Experimentar a astrologia mundana em um evento da envergadura de um eclipse de Super Lua é enriquecedor e interessante. Assim me atrevo novamente, sem medo de errar totalmente nas previsões, analisando os efeitos vindouros do eclipse. Utilizo desta vez as técnicas dos escritos de Albumasar em De Magnis Coniuntionibus através do trabalho Astrologia Mundana de Raphael.
Como sempre, toda a vez que um grande evento astronômico acontece, surgem as premonições apocalípticas costumeiras. Sempre tem um evangélico que encontra um versículo em Jeremias ou Ezequiel onde se podem ver analogias; neste momento a astrologia serve para alguma coisa. Ou então encontram uma quadrinha de Nostradamus para fazer relações vagas nas quais qualquer interpretação cabe. Mas o que a Astrologia pode nos dizer sobre o Eclipse exato de uma rara Lua de Sangue???
Bem, antes de tudo devemos ter em mente que os acontecimentos posteriores a este eclipse seriam como arremates, finalizações de certos eventos desencadeados pelo eclipse lunar de 4 de abril deste ano. Mas esta Lua Cheia também trará uma intensificação e concentração desses eventos já desencadeados e levará a outros. O eclipse de 27 setembro será como um inverso do eclipse 4 de abril, pois o Sol e a Lua apenas trocarão de signos (Áries e Libra).
O eclipse de 27 de setembro alcançará seu ponto exato as 23:50:28 (horário de Brasília). Poderá ser visto com facilidade no Brasil e restante da América Latina. O leste dos Estados Unidos e do Canadá, bem como o Oeste da África e da Europa, além de tudo que fica no Oceano Atlântico, verão este eclipse. Como mostra o mapa abaixo, o eclipse acontecerá muito próximo das cúspides da casa X e da casa IV, numa distância pequena de 5° da cúspide de cada casa. Em signos cardinais, estando a Lua em Áries e o Sol em Libra.
Abaixo seguem os itens necessários para se observar no mapa de um eclipse lunar. Segundo Raphael:
1- Eclipses têm mais efeito nos países onde são visíveis, e mais especialmente quando estão no meridiano no momento do Eclipse Central. Eles também afetam os países e cidades regidas pelos signos em que estão posicionados; Verificar países e cidade regidos por Áries.
2- Quanto mais exato for o eclipse, mais poderosa sua ação sobre a Terra e seus habitantes;
3- No caso deste eclipse, caindo em signo cardinal, os eventos começam logo após o eclipse e se resolvem rapidamente. Em mutáveis, os efeitos são intermitentes; e em fixos, levam tempo para começar e tempo para acabar;
4- Eclipses em signos de Fogo ameaçam destruir gado, perda de colheitas. Indicam exílio, prisão ou morte de algum rei, personalidade ou grande governante. Aborrecimento demasiado e dissensão entre o povo. Movimentos de exércitos, combates, incêndios, febres, peste, especialmente nas regiões afetadas pelo eclipse;
5- A força do planeta (Marte) que rege o signo em que o eclipse cai deve ser considerada, e sua posição no mapa do eclipse deve ser verificada, pois principalmente as significações deste planeta vão aparecer;
6- Quando infortúnios governam o signo do eclipse e estão mal posicionados, produzem grandes males. Quando bem posicionados e auxiliados por fortunas, produzem o bem; apenas bem posicionados, causam males suaves. Quando os benefícios governam o local do eclipse, os efeitos são melhores, mas muito depende da força do planeta regente. Aflitos por infortúnios, seus efeitos ficam prejudicados, mesmo acontecendo.
7- Os eclipses lunares têm seus efeitos iniciados quase imediatamente. Os efeitos vão durar por tantos meses quanto forem as horas de duração do eclipse; Ptolomeu diz:
Se o eclipse cai no Meio do Céu, os eventos vão começar a aparecer a partir do quarto para o oitavo mês seguinte, e os principais efeitos acontecerão durante a segunda ou meia parte desse período.
Os eclipses e o mundo
O ano de 2015 é regido por Marte, e como ele é o regente do signo (Áries) onde ocorrerá o eclipse, seu papel é importante e sua natureza influenciará nos acontecimentos posteriores ao eclipse. Marte é um infortúnio, mas está peregrino (signo de Virgem), em termos de Mercúrio e cadente (Casa III), portanto poderá fazer estragos de forma intermitente. Como a casa é cadente, os males serão noticiados volta e meia. Além disso, serão provocados em questões de mídia, portanto podemos esperar problemas de comunicação entre países e governos se desentendendo por agressões feitas por outro. A casa III fala de fluxos, movimentos e viagens. Temos visto os refugiados do Oriente Médio e da África invadindo a Europa. Navegam o Mediterrâneo ou fogem do Oriente pela Turquia e dando a volta pelos países ao norte do Mar Negro.
Após o eclipse de 4 de abril, os meios de comunicação começaram a noticiar o índice alarmante de refugiados chegando à Sicília, na Itália. O número de africanos simplesmente havia triplicado após o eclipse. No mapa de 4 de abril podemos ver Júpiter em Leão (signo da Sicília) mostrando um aumento de movimentação. Ele dispõe de Saturno retrógrado em Sagitário, e Saturno dispõe de Ceres em Aquário na casa IX. Casas III e IX indicam viagens e fluxos. Júpiter mostra uma quantidade imensa de gente se movendo e Ceres mostra que são pessoas “perdidas” ou que estão “buscando algo”. Na mitologia, Ceres é a deusa mendiga que vaga o mundo buscando por sua filha. Ela depende da bondade dos estranhos. Saturno na casa VII mostra que tais pessoas são os “outros”, “estrangeiros”.
No dia 30 de abril o vulcão Cabulco entra numa grande erupção no Chile, país regido por Sagitário. Saturno estava em Sagitário na casa VII, aspectando o grau 4° de Áries com trígono e o 4° de Libra, justamente os graus onde acontecerá o eclipse de 27 de setembro. Não apenas o Cabulco entrou em erupção como agora, em setembro, um terremoto e um tsunami alarmaram o Chile.
Problemas Ambientais
Parece que ninguém interpreta um eclipse se não fala de catástrofes. Mesmo que o astrólogo erre, no íntimo, muitos colegas e leitores esperam que seja dito que um vulcão vai explodir e dizimar um país, ou que um terremoto vai dividir um continente. Quanto a isso, deve-se seguir a regra clássica: planetas em cúspides de casas cardinais são sinais de terremotos e vulcões despertando.
Como o eclipse de 27 de setembro acontecerá próximo de cúspides cardinais (casa X e IV), pode-se repetir o que aconteceu no Chile. Mas como? Albumasar e Raphael dizem que terremotos acontecem frequentemente quando planetas como Saturno e Júpiter estão no eixo Touro-Escorpião. Raphael mostrou exemplos notáveis disso. Saturno é um clássico agitador, e ele estará fora de Escorpião no dia do Eclipse, mas no 1° grau de Sagitário, fazendo sextil com o Sol e trígono com a Lua, ambos nas cúspides cardinais, na hora do Eclipse.
Como dito anteriormente, Sagitário rege o Chile. Portanto, um terremoto pode se repetir no país. O terremoto de setembro foi sentido até aqui no Brasil; a cidade de São Paulo balançou um pouquinho e ela é regida também por Sagitário.
Como os graus do eclipse estão em Áries e este signo rege também o Japão, talvez os eventos sísmicos não aconteçam no Chile, mas no Japão. Uma possível data seria 13 de novembro entre 23 horas e 01:00 da madrugada (horário de Brasília), em nosso continente ou no Japão por volta do meio-dia. Mas espero que esta previsão esteja totalmente errada, porque, se ocorrer, será uma catástrofe de grandes proporções.
Voltando a Marte
Mesmo peregrino e em casa cadente (Virgem na casa III), Marte causará aborrecimentos. Pela natureza de sua posição não seriam transtornos e conflitos crescentes, pois ele caminha para uma conjunção com Júpiter, que também está peregrino e fora de seu séquito. O romano Firmicus já dizia que Júpiter e Saturno são do séquito diurno, portanto devem estar na parte de cima do mapa, ou seja, sempre de dia, pois à noite os dois planetas causam grandes desgraças.
Mas como Marte e Júpiter estão peregrinos e cadentes, os problemas serão intermitentes e serão solucionados aos poucos (possivelmente a Europa e seus refugiados sírios sejam partes deste problema). Como Marte estará no primeiro decanato de Virgem, isso indica problemas para governantes, segundo Raphael e Albumasar.
Como Áries rege a Síria e a Inglaterra, a situação de refugiados que desejam chegar ao Reino Unido só aumentará. Dissensões entre governos europeus ficarão maiores por conta da grande massa que só vai se avolumar. Marte em Virgem fala sobre enfermidades. Assim a Europa terá problemas de saúde pública com refugiados, particularmente a Inglaterra e a França. Recordemos que Leão rege a França e, no mapa do eclipse de 4 de abril, antes de triplicar o número de refugiados, já se pode ver o acúmulo crescente (Júpiter) de gente em terras francesas.
Como Marte dispõe da Lua e ela rege a casa II (finanças e bolsas de valores), as moedas não ficarão estáveis rapidamente. Marte em Virgem mostra uma intermitência, e a Lua, por ser naturalmente cambiante e assentada em um signo cardinal, facilita uma dinâmica financeira difícil de equilibrar. O euro sofrerá golpes, desequilíbrios monetários vindo novamente de Portugal e Espanha, pois são dois países da Europa onde se poderá ver o eclipse. Outro motivo para se crer que estes dois países trarão problemas econômicos para a zona do euro é porque Portugal é regido por Peixes e a Espanha por Sagitário, ambos são signos de Júpiter e este planeta estará em exílio na casa III, em Virgem.
O regente do mapa do eclipse é Mercúrio, retrógrado, combusto e oposto à Lua. Mercúrio estará aflito agora como no outro eclipse. Combusto, ele não poderá dispor positivamente de Júpiter nem recebê-lo bem em Virgem. Ceres, também relacionada com Virgem, estará na casa VIII, portanto fraca e aflita. Mercúrio retrógrado indica dificuldades de movimentação do comércio exterior, e com o eclipse, a situação não melhora. Mercúrio na casa IV indica problemas com comida. Nesse caso tenho uma pergunta: a Europa pode sofrer uma crise de alimentos por conta dos refugiados?
O Brasil e o eclipse
Veremos o eclipse com perfeição. Ele vai alcançar seu ponto exato sobre o nosso Nordeste. E estados do Sudeste também serão privilegiados nesse sentido.
O eclipse nunca é visto como um evento bom. E este, em especial, não indicará coisas boas para o Brasil. A Lua estará aflita numa conjunção com o péssimo Nodo Sul, com Vesta, Urano e Éris retrógrados ao seu lado na casa X. Ele acontece dentro da Casa X, distando 5º da cúspide. Então, no geral, para países e regiões regidas por Áries haverá problemas com governantes. O Sol do Brasil é virginiano de casa VII. Marte e Júpiter do mapa do eclipse de 27 de setembro estão próximos do Sol do Brasil.
Aqui no Brasil veremos as questões sobre a renúncia (Vesta retrógrada na X) ou o impeachment de Dilma crescerem. Se esta leitura estiver certa, creio as coisas chegarão a tal ponto nos próximos meses, que Dilma vai rolar de uma vez do alto do palácio do planalto, próximo ao fim deste ano.
Segundo o mapa natal especulativo, que adotei anteriormente para prever sua reeleição, Dilma tem Leão no Ascendente. Virgem na casa II, com Marte a 4° graus. E tem Gêmeos no Meio do Céu com Urano!
O mapa do eclipse mostra Marte em Virgem no 1º grau, dispondo da Lua eclipsada, na casa X. Urano (20° retrógrado) está com a Lua na casa X, e em quadratura com o Urano (24° retrógrado) natal de Dilma. Éris na casa X, com Urano e também retrógrada, não é um bom sinal. Éris já provou que é polêmica e que “age” provocando confusões cujo caráter é reformular a ordem das coisas e colocar cada qual em seu lugar.
Assim que foi descoberta, Éris “derrubou” Plutão para o posto de planeta anão. Ela e Urano indicariam uma “revirada” no governo e a “derrubada” de Dilma. Além disso, a Lua eclipsada na X está em péssima conjunção com o Nodo Sul, sinal de crises no governo.
Quase conjunta à Lua está Vesta (retrógrada), um planeta feminino e de Fogo. Eu diria que Vesta, por seu caráter sacerdotal, representa uma personagem que abdica da vida pessoal para gerir questões maiores que pertencem aos outros. Isso lembra a presidente Dilma, e o vermelho, cor do fogo e de Vesta, representa Dilma. O tema de Vesta também sugere uma renúncia a algo grande.
O grande problema gerador de insatisfação com o governo de Dilma é a crise financeira e a corrupção descoberta, que rouba nosso dinheiro de forma cinematográfica. No mapa do eclipse vemos Vênus na casa II. Ela está sitiada por Urano e Éris. Além disso, o planetinha Belona, que “age” como infortúnio, está conjunto com Vênus. Belona está conjunta com o Sol natal do mapa especulativo de Dilma.
O mapa do eclipse de 27 de Setembro coloca Netuno e Quíron dentro da casa II do mapa do Brasil. Netuno está domiciliado e sua umidade é menor porque está de dia. Apesar de poder causar poucas ilusões por estar retrógrado, o Banco Central e nossa bolsa de valores ficarão praticamente boiando à mercê de medidas paliativas que não estancarão facilmente a ferida. Netuno do eclipse estará conjunto com Quíron natal do Brasil.
Para além dos significados metafísicos que a astrologia moderna atribui a ele, Quíron funciona como um tipo de “placebo” astrológico: ele só engana, mas nunca resolve os problemas. Representa o famoso “tapar o Sol com peneira”. Basta lembrar o mito: ele tinha todos os conhecimentos, mas não conseguia fechar seu próprio ferimento. Seus remédios apenas atenuavam a situação e estendiam sua agonia. Ele é um astro que orbita em torno do Sol deixando uma fina poeira que seria o resultado do seu ferimento. É como se sangrasse enquanto orbita.
O eclipse acontece sobre as cúspides das casas III e IX do nosso mapa, o que representa uma crise de transportes e de comunicação. Como o Marte do eclipse está na casa III, vemos a mídia infernizar o governo, cujas medidas já não são boas para resolver a crise econômica. A oposição representada pelo Sol na casa IV do eclipse mostra que a mídia e a oposição não deixam o governo caminhar.
A Lua está nos termos de Júpiter e, como ele está peregrino e exilado em Virgem, pode-se ver que o governo não só anda impedido como também não anda lá muito preocupado. Devemos notar que Marte rege a Lua por signo enquanto Júpiter rege por termo. Os três planetas estarão aflitos no momento do eclipse e, no mapa do Brasil, Júpiter rege a casa X (Governo) e está conjunto com a Lua na casa IV em Gêmeos. Mesmo acossado pela mídia e pela oposição insatisfeita com a derrota, nosso governo está se lixando para a população e escondendo muitas coisas.