Impressão – Sol Nascente, de Monet, marcou a história da pintura e batizou uma nova tendência estética: o Impressionismo. O quadro retrata um sol levemente levantado sobre a linha do horizonte, situação que ocorre quando ele se encontra na casa XII.
Sol nas casas abaixo do horizonte
SOL na casa I – a pessoa deve AGIR, no sentido de dar alguma luz para o mundo. O ego dela dispõe de uma luz que é necessário dar para o mundo (não quer dizer que seja um iluminado, mas sim que é um iluminador).
A questão da sombra (casa oposta, Casa 7) é negar-se ao outro, reconhecer somente a si – o egocentrismo.
A pessoa se sente real oferecendo algo ao outro (não busca algo no outro – que é o caso de Sol na Casa VII). É estar disponível para que o outro o encontre.
SOL na casa II – a pessoa deve ACUMULAR VALORES, ganhar dinheiro, trabalhar para ampliar valores, acumular coisas.
A casa II se opõe à casa VIII – cuja experiência é desapegar-se, despojar-se. Logo, para poder acumular vai ter que criar espaço interior para acumular, ou seja abrir mão das “cracas” que já estão lá acumuladas.
Exemplo: Em Virgem – age de uma forma minuciosa, meticulosa e critica, eficaz no sentido de dar valor à ordem das coisas.
Em Touro – é muito mais acumulativo, principalmente de coisas materiais, até de gorduras no corpo, pode também ser acumulação de afetos. Tem uma identificação emocional com os objetos, podendo ser um colecionador.
Em Câncer – acumula valores com carinho, com afeto (há um apego afetivo com os objetos).
SOL na casa III – a pessoa deve SE COMUNICAR. Exemplos:
Se o Sol estiver em Aquário – a comunicação deve ser brilhante, original, diferenciada.
Se o Sol estiver em Touro – a comunicação deve ser concreta, em termos de planejamento.
Se o Sol estiver em Peixes – a comunicação deve ser mais subjetiva, talvez através da arte, através da expressão de sensibilidade.
A casa III se opõe à casa IX – cuja experiência é a busca do conhecimento superior. Trabalhar a Casa IX é dar sentido superior ao que fala, procurar o fundamento, a razão filosófica, existencial.
Exemplo: pessoa com Sol na Casa III que fez cursos de filosofia, de linguística, etc. – só assuntos de elucubração intelectual – vive na sombra da Casa III, não tem nenhum sentido na vida dela. O que ela precisa de fato, é se comunicar.
Sol na casa IV – a pessoa deve RESGATAR O PASSADO, ir ao encontro das raízes.
É o caso de elaborar sua árvore genealógica, buscar suas raízes, mas não deve esquecer a Casa X – ficar exclusivamente em casa, estar ligada somente à família, aos pais – deve também se expor, para poder se equilibrar.
A casa IV é a das raízes. Ter o Sol aí é conectar-se com as bases profundas da sociedade e da cultura.
Sol na casa V – a pessoa deve REPRESENTAR, interpretar papeis, jogar, praticar esportes, viver experiências prazerosas, namorar, ter filhos.
Trabalhar a casa oposta (Casa XI) é participar, representando para os amigos e a sociedade.
Sol na casa VI – A pessoa deve RITUALIZAR, metodizar, discriminar, criticar, trabalhar.
É muito importante não esquecer que a casa VI é oposta à casa XII – que é a casa da transcendência, da elevação espiritual, do contato com as forças ocultas, com aquilo que existe antes de nascer. Logo, a casa VI é o ritual necessário para se chegar a isso, é a Liturgia.
Assim, o ritual, o trabalho, são elaborados para ter acesso para uma outra realidade.
Sol nas casas acima do horizonte
Sol na casa VII – a pessoa deve se RELACIONAR, ACEITAR O OUTRO. Precisa viver a participação do outro, aceitar o papel do outro.
Quem tem o Sol na casa VII se sente real através do outro – não sendo a relação de subserviência, ou dependência, é uma relação de igual para igual. Pitorescamente, a imagem do espelho é mais importante que o sujeito.
Exemplo: Sol em Peixes – há tendência de se relacionar com o místico.
Para se realizar a pessoa precisa do outro, faz algo junto ao outro, pelo outro, através do outro. Vivendo a sombra da casa VII a pessoa só cuida de si mesma, pensa que é auto-suficiente.
Sol na casa VIII – a pessoa deve DESAPEGAR-SE, despojar-se, abrir mão, viver o processo de transformação, seja em nível físico (médico, terapeuta) seja de valores (banqueiro, analista financeiro).
O lado sombrio da Casa VIII (projeção na Casa II) é eventualmente tornar-se uma pessoa ambiciosa, mesquinha, acumulativa; que nada mais é que conservar no seu negativo. Porém, com o Sol na casa VIII a tendência é não conservar nada. Logo, com esta tendência deve aprender a conservar, a manter a vida.
Sol na casa IX – A pessoa deve BUSCAR CONHECIMENTOS superiores.
Exemplo: pessoa com Sol em conjunção com Netuno na casa IX em Sagitário, que falava compulsivamente. Essa pessoa vive a casa oposta – a sombra da casa IX; não busca conhecimentos superiores.
Gurus, ou mestres espirituais, são personagens típicos de casa IX.
Sol na casa X – A pessoa deve se EXPOR, subir ao palco, brilhar, trabalhar com o público, se tornar público, aparecer.
Sol na casa XI – A pessoa deve PARTICIPAR, partilhar, viver para um ideal social, fazer para o grupo sabendo que está fazendo para ele mesmo.
Sol na casa XII – A pessoa deve BUSCAR ISOLAMENTO, um encontro com a divindade, porém sem mistificação.
Aspectos com o Sol
O Sol indica o princípio de realidade do indivíduo. Os aspectos enviados ao Sol indicam as circunstancias que atrapalham ou beneficiam esta realização.
No caso de Sol com muitas quadraturas, a pessoa sente que algo não a deixa se realizar. Se tiver um quadrado de Júpiter com Sol, ela achará que é a autoridade, o chefe que não deixa ela se realizar. De fato, é o uso inadequado de Júpiter que não deixa a pessoa se realizar. Se houver quadratura Sol-Lua, a pessoa acha que o instinto, o inconsciente, a mãe, as mulheres, de modo geral, que não a deixam se realizar.
Lembrar que os aspectos Sol-Lua são casos à parte. São muito importantes, mesmo quando não há aspecto direto entre os dois luminares, mas apenas entre os signos em que o Sol e Lua se encontram.
Qualquer aspecto com o Sol indica quais as circunstâncias que interferem na realização do indivíduo. Exemplo: a conjunção Sol-Netuno indica uma condição conjunta, participante à realização do indivíduo. E como no caso de irmãos siameses: aquela qualidade deve ser usada conscientemente, por estar junto ao Sol.
Aspecto é como um telefonema: se a notícia ou informação for negativa, corresponde a um quadrado; se for um apoio é um trígono, etc.
Então, os aspectos com o Sol são os canais telefônicos ou de televisão que a realidade do indivíduo possui e que podem:
- hostilizá-lo – os quadrados (quadraturas);
- agradá-lo – os trígonos;
- dar dicas – os sextis;
- cobrar um método – os quincúncios;
- cobrar uma verdade – as oposições.
Se o Sol não forma aspectos no mapa natal é o caso de “Gerador de Tensão” que é muito difícil de acontecer, pois sempre haverá um aspecto, por menor que seja.
Se não houver realmente aspectos, o significado é que o Sol está isolado do mundo, sem contato com os outros aspectos da psique. Neste caso a vitalidade do indivíduo se manifesta com tensão: é uma pessoa tensa, não tem para onde canalizar as energias. Os acessos são encontrados durante os trânsitos, que são sempre rápidos, porém muito sentidos.
Exemplo: Sol em aspecto com Saturno – a pessoa tende a atribuir a responsabilidade de seus fracassos à estrutura social, nunca assumindo essa responsabilidade.
Nota sobre o signo interceptado: trata-se de uma experiência coletiva à qual o indivíduo tem dificuldade de acesso, de estabelecer contato, ou seja, dificuldade de vivenciá-la. Por exemplo: com Áries e Libra interceptados, o individuo tem dificuldade em estabelecer a relação simbólica do significado coletivo do relacionamento.
