Duas técnicas de
astrolocalização
A relocação de uma carta natal não
apresenta qualquer segredo. Trata-se, simplesmente, de recalcular
um mapa para o mesmo momento de nascimento (com as devidas conversões
de fuso horário, quando necessário), mas para outro
local. O resultado é um novo mapa onde os planetas estarão
nos mesmos signos e graus, mas com uma distribuição
das casas diferente.
A grande utilidade dos mapas relocados é a
verificação dos locais no mundo onde podemos evidenciar
a energia e os conteúdos associados a determinados planetas.
Tal evidenciação ocorre naturalmente quando um planeta,
em virtude da relocação, torna-se angular na
nova localidade. Como os quatro ângulos do mapa simbolizam
uma estrutura de materialização de possibilidades,
é natural que qualquer planeta em conjunção
com um ângulo torne-se mais visível e mais determinante
na vida do indivíduo - enquanto durar a estada deste no lugar
em questão.
A segunda técnica é de natureza simbólica
e pode parecer um tanto mais complicada, mas também não
apresenta maiores segredos. Trata-se de um método de equivalências
geodésicas, estabelecido pelo astrólogo inglês
Sephariel, entre cada grau da eclíptica e cada
meridiano de longitude terrestre. Assim, o grau zero de Áries
corresponde ao meridiano de Greenwich, que corta os subúrbios
de Londres. Qualquer mapa geodésico levantado para um ponto
ao longo do meridiano de Greenwich sempre terá o grau 0º
de Áries no Meio-Céu, a partir do qual se constrói
todo o restante da estrutura de casas. Cada grau de longitude em
direção ao leste corresponde a um novo grau no Meio-Céu,
no sentido natural do zodíaco. Assim, 30ºE corresponde
a um Meio-Céu em 0º de Touro, e assim por diante. Já
na direção oposta, para oeste, cada grau de longitude
corresponde a um grau no sentido oposto ao dos signos do zodíaco.
É por isso, por exemplo, que Taubaté, cidade próxima
dos 45ºW (45 graus de longitude oeste), tem seu Meio-Céu
geodésico em 15º de Aquário - 45 graus atrás
de 0º de Áries.
A estrutura de casas de cada ponto da Terra é
sempre fixa nos mapas geodésicos. Basta transferir para lá
os planetas do mapa natal e teremos uma carta geodésica
relocada.
Voltemos agora ao mapa de Senna. Nossa hipótese
de trabalho é a seguinte: se as cinco cidades relacionadas
no capítulo anterior tiveram uma importância especial
na vida dele, é provável que encontremos alguns planetas
enfatizados no mapa natal relocado, seja em sua forma tradicional,
seja com o método dos equivalentes geodésicos.
O mapa geodésico de Senna para São
Paulo
Já vimos que, na carta natal convencional,
Senna tem três planetas enfatizados na cidade de nascimento,
a saber, Netuno, Urano e Marte. Quando projetamos os planetas de
Senna no mapa geodésico de São Paulo, o que vemos
é uma boa confirmação.
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Carta geodésica de Senna para São
Paulo. |
Na capital paulista, o Ascendente geodésico
é 9º16' de Touro, o que deixa o Netuno de Senna bem
no Descendente da cidade. É uma indicação de
casamento espiritual entre Senna e São Paulo, que, por contradição,
se consuma pela perda e pela imaterialidade (atributos netunianos).
Assim, o grande ritual de paixão da cidade com seu ídolo
foi exatamente o cortejo de seu corpo sem vida cercado pela multidão.
Netuno, símbolo de serviço social, é também
um bom significador do legado deixado por Senna na forma da fundação
assistencial que leva o seu nome.
Vejamos a seguir como era a relação
de Ayrton Senna com Silverstone.
Senna em Silverstone e
Monte Carlo
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