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CICLOS PRECESSIONAIS E TRADIÇÕES RELIGIOSAS

A Era de Aquário e o Cristo Astrológico

Paulo Duboc

 

A morte de Cristo

Detalhe da Santa Ceia de Tintoretto.

O único indicador real para o início da pesquisa é o da morte do Cristo. A base dessa afirmação está na unanimidade de evangelistas, historiadores, cientistas, metafisicos e até mesmo escritores de ficção, como é o caso de J. J. Benitez, em seu Cavalo de Tróia, que relata, com absoluta precisão, a hora: 15h27. Sua precisão é constatável metafísica e astronomicamente.

De posse dos dados reais, hora e lugar da morte, levantei o mapa astrológico e obtive sete considerações, sobre o que toda a análise posterior ocorreu:

1. O dia 7 de abril do ano 30 coincide com as calendas judaicas e é o domingo de Páscoa, que ocorre sempre na Lua Cheia.

2. A morte do Cristo ocorreu na chamada Hora Nona judaica, entre as duas e as quatro horas da tarde. Metafisicamente, a Hora Nona é a da crucificação individual, quando o Ser atinge o estado superior de consciência. Isso é indicado por todas as tradicionais escolas de Mistério.

3. A hora aprazada - 15h27 - é relacionada à oitava casa astrológica - Casa da Morte. O Sol neste exato momento encontrava-se a 15°06' da constelação de Áries, recebendo forte oposição da Lua, o que equivale a dizer que a morte de Cristo ocorreu numa Lua Cheia.

4. Apesar de ser Lua Cheia, unanimemente as escrituras sagradas e todos os pesquisadores afirmam a existência de uma escuridão súbita, um "eclipse do sol", seguida de raios, trovões e tempestades, e que perdurou por todo o restante da tarde. Astronomicamente seria impossível a ocorrência de um eclipse solar em Lua Cheia. Mas o fenômeno, de cunho metafísico, é afirmado por todos os pesquisadores, merecendo outras considerações. J. Benitez recorre à explicação da existência de gigantesca nave extraterrena que teria por missão receber a energia do Kristós rediviva. Escritores espíritas afirmam que gigantesco planeta avançou sobre a órbita da Terra, eclipsando o Sol naquele momento. Pode-se pensar, mais simplesmente, num fenômeno climático: o Sol coberto por pesadas nuvens. Porém qualquer que seja a consideração, ficção ou não, é ratificada "arquetipicamente" pela unanimidade absoluta dos pesquisadores do evento.

Morte de Jesus Cristo - 7.4.0030 - 15h27 LMT - Jerusalém - 31n47, 35e10.

5. O indicador solar do evento estava a 15°6' de Áries, o ponto máximo da constelação nos chamados Pontos Arábicos, a indicar "oratória persuasiva e vida pública". Como a oitava casa é considerada astrologicamente a Casa da Morte, e como o evento realmente definou a Morte do Cristo, trata-se do fim de alguém que teve vida pública e oratória persuasiva.

6. Outro fato curioso é que todos os planetas, no momento da morte, estavam espalhados pelas diversos signos e casas de experiência, dando-nos a imediata "intuição" de que os apóstolos teriam, a partir dali, que seguir o curso de suas vidas, como se planetas fossem, até que se reunissem outra vez, quando do nascimento de outra grande personalidade crística, exatamente 2.160 após esse evento.

7. Outro parâmetro, de importância capital para a pesquisa, é que a estrela Regulus - uma das estrelas chamadas Reais - encontrava-se a 0° de Leão e hoje está a 29 graus do mesmo signo, passando para Virgem após o percurso pelos 30 graus da constelação de Leão, ou 2.160 anos. Significativamente, estaríamos entrando na soleira da Era de Aquário.

A morte de Cristo, na versão de Masaccio.

O nascimento do Avatar na Lua Nova

O pesquisador que avança numa tese precisa cercar-se do maior número possível de insumos, quaisquer que sejam, e que somem evidências ao que pretende. No caso de uma possível chegada ao momento do nascimento do Cristo, tive que me socorrer de dados doutrinários expostos nas diversas correntes esotéricas disponíveis: livros, relatos, pesquisas, Ordens e Escolas de Mistério, além de insights, intuições e vivências nas áreas cabalística e astrológica. Por fim, concluímos por algo extremamente significativo, proveniente do misterium milenar: toda grande personalidade, chamada Avatar, nasce sempre na Lua Nova e morre na Lua Cheia. Coincidentemente, essa foi uma chave para a denominada técnica de progressão que de há muito uso em Astrologia Clínica.

Assim, havia duas certezas:

1. O Cristo teria sido um Avatar da nova era, a Era de Peixes, ao final da era de Áries.

2. Por ter morrido comprovadamente na Lua Cheia, teria de ter nascido, por certo, na Lua Nova.

A técnica de "regressão" solar

Atalhos de Constelar 78 - dezembro/2004

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