
A origem da Astrologia está intimamente ligada à experiência dos primeiros agricultores.
Nos primórdios da civilização, o homem era caçador, orientando-se pela noite e pelos ciclos lunares. Quando abandonou a vida nômade e começou a se tornar sedentário, cultivando o solo e iniciando o período agrícola na história da humanidade, teve necessidade de observar a trajetória do Sol e sua relação com a Terra.
Partindo desta relação, organizou suas percepções baseadas em períodos distintos a partir de certas peculiaridades. As observações, tanto da natureza quanto dos seres que viviam em estreita dependência da terra e das transformações a que todos estavam sujeitos, vieram a tornar-se o conceito do que hoje chamamos de estações do ano.
Os temores, os sentimentos, os comportamentos aprendidos e introjetados em cada ser humano a partir destas experiências, permanecem até hoje em nós através da memória genética universal, que o Dr. Carl Gustav Jung denominou arquétipos do inconsciente coletivo e que aparecem, também, sob uma denominação que existe há milhares de anos: os signos do zodíaco.
A percepção dos comportamentos que ainda hoje repetimos, dentro dos moldes primevos, torna-se nítida se observarmos a passagem do sol através dos meses do ano sob a ótica da percepção individual destes períodos, da forma como se encontram inscritos na mandala astrológica de cada nascimento. Começaremos com os três signos vinculados à primavera, Áries, Touro e Gêmeos.
Áries e o despertar da primavera

Áries, a explosão de vida do início de um novo ciclo.
A passagem do sol por Áries, primeiro signo zodiacal (aproximadamente de 21 de março a 20 de abril), representa o início de um novo ciclo anual: o ponto vernal ou equinócio da primavera. O sol está recomeçando a sua trajetória de regenerador dos frutos da terra.
Neste signo do fogo gerador, existe a animação, a impaciência e a impulsividade infantil diante de tudo pelo que se espera há algum tempo (os três meses anteriores, do inverno). É a hora de, em primeiro lugar, arrancar tudo que é velho e que possa impedir o nascer dos novos brotos.
Depois, as sementes encharcadas com a água do degelo (ocorrido com o sol em Peixes) começam a despontar, até que, no 19º grau do signo, temos a supremacia da luz sobre as trevas do inverno e o florescimento esperado se inicia. Sentimos, então, o ímpeto e a alegria dos começos. A criatividade vem com o renascer da vida.
Neste momento o velho é deixado para trás. Estamos prontos para novas conquistas.

Touro: com a segurança da primavera a meio, a rotina torna-se prazerosa. (Ilustração ao lado e seguintes: detalhe de um calendário medieval belga, autor anônimo).
Touro, a primavera estável
No Touro, signo do elemento Terra, da estabilidade da primavera (aproximadamente de 21 de abril a 20 de maio), encontramos o sol se firmando e, então, acontece o enraizamento das sementes em sua vida nova.
A terra, verdejante, está florida, a suavidade primaveril invade os campos com cores e odores, onde a beleza natural encontra seu esplendor, fazendo esquecer as agruras do inverno.
Podemos ter então a consciência da constância, da segurança e o conforto da certeza do alimento. Encontramos prazer na rotina e, onde havia a impaciência ariana, aparece uma certa lentidão, pois já não há mais pressa: as raízes se prendem ao solo em busca de permanência e nutrição. A terra precisa do tempo certo para gestar seus frutos. É o momento de produzir e de reter.
Estabilidade, conforto e segurança são sentidos nesta parte do ciclo vital. Podemos tomar consciência do apego e da sensualidade que afloram.
Gêmeos, a aprendizagem primaveril
Com o sol transitando pelo mutável Gêmeos, signo do elemento Ar, temos o terceiro mês da primavera (aproximadamente de 21 de maio a 20 de junho). As plantas já vicejam e começam a mostrar algumas características que permitem uma primeira identificação de suas espécies.
A curiosidade acompanha esta nomeação, que implica experiências variadas para que se tenha conhecimento daquilo que o solo produziu. Esta identificação irá, posteriormente, facilitar a seleção e aprimoramento de cada uma das mudas (que serão, de fato, transplantadas para o local propício ao melhor desenvolvimento de cada espécie). Da mesma forma, os animais também buscam as melhores pastagens, enquanto os homens trocam as informações aprendidas.

Com Gêmeos, signo de Ar, temos a experiência da linguagem e da troca.
É um momento de leveza, de se deixar ao vento, de respirar fora das entranhas da terra.
O sol, neste seu caminhar, propicia aprendizagens múltiplas, mudanças, trocas e a observação de novos espaços ao redor.
Leia também:
- Câncer, Leão e Virgem, os signos do verão
- Libra, Escorpião e Sagitário, os signos do outono
- Capricórnio, Aquário e Peixes, os signos do inverno
Aqui, o Outono começa com Áries e termina com Câncer
Inverno começa com Câncer e termina em Libra
Primavera começa com Libra e termina em Capricórnio
e Verão começa com Capricórnio e termina em Áries.
Olá Marcos, esta é a posição de um pequeno grupo de astrólogos que defende a inversão dos signos no Hemisfério Sul. É uma posição respeitável, mas há um grande número de argumentos de ordem antropológica e psicológica que justificam a preservação do zodíaco do Hemisfério Norte – desenvolvido há pelo menos quatro mil anos – ao Hemisfério Sul, onde a Astrologia só chegou como fenômeno de massa no século XX.
muito bom, obrigado por compartilhar essas dicas.