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Isabel, a princesa uraniana

11/08/2014 por Fernando Fernandse

Princesa IsabelA escravidão foi a grande nódoa dos primeiros quatro séculos de história do país. Sua abolição veio como fruto de um longo processo, mas foi a Princesa Isabel que ganhou o status de redentora da raça negra. Seu mapa ajuda a entender por que o peso do símbolo foi mais forte do que o peso dos fatos.

Qual a real importância da Lei Áurea e da participação da Princesa Isabel para o fim do trabalho escravo no Brasil? A resposta pode estar em alguns números: quando a Lei Áurea foi sancionada, havia pouco mais de 700 mil escravos no país, menos de 6% de sua população total. Em São Paulo, já quase não havia escravos desde antes de 1880, substituídos nas fazendas de café pela mão de obra dos imigrantes italianos. Províncias inteiras já estavam livres da escravidão, como o Ceará e o Amazonas, que a extinguiram ainda em 1884.

Se por um lado o fim da escravatura era apenas questão de tempo, seria, por outro lado, excesso de rigor negar à princesa – e à família real, por extensão – qualquer mérito no processo abolicionista. Isabel Cristina, a herdeira do trono que por tantas vezes já assumira a regência durante as longas viagens de seu pai ao exterior, tinha real simpatia pela causa abolicionista e vinha externando consistentemente esta posição ao longo das duas décadas anteriores. Entretanto, a cautela caracterizava as atitudes do trono, cuja base de sustentação contava com muitos elementos escravocratas.

A Lua da Lei Áurea: uma princesa perde o trono

Mapa da assinatura da Lei Áurea, 1888

Assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel – 13.5.1888, 15h15 LMT – Rio de Janeiro, RJ – 22s54, 43w13. Fonte: CHAGAS, Carlos. O Brasil sem retoque – 1808-1964, volume I.

A Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel às 15h15, hora local, de um domingo, 13 de maio de 1888. O ato foi precedido por uma forte campanha abolicionista, em que escritores, jornalistas e outros intelectuais tiveram participação decisiva. No mapa, a Lua em Gêmeos (signo da palavra) na casa 9 (da propaganda e também da ética) é bastante adequada como significadora do papel da imprensa na formação da opinião pública. Por outro lado, é uma Lua Fora de Curso, ou seja, que deixará o signo que ocupa sem formar nenhum aspecto maior com outros planetas. Tradicionalmente, atribuem-se à Lua Fora de Curso alguns significados, tais como:

  • falta de propósito ou de objetivo;
  • ação de resultados imprevisíveis;
  • fim de linha – nada resultará da ação representada pelo mapa.

Em parte, todas as possibilidades são factíveis. Além de ser significadora natural do povo comum e das flutuações da opinião pública, a Lua responde neste mapa pela autoridade da Coroa, já que Câncer encontra-se na cúspide da casa 10. A Lua é, então, o símbolo da própria Princesa Isabel, que naquele momento exercia o poder imperial na qualidade de regente. Ao posicionar-se a favor da Abolição, Isabel contribuiu para reduzir ainda mais a já abalada base de apoio da monarquia, fazendo com que muitos grandes proprietários pendessem definitivamente para a República. Foi um ato que lhe trouxe enorme popularidade momentânea, mas fechou-lhe de vez as possibilidades de ascensão ao trono. Cumpriram-se, assim, os sentidos da imprevisibilidade e de “fim de linha” da Lua Fora de Curso.

Sinastria entre as cartas astrológicas da Lei Áurea e da Princesa Isabel.

Círculo interno: Assinatura da Lei Áurea; círculo externo: carta solar da Princesa Isabel (29.7.1846), calculada para o meio-dia. Em destaque, o jogo de conjunções e oposições entre o Ascendente e Urano da Abolição e Lua-Urano da princesa.

O mapa da princesa

A sinastria entre as cartas da Lei Áurea e da Princesa Isabel é impressionante. Nascida em 29 de julho de 1846, Isabel Cristina tinha Sol e Marte em Leão, estando Marte em oposição a Netuno-Saturno em Aquário. Este Netuno da princesa, aliás, está próximo do Ascendente da Independência do Brasil. Netuno no Ascendente é um aspecto de charme e idealização, o que explica o apelo que a figura da princesa sempre teve para seus contemporâneos e gerações posteriores. Isabel tinha um lado conservador e carola. Seus horizontes intelectuais foram muitas vezes limitados pela censura do pai (o imperador D. Pedro II) e do marido, o Conde d’Eu. Na carta, essas características estão claras na oposição entre Mercúrio em Virgem e Saturno no final de Aquário, um aspecto de rigidez e contenção. Por outro lado, tinha um interesse real na educação, cuja expansão sempre defendeu, e na causa abolicionista, vista com simpatia desde a juventude. Esta mulher inteligente, culta e de personalidade forte (Sol em Leão) acabou sendo uma das brasileiras mais mitificadas da história do país, às vezes retratada com a aura romântica de ter sido a mulher que trocou o trono imperial pela libertação dos escravos.

O aspecto mais significativo de seu mapa é a oposição da Lua em Libra a Urano em Áries, que será tanto mais exata quanto mais o horário de nascimento da princesa aproximar-se das 13h. É um aspecto que fala do desejo de liberdade e de equidade social, e é possível imaginar que a simpatia de Isabel pela campanha abolicionista tenha sido fruto de uma insatisfação interior com a sociedade patriarcal e preconceituosa em que cresceu. Projetado sobre o mapa de 13 de maio, esta oposição Lua-Urano fica exatamente sobre o eixo Ascendente-Descendente da assinatura da Lei Áurea, ativando também a conjunção Urano-Marte presente no céu naquele dia. A Lua em Libra da princesa sobre o Ascendente da Lei Áurea mostra a receptividade popular com que o ato foi acolhido. E o Urano da princesa em oposição a Urano-Marte da Lei Áurea mostra não apenas por que ficou ela conhecida como a redentora, mas também que aquele foi um momento de definitiva ruptura (Urano) com as últimas forças que ainda davam suporte à monarquia. Urano é o regente de Aquário, signo que ascende no mapa da Independência; e Marte é o regente tradicional de Escorpião, signo que ocupa o Meio do Céu da mesma carta (o poder, o grupo governante).

Como o mapa da Lei Áurea pode ser lido também como uma carta de trânsitos sobre os planetas natais da princesa, compreende-se que Isabel vivia um momento de especial sintonia com os ventos de mudança que anunciavam uma nova fase na vida do país. Mesmo não sendo a principal artífice da Abolição, a regente do trono estava apta e madura para exercer um papel de destaque no ato simbólico que rompeu com mais de trezentos anos de infâmia.

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Arquivado em: Brasil, História e Cultura Marcados com as tags: 2001, Brasil, Império, política, trânsitos

Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

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