A Astrogeografia e a rosa
dos ventos
Notas importantes
- O conhecimento de linhas astrocartográficas
de elementos de uma carta astrológica pode ajudar a reforçar
ou a atenuar possibilidades de realização de acontecimentos
indicados nessa carta.
- Nas linhas devem ser considerados principalmente
os lugares que possuam características concordantes com o
que está sendo estudado, ou que estejam nos cruzamentos de
linhas que possam ser associadas a mesmo fato, embora tenham sido
geradas por cartas diferentes. Por exemplo, uma das linhas é
da carta radical e a outra de retorno solar - como será visto
adiante, com mais detalhes, quando for considerada a morte de Ayrton
Senna, em acidente em Ímola, na Itália.
Quando Senna nasceu, a linha descendente de Plutão,
principal significador de sua morte, passava por Ímola; no
retorno solar anterior ao acidente, a linha meridiana do Sol também
passava por Ímola. Nessa figura do retorno o Sol rege a casa
IV, do fim.
- Os cruzamentos de linhas associadas a mesmo fato,
mas geradas por cartas diferentes, embora guardem certa relação
com os pontos iniciais dos parans, não devem ser considerados
como parans ou pontos parans.
Astrogeografia, conhecimento
antigo, próximo da Astrocartografia
A busca de lugares que melhor se harmonizem com pessoas,
atividades ou coisas, a partir de figuras astrológicas, essa
astrogeografia, muito próxima da astrocartografia como um
todo, é praticada há muito tempo, como se depreende
de estudos e narrativas:
- Jean Richer, no livro Géographie Sacrée
du Monde Grec, da Librairie Hachette, 1967, mostra que em torno
de certos centros gregos, como Delfos, havia locais com vínculos
ao círculo dos 12 signos. Considerando a seqüência
planetária antiga sobre o meridiano de Delphos e construções
geométricas, esse autor estabelece ligações
desse local, onde estava o famoso oráculo e templo de Apolo,
com diferentes partes do território grego.
- Desde a antiguidade a Astrologia associa partes
do corpo humano com a seqüência dos signos do zodíaco.
Começa com Áries, na cabeça, e termina com
Peixes, nos pés.
- Os magos (astrólogos) que vieram do oriente a Jerusalém,
em busca do lugar onde Jesus teria nascido - como está no
Capítulo 2 do Evangelho Segundo Mateus - caminharam na direção
da "estrela" que os precedia. Ou seja, os astrólogos
seguiam a linha azimutal da "estrela", ou stellium
(agrupamento planetário) existente na época.
- Ptolomeu e outros astrólogos antigos atribuíam
à seqüência dos signos do Zodíaco a seqüência
dos paises situados em torno do Mediterrâneo. Ou seja, consideravam
o Mediterrâneo no centro de um círculo zodiacal.
- O professor Roger Cotte, do Instituto de Artes
da Universidade Estadual Paulista, Unesp, em São Paulo, em
estudos sobre o simbolismo tradicional, demonstra que disposições
de instrumentos musicais em orquestras antigas seguiam a ordem zodiacal.
- Sepharial, na Teoria dos Equivalentes Geodésicos,
aplicada à Astrologia mundial, faz coincidir o Meridiano
de Greenwich com o 0° de Áries, continuando para Leste
com os signos seguintes, de 30 em 30°, até voltar à
origem. Nessa disposição dos signos, o meridiano do
lugar determina o Meio do Céu da carta astrológica
que se pretende construir. Em seguida, esse Meio do Céu e
a latitude geográfica do lugar, determinam o Ascendente.
A Astrogeografia dos Pontos
Cardeais
- A Astrologia Clássica, de forma parecida
com as direções dadas por azimutes, associa casas
e signos às direções dos Pontos Cardeais. Associa
o Ascendente e Áries ao Leste (E) - lado onde o Sol nasce,
ou ascende, no horizonte; associa o Descendente e Libra ao Oeste
(W); associa o Meio do Céu e Capricórnio ao Sul (S),
e associa o Fundo do Céu e Câncer ao Norte (N).
As bússolas, aparelhos que fornecem essas
direções, possuem seus círculos graduados a
partir de N. Com isso, com o 0° e o 360° coincidindo com
o ponto N, também estão concordando com os significados
"de início e de fim", atribuídos a Câncer
e a casa IV - que tem o Fundo do Céu por cúspide.
Além das correspondências usuais entre
casas e signos, a Astrologia Clássica associa ainda o E (o
Ascendente) aos signos de Fogo; o S (o Meio do Céu) aos signos
de Terra; o W (o Descendente) aos signos de Ar, e o N (o Fundo do
Céu) aos signos de Água.
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Rosa dos ventos astrológica (invertida
em relação à posição normal) |
Para a orientação terrestre basta que
se conheça um dos pontos cardeais. A partir desse, os outros
pontos da "rosa dos ventos" são facilmente determinados.
Compõem a rosa dos ventos os pontos cardeais,
seus quatro pontos colaterais e seus oito pontos subcolaterais.
Pontos colaterais:
· Nordeste (NE), entre o Norte e o Leste
· Noroeste (NW), entre o Norte e o Oeste
· Sudeste (SE), entre o Sul e o Leste
· Sudoeste (SW), entre o Sul e o Oeste
Pontos subcolaterais (não grafados na figura):
· Nor-Nordeste (NNE), entre o Norte e o Nordeste
· Nor-Noroeste (NNW), entre o Norte e o Noroeste
· Sul-Sudeste (SSE), entre o Sul e o Sudeste
· Sul-Sudoeste (SSW),entre o Sul e o Sudoeste
· Este-Nordeste (ENE), entre o Leste e o Nordeste
· Este-Sudeste (ESE), entre o Leste e o Sudeste
· Oeste-Noroeste (WNW), entre o Oeste e o Noroeste
· Oeste-Sudoeste (WSW), entre o Oeste e o Sudoeste
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V. Martinez.
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