Plutão em Escorpião
(1984 a 1995)
Plutão está agora a aproximar-se do
periélio da sua órbita, isto é, do ponto mais
próximo do Sol, mas só o ultrapassará no ano
de 1989, estará, assim, no ponto mais próximo da Terra,
bem como do Sol.
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Gorbachev, que desencadeou uma transformação
pacífica e irreversível na geopolítica
mundial, encarnou uma das faces mais positivas de Plutão
em Escorpião. |
Um conceituado astrólogo contemporâneo,
Dane Rudhyar, afirma que esse evento terá um efeito "germinador"
num nível mais profundo da consciência psicológica
coletiva, quando assinala: "Pode dizer-se, pelo menos num sentido,
que Plutão simbolizará a semente a cair na Terra,
feita de resíduos dissolvidos e adubados do ciclo de vegetação
anual a terminar; pode também ser relacionado com a 'descida
aos infernos' de Cristo antes da ressurreição. Como
Plutão entra na órbita de Netuno, pode dizer-se que
ocorrerá simbolicamente um processo de libertação
do passado e de impregnação por uma visão nucleada
do futuro. De fato, este período, em todas as revoluções
de Plutão à volta do Sol, é, historicamente
falando, invulgarmente significativo. Estes períodos caracterizam-se,
muitas vezes, por uma repolarização do inconsciente
coletivo e dos ideais da humanidade, segundo linhas que, de uma
maneira ou outra, acentuam fatores profundamente enraizados na natureza
humana e, por isso, comuns a uma grande parte da humanidade".
Na astrologia, tanto na experiência individual
quanto nos fenômenos coletivos, Plutão simboliza (como
já vimos anteriormente) uma forma de poder altamente concentrada,
e sua energia provém de algo que poderíamos chamar
de transcendental. Esse planeta age de forma semelhante ao vulcão,
que expele as lavas incandescentes do seu interior; analogamente,
ele faz emergir no plano psicológico tudo o que é
latente, potencialmente ativo - ou seja, é a representação
do potencial de vida da semente que desencadeia o processo da vida.
Na verdade, essa energia, como vimos nos outros ciclos,
se manifesta em termos de opostos, e só poderá ser
compreendida desta forma dual: a luz e as trevas, a morte e o renascimento,
a contração e a expansão. Dessa forma, Plutão
traz à superfície da consciência tudo o que
deve ser regenerado e purificado através de um processo eliminador,
que acelera a evolução, rompendo com o passado e dando
espaço ao novo.
Sua energia, portanto, é essencialmente simbólica
e está relacionada com o mundo interior do homem e da natureza.
Por isso mesmo, revelará os tesouros secretos da alma humana,
novas riquezas da terra e outros recursos vitais que ainda estão
por desabrochar (como, por exemplo, a energia solar).
Esse período de transformação
acarreta uma profunda crise na civilização atual;
pode-se dizer que Plutão, como um mensageiro dos novos tempos,
marca agora um fim de ciclo - a despedida da Era de Peixes para
a entrada do novo ciclo aquariano. Em outras palavras, a humanidade
está sendo avisada de que é tempo de aprender a partilhar
os recursos do planeta de forma mais construtiva.
Acredita-se que a força plutoniana atuará
de forma marcante nos acontecimentos políticos e econômicos,
trazendo uma urgente necessidade de reorganização
no sistema político-financeiro mundial, e de reavaliação
da atuação das grandes potências, que não
mais poderão exercer o seu poder de forma tão indiscriminada
para com os países em desenvolvimento. Todos serão
levados a repensar a utilização dos recursos da tecnologia
para evitar uma possível destruição que seria
fatal ao planeta.
Na medicina e na religião deverão aparecer
admiráveis médiuns, cirurgiões curadores e
clarividentes de toda espécie; haverá também
um número crescente de manifestações de fenômenos
paranormais, que poderão definitivamente varrer alguns dos
conceitos da ciência atual e dar lugar a outras pesquisas
sobre muito do potencial energético do ser humano, ainda
praticamente desconhecido. Isso pressupõe uma valorização
do indivíduo, não só pelo que ele pode produzir
no plano material para a manutenção de um sistema
falido, mais pelo que ele pode contribuir para a evolução
e aperfeiçoamento da sua espécie dentro de um contexto
muito mais metafísico ou espiritual.
Haverá toda uma reformulação
do conceito de morte; o espiritualismo e o ocultismo farão
parte da vida diária, assim como a psicologia e a astrologia
terão o seu definitivo reconhecimento como ciências.
Trarão grandes benefícios a todos e funcionarão
como suporte para o momento de crise e desestruturação
psíquica em que se encontra hoje a coletividade.
Na polaridade oposta temos o signo de Touro que abrange
valores relacionados à maternidade, proteção,
os bens materiais, a força do trabalho e o universo criado.
O homem de hoje sente-se desamparado pela vida que
ele mesmo criou; mas o homem do futuro terá que descobrir
e utilizar recursos não-palpáveis e não-materiais,
dentro de um contexto muito mais intrínseco e complexo, para
efetivar o seu aperfeiçoamento pessoal.
O momento atual comporta, assim, a dimensão
da dualidade e dos extremos que caracterizam a força efervescente
plutoniana: se de um lado o ser humano não tem mais expectativas
externas, ao mesmo tempo aumentam as necessidades internas, o que
já é revelado pelo crescente interesse do homem atual
por um maior contato com os seus deuses e sua alma, como se quisesse
resgatar sua unidade mágica e divina há tanto esquecida.
Essa retomada, no entanto, só poderá ser feita através
de um respeito e conhecimento real das leis arquetípicas
e universais. Poderíamos resumir esse processo dinâmico
e contrastante numa maravilhosa máxima alquímica medieval
que diz: "Para que os ramos de uma árvore cheguem ao
céu/ As suas raízes devem chegar ao inferno."
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