Plutão em Sagitário agudiza o mal-estar
coletivo já iniciado com Plutão em Escorpião.
Síndrome do pânico, festas rave, medo de espaços
abertos, tudo isso é parte da mesma crise. Com base no conceito
de Imaginação Ativa de Jung, a autora propõe
um processo arteterapêutico cujos resultados podem ajudar
clientes a vislumbrar saídas significativas no nevoeiro dos
trânsitos dos planetas invisíveis.
Ágora: do grego, praças onde
se faziam as trocas de mercado ou reuniões do povo.
Fobia: de fobos, também do grego = medo, como
nomearam também o satélite de Marte.
Agorafobia: o medo de espaços abertos e públicos
onde está o povo.
Tenho notado que a incidência de medo e angústia
em estar " fora de casa", entendendo isso como estar desprotegido,
em lugares pouco íntimos, principalmente quando se está
só, acompanha, em graus diversos de incômodo, as pessoas
com um forte trânsito de Plutão, principalmente desde
94, quando este símbolo das forças do mais profundo
inconsciente se encontra com a qualidade sagitariana, que, entre
outras coisas implica espaços abertos e amplos, para não
falar de percursos em grandes distâncias.
É claro que não podemos descartar as
indicações de cautela oferecidas por Saturno em oposição
a Plutão, assim como a melhor orientação jupiteriana
no momento em que Júpiter também "se protege"
em sua ilha canceriana.
Em outros tempos já vimos estas manifestações
acontecerem, se bem que com características um tanto diversas.
A síndrome do Pânico, particularmente, vi ocorrer quando
Plutão percorreu Escorpião, e atingia particularmente
as pessoas com Netuno neste signo.
Naquele tempo, elas tinham que atravessar
seu Hades sob forte nevoeiro e eu vi muitos casos de medo relacionado
à morte, à sexualidade (receios da AIDS) e, acima
de tudo, o terror das imagens difusas e agourentas que povoavam
as fantasias daqueles que conhecem as galerias pluviais poluídas
de suas "cidades" em perigo. |
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Nestes casos, o contato com o inconsciente vinha
carregado destas sombras amedrontadoras que, por serem mal delineadas,
tornavam-se mais difíceis de elaborar com recursos disponíveis,
principalmente os que abordavam as angústias sob a ótica
mental.
Nesta época usei bastante um instrumento que
criei inspirado por estas pessoas, mas que prevalece como auxiliar
para reduzir e trabalhar, com mais lucidez, os estados netunianos
em geral (transcrevo no final do texto as instruções
para aqueles que desejarem experimentá-lo).
Bem, Plutão saiu das trevas e chegou, com
sua invisibilidade, à Luz!
Para muitos, isto ocorreu em vários sentidos,
mas o vejo atingindo, particularmente, aqueles com o Ascendente
no alegre, entusiasmado e expansivo signo do Sagitário.
Ora, imagine-se uma montanha que não se sabe
vulcão! Devagar, os mais atentos já ouviam os ruídos
da lava enquanto ela subia a partir de suas profundas áreas
de incompreensão (a casa doze). Muitos se retraíram
desde então. Mas, ao passar pela linha do Ascendente, das
profundezas de cada um surgem os instintos trazendo os dejetos do
que havia sido depositado nos quartos de guardados da existência.
Nestes casos as pessoas encontram-se investidas de todas as qualidades
plutonianas, como se, em suas vidas, fossem atores mascarados de
uma nova peça editada pelo inconsciente.
Como mostrar esta face em praça pública?
Plutão não se dá bem na luz. Seus domínios
são subterrâneos e, quando vem à superfície,
usa a máscara da invisibilidade e precisa levar consigo algum
refém.
Em algumas pessoas a grande consciência é
despertada e, dependendo das vivências e das qualidades pessoais,
este pode ser um momento de grandes e profundas viagens interiores.
O refém pode ser o próprio indivíduo e sua
morte simbólica é anunciada. Sua Persona antiga deve
ser enterrada por um longo tempo.
Mas, e a máscara da invisibilidade? Como fica?
É bastante difícil "encarnar o Heavy Metal
Plutão"!
Alguns jovens o assumem na íntegra e se lançam
a todo tipo de desafios e viagens pluto-sagitarianas. As drogas,
o acelerar dos carros, os acidentes mortais, as compulsivas festas
rave onde a agitação energética é
regra, as pancadarias nos shows para multidões e muitas outros
desafios à vida x morte são perpetrados.
Plutão e as festas
rave
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