Mapas de posse de ocupantes de cargos executivos são chaves importantes para a compreensão das perspectivas do mandato que se inicia. Devem ser calculados para o momento do ato formal que investe o eleito no novo cargo, seja ele presidente da República, governador ou prefeito. No Brasil, a cerimônia de posse sempre é conduzida pela autoridade do poder legislativo do mesmo nível: o Congresso Nacional, no caso do presidente; a Assembleia Legislativa, no caso dos governadores; e a Câmara Municipal, no caso dos prefeitos.
Nem sempre as cerimônias de posse são reportadas em detalhes pela imprensa, o que abre uma faixa de incerteza na definição do horário exato da assunção ao poder. O momento a ser considerado é o da assinatura do Termo de Posse, após um juramento ou declaração formal. Em alguns casos melhor documentados (com transmissão ao vivo pela TV, por exemplo), o mapa pode ser traçado para o minuto preciso; em outros, que não tiveram transmissão pela TV e foram noticiados de forma contraditória, temos de trabalhar com horários estimados, normalmente com uma variação possível de alguns minutos para mais ou para menos.
No caso brasileiro, tanto governadores quanto prefeitos tomam posse no mesmo dia, o que faz com que os posicionamentos de planetas nos signos sejam mais ou menos os mesmos para todos. Com exceção da Lua, cujo passo diário pode variar de 11º48′ a 15º10′, os demais planetas raramente se deslocarão mais do que um grau ao longo do dia. Contudo, dependendo do horário, a distribuição de signos e planetas pelas casas pode apresentar diferenças significativas. Por isso, mapas calculadas para o mesmo dia, mas em horários e coordenadas geográficas diferentes, podem sinalizar perspectivas absolutamente divergentes para os dirigentes envolvidos.
O protagonista de um mapa de posse é o governante eleito que, naquele momento, inicia sua missão. Portanto, pode ser associado ao Ascendente e à casa 1. A primeira casa nos fornece também indicações sobre a tônica daquele mandato (normalmente um período de quatro anos), uma atmosfera coletiva que o governante que toma posse irá corporificar.
A casa 10, por outro lado, representa a dimensão institucional do mandato. É a presidência da República, o governo estadual ou a prefeitura, instâncias executivas que já existiam antes do mandato atual e continuarão a existir depois que aquele governante der lugar a outro. Enquanto a casa 1 fala do indivíduo, a casa 10 fala das condições concretas do exercício do poder. As relações entre as casas 1 e 10 são particularmente importantes na análise de um mapa de posse. Por exemplo: planetas regentes ou ocupantes da casa 1 em aspecto tenso com regentes ou ocupantes da casa 10 podem sinalizar sérias inadequações e dificuldades.
As casas 9 e 11 representam, respectivamente, os poderes Judiciário e Legislativo. A casa 9 também compõe, com a 3, o eixo da comunicação, enquanto a 11 fala das relações do governante com seu partido político e com o poder legislativo local.
Em mapas de posses, a casa 8 tem importância essencial, já que fala de impostos (capacidade arrecadadora) e despesas de execução obrigatória, especialmente as de natureza previdenciária. Os recursos à disposição do novo governante são indicados pela casa 2, mas sua disponibilidade é fortemente influenciada pela casa 8. Funcionalismo público e subalternos em geral estão na casa 6, da mesmo forma como as questões de saúde pública. Já a casa 12 aponta para acordos de bastidores, eventuais traições, assim como para problemas que o governante pode vir a enfrentar no trato com grupos socialmente excluídos: sem terra, sem teto, dependentes químicos, incapazes, desempregados, presidiários, moradores em áreas de risco e assim por diante.
Educação é assunto das casas 3, 5 e 9, dependendo do nível. A pré-escola e a primeira fase do ensino fundamental podem ser melhor vistas na casa 5, enquanto a 3 mostra os ambientes escolares que recebem adolescentes. A casa 9, por sua vez, responde pelo ensino superior.
A casa 7 pode indicar como o governante lida com parceiros ou adversários, num nível mais pessoal. Já a casa 4 tanto mostra o povo – a massa silenciosa de eleitores – quanto os partidos e grupos que fazem oposição aberta.
A segurança pública é uma questão difusa, envolvendo ao menos três casas: a 6 (das crises), a 8 (muito ligada ao aparato de defesa) e a 12 (dos grupos ocultos ou fora de controle). Nos casos de conflitos de rua, é importante considerar também a casa 3, das vias públicas.
O site Constelar tem acompanhado mapas de posse ao longo de quase duas décadas. Há no acervo do site um grande número de artigos que levantam prognósticos para diferentes mapas de posse, nos níveis federal, estadual e municipal.
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