• Quem somos
  • Escola Astroletiva
  • Contato

Constelar

Um olhar brasileiro em Astrologia

  • Astrologia Aplicada
    • Cinema e TV
    • Comportamento
    • Esporte
    • Literatura e Arte
    • Personalidades
    • Saúde
  • Comunidade
    • Astrólogos
    • Memória
    • Multimídia
    • Profissão
    • Livros
  • Técnica
    • Bases
    • Novas Propostas
    • Símbolo e Mito
    • Teoria
    • Tradicional
  • Colunas
    • O Céu e Você
    • Agenda
    • Fernando
  • Astrologia Mundial
    • Brasil
    • História e Cultura
    • Mapas nacionais
    • Previsões
    • Presságios
Você está em: Home / Técnica / Símbolo e Mito / Sedna, a mulher-esqueleto que casou com o cachorro

Sedna, a mulher-esqueleto que casou com o cachorro

03/11/2021 por Fernando Fernandse

Sedna, a divindade das águas geladas do Ártico, é o tema de vários mitos do povo Inuit. Dois deles apresentam-na, respectivamente, como a mulher forçada a casar-se com um cachorro e como um esqueleto que recupera a vida graças à compaixão de um pescador.
sedna estuprada

Sedna é estuprada por um cão. Escultura de Jomie Aipeelee com base no mito Inuit.

Nota — Este artigo faz parte de uma série de quatro, que analisa o contexto do descobrimento do planeta anão Sedna e o mais conhecido dos mitos relacionados a esta divindade do Ártico. Se você ainda não leu, siga os links:

  • O planeta anão Sedna e o desastre do aquecimento global
  • Sedna, o mito da deusa mutilada

Sedna, a mulher do cachorro

Há uma variante do mito de Sedna em que, muito antes de casar-se com o marido-pássaro, deixa seu pai enfurecido ao rejeitar o noivo que ele escolhera. Então, o velho grita: “Você me desonrou e me envergonhou! Já que não quer o noivo que escolhi, que fique com o meu cachorro, único noivo digno de uma filha que envergonha o pai!”

Acontece que o cachorro do velho ouvira tudo com muita atenção. À noite, enquanto todos dormem, ele a visita e toma como companheira. Quando o pai acorda e descobre o que aconteceu, sente-se ainda mais desonrado e decide isolar a filha numa ilha deserta. Para que mais serviria uma moça que dorme com um cão?

O cachorro, entretanto, realmente gosta de Sedna, principalmente porque ela agora carrega no ventre os frutos daquela noite de amor. Assim, todos os dias o animal nada até a ilha em que Sedna está presa, levando nas costas um embornal cheio de alimentos.

O velho pai, desconfiado e enciumado, vigia o cão e descobre o que está acontecendo. Decide então trocar a comida que ele carrega no embornal por pesadas pedras. Quando o marido-cão pula na água, o peso das pedras faz com que ele afunde e morra afogado.

Inuits

Os mitos de Sedna refletem as duras condições de vida do povo Inuit do Ártico.

Sem alimentos, Sedna decide salvar os filhos, distribuindo-os por dois caiaques: num vão todos os filhos do marido-cão que também nasceram com aparência de cachorros. Estes chegam à terra firme e se transformam nos ancestrais do homem branco. No outro barco vão os filhos de Sedna que nasceram com aparência humana. Estes também chegam a terra firme e se transformam nos ancestrais do povo Inuit.

Tempos depois, arrependido, o velho pai decide resgatar Sedna de seu exílio. Trazida de volta para a aldeia, ela vive triste até o dia em que chega um belo estranho… que nada mais é do que o marido-pássaro que já conhecemos.

Sedna, a mulher-esqueleto

Uma outra lenda de grande interesse, também pertencente ao ciclo de Sedna, é a da mulher-esqueleto. Conta-se que um jovem pescador chegou com seu caiaque em uma região de águas profundas e jogou a rede. Ao puxá-las, sentiu que elas traziam algo grande e pesado. Imaginando tratar-se de um peixe avantajado, puxou com todo o entusiasmo até trazer à tona a horrível visão de uma mulher-esqueleto. Era o corpo de Sedna, comido pelos peixes e deteriorado pela longa permanência nas águas abismais.

Apavorado, o pescador pôs-se a remar a toda velocidade. Entretanto, quanto mais rápido remava, mais rápido o esqueleto era arrastado atrás dele, pois os ossos haviam-se enroscado nas redes de pesca. Chegando em terra, o pescador se pôs a correr com quantas pernas tinha. Como levava com ele a rede, a mulher-esqueleto vinha junto, pulando e chacoalhando os ossos.

Sedna mulher-esqueleto

O pescador pulou para sua tenda, achando que ali estaria protegido, e levou um enorme susto ao descobrir que o esqueleto entrara com ele. Conseguindo superar a sensação de pavor, só então o rapaz tomou coragem para olhar com mais atenção a mulher-esqueleto e descobrir que ela só o seguira porque seus ossos descarnados estavam enroscados na rede.

Pela primeira vez o pescador sentiu compaixão por aquela mulher agora transformada num monte de ossos. Aproximou-se, tomou coragem e começou a desembaraçar os ossos dos fios da rede. Aos poucos, libertou todo os ossos do esqueleto e deitou-os cuidadosamente sobre uma confortável pele de urso. Encerrado o trabalho, e percebendo que nada mais podia fazer por aquele esqueleto que um dia fora uma mulher, foi dormir com uma lágrima a escorrer dos olhos.

Sedna e os peixesAcontece que, depois de dormir um tempo imemorial no fundo do oceano, a mulher-esqueleto sentiu-se confortável e aquecida pela pele de urso. Então ela acordou, viu seu benfeitor a dormir e viu também a lágrima a escorrer-lhe do olho.

Como a mulher-esqueleto tinha sede, levantou-se e bebeu a lágrima do pescador. E bebeu muito e muito, porque sua sede vinha de muito longe. Depois percebeu que o pescador fizera comida, e comeu um pouco dela. E como sua fome vinha de muito longe, ela comeu e comeu e comeu, até sentir-se aquecida por dentro.

E aos poucos a carne foi de novo cobrindo seus ossos, e seus cabelos cresceram belos outra vez, e seu corpo foi tomando forma. Quando o pescador acordou, descobriu que uma linda mulher dormia a seu lado. Não é preciso dizer que os dois ficaram juntos desde então, e que jamais faltou boa pesca para ele, pois ela sempre sabia lhe dizer onde jogar a rede.

O que há de comum em todos os mitos

Para resumir, é importante ressaltar alguns pontos que são comuns a todas as lendas:

  • Sedna recusa os pretendentes “normais”, o que a acaba levando a uma situação-limite: ter de aceitar como marido um pretendente que sequer pertence à espécie humana.
  • O marido-pássaro de Sedna consegue levá-la para a ilha à custa de disfarces, mentiras e promessas não cumpridas.
  • O pai de Sedna tenta salvá-la, mas na hora em que a moça mais necessita dele, acovarda-se e tenta livrar-se da filha para salvar a própria pele.
  • Dos dedos de Sedna, cortados em algumas lendas, quebrados ou congelados em outras, nasce toda a vida marinha.
  • Mesmo traída, infelicitada e abandonada no fundo do mar, Sedna continua a prover a vida do povo na superfície, permitindo que a fauna marinha do Ártico se ofereça como alimento para os homens. Contudo, Sedna sofre com os desvios humanos. Seus soluços e sua inquietação provocam desequilíbrios climáticos e fome.
  • Só mediante um ato de purificação coletiva a xamã consegue fazer contato com Sedna e restabelecer as condições propícias à vida.

Isto é o básico. A questão que nos interessa é: por que uma deusa dos esquecidos esquimós da região ártica, de repente é projetada nos céus e elevada à condição de “patrona” do possível décimo planeta? Qual o simbolismo por trás do fenômeno? Este é o tema do último artigo desta série:

  • O significado astrológico do mito de Sedna

Curso online: TRÂNSITOS, O MAPA EM MOVIMENTO – Início: 8 de maio. Inscrições abertas.

Trânsitos, o mapa em movimento

Curso online: INTERPRETAÇÃO DO MAPA SEM HORÁRIO – Início: 7/8 – Inscrições abertas

Interpretação de Mapas Sem Horário

Explore também:

Iansã, a guerreira do vento

Biden, Trump, Kamala e o mito da Medusa

Cosme e Damião, as crianças do outro mundo

Arquivado em: Símbolo e Mito Marcados com as tags: 2004, mitologia, novos planetas, Sedna

Sobre Fernando Fernandse

Jornalista, astrólogo, educador e profissional de RH. Editor de Constelar e diretor da Escola Astroletiva, pioneira na formação a distância em Astrologia. Foi Diretor Técnico do SINARJ - Sindicato dos Astrólogos do Estado do Rio de Janeiro. Nascido Fernando Fernandes, trocou as letras da última sílaba para não ser mais confundido com seus 87 homônimos. Veja a relação completa de artigos ou entre em contato com Fernando Fernandse.

Escola Astroletiva 2024

Seções

  • Astrologia Mundial
  • Astrólogos
  • Bases
  • Brasil
  • Cinema e TV
  • Colunas
  • Comportamento
  • Esporte
  • Fernando
  • História e Cultura
  • Literatura e Arte
  • Livros
  • Mapas nacionais
  • Memória
  • Multimídia
  • Novas Propostas
  • O Céu e Você
  • Personalidades
  • Presságios
  • Previsões
  • Profissão
  • Saúde
  • Símbolo e Mito
  • Teoria
  • Tradicional
  • Email
  • Facebook
  • Twitter

ACERVO 1998-2013

  • Arquivo por edição
  • Arquivo por autor
  • Índice Temático

Nuvem de Assuntos

1999 2000 2001 2002 2004 2007 2008 2011 2012 América Latina antiguidade Brasil cultura de massa eleições epidemias Estados Unidos Europa Futebol graus simbólicos Grécia guerras história Islamismo Júpiter lunações Marte mitologia Música Netuno perfis Plutão política previsões Psicologia Região Sul religião retificação Rio de Janeiro Saturno São Paulo tragédias trânsitos Urano Vênus Ásia

CONSTELAR, ANO 27

Constelar é um site voltado para a difusão da astrologia de boa qualidade produzida por autores brasileiros e do mundo latino. Em atividade desde 1998, reúne um dos maiores acervos em língua portuguesa. Logomarca: representação pré-histórica das constelações de Virgem-Libra, Pedra do Ingá, PB.

Últimos artigos

  • PC Farias, uma vida rocambolesca contada nos trânsitos
  • Américo Vespúcio e a certeza de um novo continente
  • Nana Caymmi, a voz de Touro na casa 4
  • O avesso do avesso: São Paulo, cidade aquariana
  • E foste um difícil começo: um mapa para São Paulo

Copyright © 2025 · Constelar, um olhar brasileiro em Astrologia · Editor: Fernando Fernandse · Terra do Juremá Comunicação Ltda.

Copyright © 2025 · Metro Pro Theme em Genesis Framework · WordPress · Login