Exemplos de pensamento inclusivo
em ação
Definições dicionarizadas:
Gestaltismo - Doutrina relativa a fenômenos
psicológicos e biológicos, que veio a alcançar
domínio filosófico. Consiste em considerar esses fenômenos
não mais como soma de elementos por isolar, analisar e dissecar,
mas como conjuntos que constituem unidades autônomas, manifestando
uma solidariedade interna e possuindo leis próprias. Disso
resulta que o modo de ser de cada elemento depende da estrutura
do conjunto e das leis que o regem, não podendo nenhum dos
elementos preexistir ao conjunto; teoria da forma.
Holismo - Tendência filosófica,
que se supõe seja própria do Universo, a sintetizar
unidades em totalidades organizadas. Teoria segundo a qual o homem
é um todo indivisível, e que não pode ser explicado
pelos seus distintos componentes (físico, psicológico
ou psíquico), considerados separadamente; holística.
Outra concepção: o Relativismo Cultural
- As percepções geradas pelo método científico
da Antropologia moderna podem levar a uma consciência de inclusividade
moderada e a uma consideração respeitosa das diferenças.
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É o relativismo
cultural que nos permite enxergar nas gigantescas estátuas
da Ilha da Páscoa algo que vale a pena preservar - mesmo
que não tenhamos a menor idéia do que significam. |
Existem pessoas que agem em função
de conhecimentos budistas que os levam a se esforçar por
aquilo que sabem que podem mudar, rogando às suas Consciências
Superiores que as façam compreender e aceitar aquilo que
não podem. No mundo dos Recursos Humanos vários profissionais
de vanguarda têm aprendido que é preciso haver consideração
pelas culturas e um esforço de adaptação para
que um objetivo seja alcançado. Quem deseja ter um bom relacionamento
com as outras pessoas e deseja expandir a consciência percebe
que é necessário incluir outros pontos de vista, por
mais diversos que sejam.
Agora uma curiosidade: entre os antigos romanos,
a religião era inclusiva. A cada povo dominado os romanos
assimilavam seus deuses e cultos. Eles tinham, em templos ou em
locais santos nas casas, um local reservado ao culto do "deus
desconhecido". Era uma forma de evitar a falta de respeito
para com uma divindade à qual o romano ainda não tivesse
sido apresentado. Tal tipo de desrespeito, para o romano, era um
pecado grave. O surgimento do cristianismo foi, para tal cultura,
uma forma de crime, não porque os romanos fossem maus ou
porque houvesse uma exclusão apenas do culto cristão.
É que a religião cristã era exclusivista e
isso, em Roma, era um crime: a não admissão ou não
inclusão de outras divindades no sistema de adoração.
Sob aquele ponto de vista, o "novo" sistema de crenças
era pernicioso ao "universo" ou "cosmo ordenado"
dentro daquele padrão cultural. Tal diferença era
uma ameaça à existência do "mundo tal como
ele era". Não podemos dizer que era melhor ou pior,
pois se falássemos de violências e atos sangrentos,
o período da Idade Média seria tão "maléfico"
quanto o do apogeu romano.
Conclusões
Um pouco esotéricas, estas conclusões,
mas em vista da necessidade de liberdade de pensamento, permito-me
chegar a alturas um pouco altas demais. Talvez nós jamais
cheguemos a ser absolutamente inclusivos, mas sempre podemos deixar
uma brecha em nossa seletividade. É esta brecha que faz com
que deixemos o Amor penetrar em nossas vidas. Admitimos o fato de
não sermos ilimitados e, por isso, o infinito age em nós.
O mínimo esforço de cada membro da
sociedade no sentido da inclusão, isto é, do Amor,
por menor que fosse, provavelmente criaria condições
para a existência de um círculo virtuoso.
Algumas considerações a respeito do
Amor e de suas manifestações:
· É preciso perceber que toda a natureza
e toda a humanidade estáo infundidas em nós mesmos
e até na pessoa amada. O relacionamento pessoal é
uma réplica em miniatura do relacionamento com a humanidade.
· O universo tem como essência o Amor,
energia coesiva, onipresente e infinita, difícil ou impossível
de conceituar. Como o ser humano é um universo em miniatura,
um microcosmo, então sua essência também é
amorosa.
· O Amor, segundo esta ótica, seria
uma expressão do Todo, uma Ação da Totalidade.
· O ser humano não percebe a realidade
como um todo e sim em partes separadas. Por isso tende a perder
a noção de totalidade e criar a noção
de certo e errado, de bom e mau.
· A função da Astrologia é
dar uma noção da totalidade, é fazer percebê-la
e servir como uma ferramenta de retorno a esta unidade interior,
o que, em última análise, permite maior qualidade
de vida e harmonia em circunstâncias exteriores.
· Todos os signos e todos os fatores contidos
no mapa astrológico seriam condizentes com a expressão
maior do Amor, que transcende as partes que cada um desses fatores
representa.
· Aliando a visão astrológica
com a da Psicologia junguiana, o indivíduo, ou seja, o ser
"integrado" ou não dividido, é imbuído
de consciência e prática do amor.
· Além da Psicologia junguiana e da
Astrologia, filosofias holísticas e religiões, quando
entendidas com bom senso, também funcionam como ferramentas
de encontro desta integração.
Como este autor é humano e, portanto, limitado,
ao falar de uma percepção da totalidade obviamente
está sujeito a contradições. Não podemos
esquecer que somos seres de percepção dual. Não
percebemos tudo de uma só vez. Todavia o objetivo não
é dar uma fórmula mágica para "definir
a totalidade" e sim fornecer um material que nos ajude a lidar
com as incoerências da vida. Se o leitor se depara com uma
situação em que pode vir a odiar alguém e resolve,
antes, olhar para dentro de si mesmo, então este trabalho
atingiu seu objetivo.
Desenvolver Amor significa conciliar paradoxos como
"é preciso ser seletivo para podermos ser inclusivos".
Conceituar é o mesmo que limitar, mas é preciso conceituar
para poder ter maior abrangência; é preciso focalizar
para relativizar.
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Hollanda.
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