Nana Caymmi rivaliza com Monteiro Lobato e Getulio Vargas pelo título de personalidade pública mais taurina da história do país. Todos têm seis planetas em Touro, mas apenas Nana nasceu com o Sol neste signo. Considerando o Ascendente em Capricórnio e Netuno em Virgem, chega-se à impressionante marca de oito fatores da carta em signos de Terra.
Nana Caymmi nasceu com nada menos que seis planetas em Touro. Considerando o Ascendente em Capricórnio e Netuno em Virgem, chega-se à impressionante marca de oito fatores da carta em signos de Terra.
Lembra da figura de Nana no palco? A voz poderosa, densa e aveludada, fala de Vênus enquadrada entre Sol e Saturno em Touro. O corpo, contudo — apesar das semiquadraturas da Lua em Gêmeos —, parece sempre tranquilo e repousado: nenhum gesto ou movimento desnecessário.
Em muitos aspectos, Touro é o mais feminino dos signos, o que melhor guarda a memória das civilizações agrárias da antiguidade. Se as estátuas da Mesopotâmia falassem, teriam a voz desta cantora, cujo timbre encorpado e postura hierática despertam uma reverência quase religiosa. Lembra de Nana cantando Sentinela, com Milton Nascimento? Pois é.
O nascimento de Nana Caymmi ocorreu em 29 de abril de 1941, às 22 horas, em Salvador. São dados confirmados pela própria filha, a jornalista Stella Caymmi, que, ao escrever a biografia da família no livro O Mar e o Tempo, fez questão de citar os dados de nascimento de todo o clã.
A carta natal

Nana Caymmi – 29.4.1941, 22h, -03:00 – Salvador, BA.
No mapa, tudo gira em torno da conjunção Sol-Vênus-Saturno na casa 4. Nana carregava em sua voz um toque ancestral. Tinha a força de uma velha matriarca, mas a presença de três planetas na 5 — sem esquecer de Saturno na cúspide da casa — permitiu que derivasse esta fecunda energia para o palco.
Contudo, o mapa é um exemplo do modelo Balde cuja alça é Marte em Aquário, em aspecto difícil com Saturno, Júpiter e Urano. Eis o toque de turbulência para contrabalançar o stellium taurino. Nana tinha uma personalidade descrita como “irreverente e forte”. Viveu quatro casamentos e muitos relacionamentos, teve de suportar uma das maiores vaias da história dos festivais (Festival da Canção, 1966) e enfrentar o machismo da indústria fonográfica: Marte em Aquário, como Elis Regina.
Os últimos meses de vida foram de sofrida internação. Júpiter, regente de sua casa 12 (hospitais), vinha de uma conjunção com a Lua natal e acabara de ingressar em sua casa 6, das crises agudas. No dia da morte, Mercúrio, o regente da 6, estava exatamente no Fundo do Céu — o fim da vida.
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