O Age Point ou ponto de idade é uma técnica que avança o Ascendente seis anos por cada casa. Pode ser utilizada para conferir e acertar horário de nascimento, durante a leitura; para perceber o modo como cada pessoa vivencia os planetas em seu mapa ou ainda, como recurso para estabelecer um relacionamento de confiança com o cliente.
Uma vez praticado, auxilia nas previsões, ensina a ouvir e a ver que cada pessoa percebe os símbolos de forma única e até a aprender maneiras impensáveis com que cada planeta em signo e aspecto pode ser vivido e sentido por cada um.
Independente de seu tamanho, cada uma das casas astrológicas será dividida em seis partes iguais, cada uma delas correspondendo a um ano de vida. Desta mesma forma, iremos marcando seis divisões em cada casa astrológica. Assim, a segunda casa vai abranger dos seis aos doze anos; a terceira, dos doze aos dezoito (Fundo do Céu); a quarta dos dezoito aos vinte e quatro e assim por diante, até a idade em que a pessoa se encontra, ou mais adiante, caso se deseje uma previsão mais longa. Nesta técnica, a vida humana seria mensurável por 72 anos, após o que cada um voltaria ao ponto de partida de sua roda, revivendo aspectos da infância.
Uma vez marcados estes pontos, podemos assinalar as idades que se encontram em conjunção ou oposição com um planeta (considero estes os aspectos mais fortes em significado), ou em qualquer outro aspecto com os pontos ou astros ao longo do mapa.
Por exemplo, uma pessoa que tenha Plutão na primeira casa próximo aos 12 graus do Ascendente poderá ter vivido uma experiência bastante forte em seu segundo ano de vida. É claro que a casa que Plutão rege e seus aspectos no mapa poderão orientar sobre como isto foi vivido. Mas, o importante é ouvir o que a pessoa tem a contar sobre esta experiência. Neste caso, o fato interno ou externo será indicativo e muito importante para a interpretação de como a personalidade da pessoa ficou marcada e de como ela tenderá a usar este potencial.
Por outro lado, se o Plutão natal estiver em Libra com aspectos a Mercúrio e a pessoa relatar o nascimento de um irmão nesta época, ela poderá dar informações sobre os padrões de relacionamento que vai reproduzir durante a vida, baseados nesta vivência. Sem dúvida, os aspectos que existem entre o planeta e o resto do mapa podem orientar sobre formas de adequar a expressão deste potencial. Uma pessoa que tenha o Sol em Gêmeos em trígono com este Plutão natal deveria, provavelmente, perceber esta irmandade como mais positiva do que um canceriano.
Muitas vezes, conforme as características gerais do mapa, a pessoa percebe planetas em oposição ao ponto de idade projetados nas pessoas de seu relacionamento, pai, mãe, avós, tios, etc., principalmente se for muito criança em idade ou na forma de perceber a vida.
Age Point: uma técnica muito simples de utilizar
Um exemplo de mapa com a primeira marcação dos seis anos de vida.
Costumo anotar ao longo da roda, sob cada idade marcada, os fatos ou impressões que a pessoa me conta. Estes fatos e modos de viver os símbolos podem ser usados durante a leitura para ilustrar os vários potenciais contidos no mapa, tornando-se bem mais acessíveis à compreensão da pessoa, por estarem diretamente ligados a suas memórias e vivências.
As informações sobre o parto têm sido importantes para perceber questões cruciais na abordagem de vida que o indivíduo fará ao longo de sua trajetória. Várias informações de pessoas que nasceram por meio de cesarianas marcadas previamente atestam comportamentos relacionados com a vontade do indivíduo, principalmente passividade ou rebeldia reativa, dependendo das demais configurações do mapa natal.
A casa doze e seus conteúdos contêm dados sobre a vida intrauterina (uma síntese da gestação), embora só possam ser percebidos, por oposição, através das idades da casa seis e, posteriormente, revivenciadas em uma idade avançada, entre os sessenta e seis e setenta e dois anos.
Os mapas da geração de Netuno em Escorpião — por exemplo, quando este planeta se encontra na casa doze e com aspectos tensos — têm sido especialmente ricos em relatos. Podem ser pensamentos abortivos vivenciados pela mãe, intoxicações ou doenças durante a gestação e outros eventos que terminam por gerar insegurança e medo, dificuldade de entrega e confiança.
Estes comportamentos surgem e se repetem nos relacionamentos profundos, especialmente os que possam constelar alguma dependência que lembre a vida intrauterina, mesmo que estas relações sejam leves e a dependência muito relativa. No caso de prognósticos amplos ao longo da vida, esta técnica se mostra bastante precisa e pode transformar-se em agente preventivo, pela conscientização.
Uma vez atendi uma mãe e seu filho de oito ou nove anos. O menino tinha, na casa oito, uma conjunção de planetas pesados junto ao Marte natal. A mãe afirmava que o menino tinha medo de andar em automóveis, sem razão plausível. Depois de muito perguntar e ponderar, ela se lembrou que durante o quinto mês de gestação (em minha opinião, a casa oito está relacionada a esta idade gestacional), ela estava viajando de carro com o marido quando sofreram um acidente grave. Naquela idade, por oposição, o garoto revivenciava o medo que poderia ter sentido através da mãe durante a gestação.
Por dedução, ao viver a casa oito pela age point, entre os quarenta e dois e quarenta e oito anos, ele poderia passar por experiência semelhante e, portanto, haveria a possibilidade de estar alerta para que este potencial fosse vivido de forma simbólica.
Seria possível falar mais sobre esta técnica, porém nada poderá superar a experiência única e o aprendizado que advém de seu uso.