Paulo Duboc

A técnica de "regressão" solar

Uma das mais completas e eficientes técnicas de prognósticos usadas em Astrologia é a de progressão solar. Consiste em fazer progredir o Sol no passo ou movimento diário a partir do fato ocorrido. Considerando que o Sol tem um movimento de aproximadamente um grau por dia, há uma equivalência de um dia progredido para cada ano. Assim, cada dia progredido cobriria o espaço de um ano de vida, com os acontecimentos definidos pela linha solar. De posse desta poderosa ferramenta, fizemos a regressão solar do momento da morte do Cristo até o acontecimento singular do stellium em Peixes e no momento exato da Lua Nova. Isso nos forneceu dados substanciais:

1. A de que o nascimento de Cristo ocorreu no dia 1° de março do ano -6, às 6 horas da manhã. Esse ponto de vista é estritamente astronômico, mas tem uma relação com a disposição bíblica. Há uma coincidência com a morte dos primogênitos, determinada por Herodes, justamente nesse período. Ninguém pode singularmente precisar quando ocorreu a mortandade de crianças por ordem de Herodes, mas o fato foi delimitado por muitos historiadores entre os anos -8 e -6. Assim, fazendo a "regressão" solar, encontramos um único dia coincidindo com as fortes indicaçoes anteriores, justamente a 36 pontos solares antes do nascimento. Tais indicações forneceram a data: 1° de março de -6 (7 a.C.), às 6h a.m., em Belém.

Jesus de Nazaré - 1.3.7 a.C. - 6h LMT (veja notas) - Bethlehem - Judéia - 31n42, 35e13.

Analisemos o possível instante do nascimento: o Sol e a Lua encontram-se a 8°22', em conjunção com Saturno, Vênus, Júpiter e Urano, todos no signo de Peixes. A existência de seis planetas em Peixes, conjuntos, e de um sétimo planeta em Aquário, na casa comumente associada ao subconsciente - a casa 12 - permite compreender o único karma que Cristo teria com a humanidade, o karma da Comunicação. Outro fator significativo é que Mercúrio, planeta da expressão e da fala, não tem nenhum aspecto com ninguém. Apenas revela o "destino" ou fatum do Cristo: ter que usar a fala para cumprir a sua missão.

2. A ocorrência da conjunção se deu às 6h da manhã em ponto, em Belém, Israel. O fato se torna astronômico, pois, três dias antes, a minguação da Lua faria supor o eclipse próximo. Os planetas no céu de Israel - a constelação de Peixes é regente dessa região - tornam evidente que os Reis Magos, profundos conhecedores da Astrologia e membros de escolas iniciáticas do Oriente, dirigiram-se para saudar o advento do futuro avatar da humanidade, no lugar e data do nascimento, como de fato aconteceu.

3. O Signo interceptado na primeira casa astrológica, a chamada Casa da Identidade, define um nascimento singular, eclipsado, uma "crise em ação", em psicologia chamada de crise de rejeição, crise de autoridade ou crise de adaptabilidade. Face às evidências colocadas hoje pelas técnicas conhecidas como "terapias de vidas passadas", tem-se como certo que o nascimento com signo interceptado mostra uma personalidade-alma com conhecimento da experiência dessa "vida" que vai acontecer, de suas causas e efeitos. A forte presença de Saturno na primeira casa indica que a personalidade apresenta o conhecido Complexo de Atlas: deve carregar tudo nas costas, incluindo aqui a Cruz do Calvário, símbolo das crises e dificuldades do Homem.

3. O nascimento a 8°22' de Peixes mostra uma personalidade que, na primeira parte de sua vida, até 21 graus à frente, ou precisamente mais 21 anos, estaria ausente. Sua missão propriamente dita começa quando o Sol entra em Áries e também na segunda casa, quando há o "retorno da energia".

4. A vida fisica de Jesus-Homem tem um percurso em 36 graus da circunferência, ou 36 dias, uma relação direta com a energia ciclo-vibratório de Júpiter em seu terceiro ciclo de 12 anos ao redor do Sol. Também há uma relação direita com o ângulo decil, de 36 graus ou 1/10 da circunferência, exatamente o mesmo 1/10 da capacidade da consciência humana em ação. A passagem de 1/10 para 1/4, ou de 36° para 90° (ângulo da quadratura), implica o estado metafisico chamado Iniciação, quando o Homem atinge a supraconsciência. Aí está o simbolismo da chamada Hora Nona, a hora da Iniciação ou Morte.

Não creio na chegada de uma personalidade do gênero Avatar, nesse momento, mas sim de uma expressão "transpessoalizada" do homem do Século XXI. Quem tem essa idéia bastante clara é Marcelo Baglione em seu livro Avatares, publicado pela editora Hipocampo. Não há o Um, mas alguns cuja consciência exibe um forte dom crístico. Esses seriam os "pioneiros" da Era de Aquário, sustentados por formidável energia magnética e fazendo um trabalho cuja palavra-chave é "alternativo", enfrentando a ira dos deuses destronados da ciência, da medicina e da fé. Nessa "conjura", incluo os astrólogos e pesquisadores, principalmente os brasileiros que, como semeadores do futuro, preparam as gerações para a instalação do III Milênio, a Era de Aquário.

Notas do Editor:

1 - Como o autor do artigo não informou que parâmetros (e que software) utilizou para calcular os mapas, recorremos aos horários de 15h27, para Jerusalém, e de 6h, para Belém, utilizando a hora local, de maneira a atingirmos os mesmos resultados preconizados pelo autor. O sistema de casas é o Regiomontanus. Os cálculos podem conter pequenas aproximações, mas considerando o caráter hipotético de tais mapas, servem ao propósito de ilustrar o artigo.

2 - A Lua Cheia referida por Paulo Duboc para a data da morte de Cristo não é exata, apresentando uma órbita de aproximadamente 10 graus.

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