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UM SÉCULO DE TRÂNSITOS DE PLUTÃO

Crise e renovação para a humanidade

Tereza Kawall

 

Escrito em 1984 para a revista Planeta, este artigo de Tereza Kawall faz o resgate da natureza e do significado de todos os trânsitos de Plutão desde 1912 até a entrada de Plutão em Escorpião, nos anos oitenta. O artigo é complementado por outro, de Fernando Fernandes, que analisa o papel dos trânsitos de Plutão nmos últimos 20 anos, em Escorpião e Sagitário.

Último dos planetas descobertos pelo homem, Plutão tem características ainda não bem compreendidas pela astronomia e astrologia. Para esta última, ele representa o princípio vital, a força necessária para impulsionar a natureza e as gerações. A presença deste planeta em Escorpião (signo que rege) entre 1984 e 1995 faz prever, para a Terra, um período de grandes modificações: uma libertação de seu passado - inclusive pela eliminação de antigos conceitos e valores - e uma renovação geral de idéias e expectativas, rumo à Era de Aquário.

Plutão tem a órbita mais inclinada de todos os planetas do Sistema Solar, o que faz com que "mergulhe" no plano mais baixo em relação ao equador solar e também se eleve ao plano mais alto.

Na astrologia, rege a oitava casa do zodíaco, associada aos processos de transmutação da matéria e transformação da consciência em dimensões mais vastas e profundas. É o planeta que rege o signo de Escorpião, associado aos poderes de geração, cura e magia; representa as forças latentes dos indivíduos, o potencial secreto ou invisível da natureza, o inconsciente coletivo, a energia atômica e as grandes revoluções da vida humana, tanto em nível físico quanto psicológico.

Rege, na astrologia mundial, os governos autoritários, o poder secreto, as massas, os trustes, as multinacionais, as revoluções e o petróleo (recurso energético tipicamente plutoniano, vindo das profundezas da Terra). No corpo humano, está ligado à sexualidade, às funções procriadoras e aos órgãos genitais.

Na astrologia, os doze signos são ao mesmo tempo seis eixos de manifestação da energia básica da vida.

Existe, assim, o conceito de bipolaridade, que é a interação dinâmica dessas forças antagônicas e complementares, as quais simbolizam no zodíaco a harmonia e o equilíbrio das leis universais.

A energia de Plutão sempre se manifesta em termos de opostos. Notamos, assim, que a sua passagem em um determinado signo acarreta ao mesmo tempo o aparecimento da força do campo vibratório oposto. É como se a energia expandida da polaridade contrária contivesse em si a essência do equilíbrio necessário para aquilo que primeiramente, através da dinâmica plutoniana, deve ser transmutado e regenerado.

Desta forma, passamos ao relato histórico da atuação de Plutão desde 1912, quando entrou no signo de Câncer, até hoje, quando está nos primeiros graus do signo de Escorpião.

PLUTÃO EM CÂNCER
(1912 A 1939)
Polaridade oposta: Capricórnio
Câncer Capricórnio
Família Estado
Pátria Ambição
Segurança Sacrifício
Mãe-Terra Responsabilidade
Nutrição Raízes
Proteção Austeridade
Heranças Solidão
Base da Vida Concretização
Lar Elevação Social

Assistimos, nesse período, a todo um processo de transmutação de valores representados pelo signo de Câncer; novos conceitos a respeito da formação dos seres, das raças, da família, da pátria e da segurança, assim como dos arquétipos, das heranças do passado e da dependências emocionais.

No começo do século, um forte sentimento nacionalista tomava conta da Europa Central, cujas minorias raciais procuravam a sua independência. É dessa época, ainda, o imperialismo econômico, as lutas por conquista de mercados e a política de alianças secretas entre as potências (Tríplice Aliança e Entente Cordial), que dividiam as nações européias. Todos esses fatos fomentavam insegurança e aceleraram uma corrida armamentista e a formação de exércitos, o que acabou por desencadear a Primeira Guerra Mundial, em 1914 (estendendo-se até 1918). Embora, não tivesse entrado na luta senão em 1917, verificou-se também nos EUA um sentimento de patriotismo exacerbado (Câncer é a pátria). O isolacionismo americano (Capricórnio traz a solidão e o isolamento), entretanto, foi quebrado somente quando do afundamento do navio "Lusitânia"; todos então se engajaram na luta européia.

No período pós-guerra houve um grande desenvolvimento econômico; porém, a América recolheu-se ao seu isolamento.

Em outubro de 1929, a quebra da Bolsa de Valores de Nova York desencadeou uma crise financeira de proporções mundiais, que resultou na grande depressão econômica do Ocidente de 1930 (Saturno, o regente de Capricórnio, traz a necessidade de abnegação e sacrifício para uma nova elevação social).

Na América houve calamidades de todo tipo: enchentes, secas, tempestades, colheita escassa e doenças fatais como o escorbuto e pelagra, que são conseqüências diretas da má nutrição (Câncer rege o estômago e está relacionado à alimentação). É importante lembrarmos que os EUA estão sob a regência de signo de Câncer.

Verificaram-se muitos suicídios em todo o mundo, causados pelo desespero de falências em massa, o que fomentou mais a insegurança social.

Plutão em Leão

Plutão em Virgem
Plutão em Libra
Plutão em Escorpião
Plutão em Sagitário

Plutão, da luz ao aniquilamento

Abertura
Crise e renovação para a humanidade, de Tereza Kawall
Em Sagitário, mais crise que renovação, de Fernando Fernandes
Loucura e Despedaçamento, de Marcelo Cronos Brasil
Plutão na casa das realizações profissionais, de Flavia Ribeiro de Melo

Edições Anteriores

Relacionamentos plutonianos, de Fernando Fernandes
Plutão em Sagitário e agorafobia, de Angela Schnoor


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