Antonio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, reuniu o espírito crítico de Virgem e a combatividade de Escorpião para ser um dos políticos mais poderosos do Brasil durante mais de cinquenta anos.
Nascido em Salvador a 4 de setembro de 1927, às 9h20 (dados coletados por Getulio Bittencourt), Antonio Carlos Magalhães foi um dos políticos mais influentes do país. Deputado federal desde 1958, foi nomeado prefeito de Salvador em 1967. Governou a Bahia por três mandatos, ocupou ministérios em mais de um governo e elegeu-se senador em 1994. Conhecido pelo acrônimo ACM, a truculência verbal e o estilo combativo granjearam-lhe o apelido de Toninho Malvadeza. Em 2001 renunciou ao mandato de senador para não ser cassado por envolvimento com o escândalo da quebra do sigilo das votações no Senado Federal. Voltou em 2002, eleito para um eleito mandato.
Antonio Carlos Magalhães era um virginiano hipercrítico (quatro planetas em Virgem), frio, mordaz e autocontrolado (Ascendente em Escorpião). Saturno em Sagitário na casa 1 dava-lhe grande objetividade e assertividade. Muitos astrólogos de orientação psicológica descrevem indivíduos com Saturno na casa 1 como portadores de um sentimento básico de insegurança em relação a como são vistos pelos demais. Isso os levaria a serem exageradamente assertivos e enfáticos, como se tentassem a todo momento provar o próprio valor. Desejando de qualquer forma serem levadas a sério, às vezes são tão incisivos e “armados” que acabam produzindo a impressão oposta. É o caso de ACM e, mais ainda, de Paulo Maluf (o ex-governador de São Paulo tem Saturno em Capricórnio no Ascendente).
Ainda na casa 1 e em Sagitário está a Lua de Antonio Carlos Magalhães. Sendo Sagitário um signo extrovertido e de pouco tato, e sendo a Lua um símbolo das reações emocionais, entende-se o estilo “bateu-levou” do velho político baiano: tagarela, fanfarrão, desafiador, autoconfiante e dado a blefes. Esta Lua tendia a criar problemas para ACM, pois rege a casa 9, da ética, da justiça e da atividade política, e está em quadratura com o Sol na casa 11 (do Congresso, da vida parlamentar e dos correligionários). Isto significa que as razões de ACM nem sempre eram as do partido, que seu senso particular de ética às vezes entrava em choque com o da instituição parlamentar e que seu estilo boquirroto podia colocá-lo em rota de colisão com os próprios companheiros. Esta Lua está também em quadratura com Mercúrio na 11, planeta que dispõe de todo o agrupamento em Virgem e rege a própria 11, sendo, pois, significador do papel de ACM como senador. Se há uma coisa que podia prejudicar – e muito – a carreira política de ACM era falar demais e na hora errada…
A propósito, o senador Pedro Simon, durante um depoimento do senador José Roberto Arruda à Comissão de Ética do Senado, em 2001, lembrou a anedota da mulher bonita e sensual que, após um naufrágio, vai parar numa ilha deserta onde aporta também um sujeito feio e tremendamente chato. Depois de levar insistentes cantadas de seu companheiro de naufrágio, a mulher acaba por render-se, dizendo: “Já que você insiste tanto, farei amor com você, mas com uma condição: você vai jurar que não contará pra ninguém quando conseguirmos sair daqui.” Para sua surpresa, o sujeito pensa, pensa e depois responde: “Bom… Então não quero. Se não posso contar pra ninguém, nada feito.”
Pedro Simon comparou o comportamento do náufrago da anedota ao de ACM, acrescentando que, para o senador baiano, não bastava apenas ter o poder, mas era preciso alardeá-lo. Simon deveria ser astrólogo, pois descreveu com precisão o modus operandi da quadratura Lua-Mercúrio de ACM!
A ênfase na superlotada casa 11 fazia de ACM um “animal político” por definição. É a casa da vida partidária, dos projetos ideológicos, do Congresso Nacional, do gosto pelo debate e pelas articulações. Ali estão, além do Sol e de Mercúrio, também Vênus e Marte, sendo que este último é o regente tradicional do Ascendente em Escorpião. Marte se opõe a Júpiter e Urano na casa 5 e no início de Áries, o que agrega ao mapa um elemento de espírito de aventura, de gosto pelo risco, de ousadia e de exagero nas demonstrações de coragem pessoal.
Contudo, não há que esquecer que ACM era um tipo Virgem-Escorpião, cauteloso acima de tudo, premeditado, minucioso, atento para o perigo. Combatividade é uma palavra-chave para explicá-lo, mas aquele tipo de combatividade resistente, de quem não entrega jamais os pontos e ressurge das cinzas quando parece derrotado. Tanto que, mesmo obrigado a renunciar ao mandato em 2001, para evitar a cassação, voltou ao Senado mais uma vez em 2003, pelo voto popular. Ao atingir 53 anos de conturbada vida pública, foi finalmente vencido pela idade e pela doença. Depois de 40 dias de internação com infecção generalizada, faleceu às 11h40 do dia 20 de julho de 2007, vítima de parada cardíada e falência múltipla dos órgãos.
LEDA ASSUMPCAO diz
Adoro Astrologia