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O Cristo Redentor e sua marca uraniana

12/10/2021 por Fernando Fernandse

A estátua do Cristo Redentor, no alto do morro do Corcovado, tem Urano no Ascendente envolvido numa quadratura T. Um mapa tão impressionante quanto o próprio monumento, cuja inauguração esconde uma pequena trapaça.

Cristo Redentor

Poucos eventos da história do Brasil foram tão bem documentados quanto a inauguração da estátua do Cristo Redentor, eleita em 2007 uma das sete maravilhas do mundo atual.

A construção do monumento foi sugerida pela primeira vez em 1859, e a estrada de ferro que dá acesso ao cume do Corcovado data de 1884-85. Contudo, a ideia do monumento só tomou vulto em 1921, quando o governo brasileiro planejava as comemorações do centenário da Independência.

A engenharia nacional a serviço do Cristo Redentor

Apresentando dificuldades técnicas imensas, o projeto teve de esperar mais dez anos para tornar-se realidade. A pedra fundamental foi lançada em 4 de abril de 1922, com o Sol em Áries, e o projeto do engenheiro Heitor da Silva Costa foi escolhido em 1923. Contudo, as obras só puderam ser iniciadas em 1926. O Cristo Redentor representou na época uma grande realização da engenharia brasileira com uma pequena participação francesa, já que o escultor franco-polonês Paul Landowski foi o executor dos braços e do rosto da escultura.

A estátua é de concreto armado revestido de triângulos de pedra-sabão da região de Carandaí, cidade mineira entre Barbacena e Conselheiro Lafaiete. A construção durou longos cinco anos e foi financiada por doações coletadas por arquidioceses e paróquias de todo o país. A inauguração aconteceu, enfim, no dia 12 de outubro de 1931, escolhido por ser a data comemorativa do Descobrimento da América.

Evidentemente a obra de engenharia já estava pronta antes daquele 12 de outubro. Entretanto, a marca registrada do Cristo Redentor é sua iluminação, que transforma a estátua numa referência natural na paisagem carioca. Além do mais, sendo uma obra católica, não havia como considerá-la inaugurada sem as devidas bênçãos e festividades litúrgicas – o que motivou, aliás, infindáveis protestos da comunidade evangélica, especialmente da Igreja Batista.

O mapa da inauguração

As solenidades da inauguração se estenderam por uma semana inteira e mobilizaram os esforços da Arquidiocese do Rio de Janeiro, dos governos federal e distrital (o Rio era então a capital da República) e também do maior conglomerado de comunicação da época, os Diários Associados, comandados pelo jornalista Assis Chateaubriand. A imprensa cobriu com grande riqueza de detalhes o momento culminante da inauguração: o acionamento a distância das luzes do monumento pelo senador italiano Marconi, o mesmo que inventara o rádio 35 anos antes. Vamos aos fatos – e ao mapa do Cristo!

Foi um espetáculo soberbo, de inesquecível majestade, a bênção do monumento ao Cristo Redentor, pela manhã de hoje. Estavam presentes, no alto do Corcovado, as altas autoridades eclesiásticas e civis, e, enquanto se efetuava a bela cerimônia, uma esquadrilha de aviões deslizando, tranquila, pelos ares macios da manhã lançava braçadas de flores sobre a imagem de Jesus. Os sinos de todas as igrejas bimbalhavam festivamente. Um momento de inenarrável emoção. (…) Diário da Noite, 12 de outubro de 1931.

Um parêntesis: o Diário da Noite era um jornal vespertino, com uma fantástica tiragem que chegava, em certas ocasiões, a 200 mil exemplares por dia. Além disso pertencia ao poderoso Assis Chateaubriand, que resolveu tirar partido publicitário em torno da inauguração da estátua, como veremos a seguir. Por causa desse interesse direto, o Diário da Noite publicou uma edição no fim da noite de 12 de outubro, contando tudo sobre o evento.

Temos aqui a informação de que a bênção da igreja católica ao monumento aconteceu na manhã de 12 de outubro, no próprio local, num clima festivo que parecia envolver toda a cidade — e embaixo de chuva constante, como conta o Diário Carioca, jornal rival do Diário da Noite.

A Companhia Radiotelegráfica Brasileira e Marconi, ele mesmo, haviam guardado um profundo sigilo em torno da prova que o grande inventor deveria fazer ontem à noite iluminando de Roma a estátua de Cristo Redentor. Marconi desde sexta-feira passada se comunicava com o Sr. René Bouglé, diretor geral da Radiotelegráfica, dizendo-lhe que desejava fazer domingo, às 19 1/4 , uma experiência de transmissão de onda elétrica a fim de acender os refletores que deveriam iluminar a estátua. O diretor geral da Radiotelegráfica deu conhecimento do desejo de Marconi apenas aos diretores dos Diários Associados, Srs. Gabriel Bernardes, Paulo Rapaport e Assis Chateaubriand. Tratava-se de uma experiência e por isso mesmo os diretores da Radio não desejavam dar-lhes maior divulgação. (…)

Na verdade, não era exatamente uma experiência secreta de Marconi, pois outros jornais já anunciaram o fato abertamente em suas edições matuninas. Mas segue o Diário da Noite:

Às 18 3/4 os diretores dos Diários Associados já se encontravam na sala de aparelhos da Companhia, que fica no 4° andar do edifício Hasenclever, na Avenida Rio Branco. (…)

Às 19 e 14 todos os corações palpitavam. Faltava um minuto, e esse minuto era uma eternidade. Uma eternidade tanto mais imensa e angustiosa quanto ela durou, pelo relógio da sala, 120 segundos.

Às 19 e 16 minutos todos os olhares da sala que se fixavam para a janela donde se divisava o Corcovado viram o céu cortado de um halo luminoso. Dentro da massa de nuvens, as fulgurações de luz rompiam bravamente a escuridão. Três minutos após, os rolos pardacentos se dissipam e o Cristo branco, com as suas mãos imensas de perdão e de ternura, fulgia no topo da montanha, inundado de caridade boreal. O milagre de Marconi se tinha traduzido em todo o seu esplendor. Diário da Noite, 12 de outubro de 1931.

Temos aí o horário exato da inauguração do Cristo Redentor: não foi às 19h15, como pretendia Marconi, mas às 19h16. A primeira visão que a população teve do Cristo foi o irromper de uma luz difusa, já que, num primeiro momento, as nuvens não deixaram perceber detalhes da estátua. O mapa mostra um Ascendente em Áries, lembrando que o Brasil experimentava então, pela primeira vez, o horário de verão.

Mapa da Inauguração do Cristo Redentor

Inauguração do Cristo Redentor – 12.10.1931, 19h16 – HV – Rio de Janeiro, RJ.

Curiosamente, o mapa apresenta uma Grande Cruz cardinal, envolvendo quatro planetas: Urano, Plutão, Sol e Saturno. A grande quadratura em signos cardinais é uma configuração dinâmica, empreendedora, indicando situações desafiadoras que precisam ser resolvidas através de um impulso para a ação. O desafio do Rio de Janeiro naquele momento era encontrar um símbolo forte, que desse para a cidade uma “marca registrada” e contribuísse para projetar a imagem de uma metrópole moderna, bonita e acolhedora. O Rio já tinha o Pão de Açúcar, mas ainda faltava algo. Foi a gigantesca estátua do Cristo Redentor que trouxe para a cidade sua identidade definitiva, sua marca inconfundível, sua referência permanente. Basta constatar que a imagem do Cristo Redentor está muito mais presente na música popular, no cinema e na TV do que qualquer outro cartão-postal carioca.

A trapaça uraniana e as mãos geminianas

Urano é sempre Urano, especialmente quando em conjunção com o Ascendente e em oposição ao Sol, como nesta carta. O toque uraniano já começa na bênção que antecede a inauguração, com aviões em voo rasante jogando pétalas de flores sobre padres e assistentes. Uranianos são também os helicópteros que continuam contornando a estátua diariamente, a transportar turistas dispostos a pagar um pouco mais para uma visão privilegiada do monumento.

Mais uraniana ainda foi a forma escolhida para a iluminação do Cristo: um impulso elétrico comandado à distância por um dos maiores inventores da época. Não é preciso dizer que Urano rege tanto a eletricidade quanto os inventores! Contudo, segundo outra versão, uma falha de transmissão provocada pelo mau tempo teria impedido que Marconi tivesse sucesso em sua tentativa, às 19h15. O “jogo de cintura” carioca logo levou ao acionamento do “plano B”: alguém acendeu as luzes por Marconi e deixou que o inventor italiano acreditasse ter sido o autor da façanha. Uma pequena trapaça logo no momento da inauguração? Nada de estranho para um monumento que é o símbolo do Rio de Janeiro! Além do mais, eis que Urano (que já é naturalmente um significador de imprevistos) estava retrógrado, na casa 12 e triplamente tensionado. Um dos aspectos existentes na carta é exatamente a quadratura com Saturno, indicando restrições e impedimentos (Saturno) relacionados com comunicação de longa distância (casa 9). A crer no mapa, não foi realmente Marconi quem inaugurou o Cristo Redentor.

Plutão no Fundo do Céu do Rio

Bonito, mas isolado, íngreme e inacessível: um mapa com Urano na 12 e Plutão no Fundo do Céu.

Vênus e Plutão são os dois planetas mais angulares da carta. Vênus em Libra na 7 está em analogia com a agradável experiência estética de quem sobe ao Cristo e contempla a cidade lá embaixo. Já Plutão no Fundo do Céu talvez explique porque o Cristo Redentor é reconhecidamente estupendo, mas pouco acolhedor: como outras localidades em cujo mapa Plutão é muito forte, a estátua está num lugar de difícil acesso e controlado por “máfias” de motoristas que monopolizam a única alternativa ao trenzinho, fazendo o turista gastar sempre algo mais do que planejou. Marte e Lua em Escorpião também reforçam essa impressão sutilmente hostil que a região do Corcovado provoca, quando vista de perto.

Mãos do Cristo

As mãos desproporcionalmente longas não mentem sobre o Ascendente do Rio de Janeiro.

Resta considerar um detalhe, de grande importância astrológica na retificação do próprio mapa do Rio de Janeiro: o Cristo é o maior símbolo da cidade, devendo, portanto, guardar alguma pista sobre o Ascendente da antiga capital do Brasil. É nesse momento que nos chama a atenção um detalhe: em vez do Cristo crucificado, ou de mãos postas para o céu, o que vemos é uma gigantesca figura “de braços abertos sobre a Guanabara”, como a lembrar que o verdadeiro Ascendente do Rio (uma cidade pisciana) não pode ser outro senão Gêmeos. O que mais se destaca no monumento são exatamente os braços e as mãos, regiões do corpo regida por Gêmeos, e numa postura também geminiana: expansiva, apontando para direções opostas e visível de todos os ângulos. Mais do que uma referência religiosa, o Cristo lembra uma imensa antena que capta sinais de toda parte, redistribuindo-os para a cidade inteira, lá embaixo.

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Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

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