diz

    16/01/2020 em 01:40

    Gostaria de saber se essa conjunção tem a ver com o incêndio da austrália, já que é de grande força não precisa da conjunção exata pra começar a causar mudanças e danos

    • Redação Constelar diz

      28/01/2020 em 17:10

      Sim, Carmen, desastres ambientais também estão no espectro de significados da Tríplice Conjunção.

  2. Isabela diz

    08/01/2020 em 20:16

    Excelente trabalho!

    Notável a aproximação do retorno de Plutão no mapa dos EUA (27 graus de Capricórnio)… Muito provavelmente na casa 2, considerando o ascendente Sagitário.

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