Revista Constelar Revista Constelar

 

 

 
 
 
ASTROLOGIA COMPORTAMENTAL

Plutão em Sagitário e a agorafobia

Angela Schnoor

 

Plutão em Sagitário agudiza o mal-estar coletivo já iniciado com Plutão em Escorpião. Síndrome do pânico, festas rave, medo de espaços abertos, tudo isso é parte da mesma crise. Com base no conceito de Imaginação Ativa de Jung, a autora propõe um processo arteterapêutico cujos resultados podem ajudar clientes a vislumbrar saídas significativas no nevoeiro dos trânsitos dos planetas invisíveis.

Ágora: do grego, praças onde se faziam as trocas de mercado ou reuniões do povo.
Fobia: de fobos, também do grego = medo, como nomearam também o satélite de Marte.
Agorafobia: o medo de espaços abertos e públicos onde está o povo.

Tenho notado que a incidência de medo e angústia em estar " fora de casa", entendendo isso como estar desprotegido, em lugares pouco íntimos, principalmente quando se está só, acompanha, em graus diversos de incômodo, as pessoas com um forte trânsito de Plutão, principalmente desde 94, quando este símbolo das forças do mais profundo inconsciente se encontra com a qualidade sagitariana, que, entre outras coisas implica espaços abertos e amplos, para não falar de percursos em grandes distâncias.

É claro que não podemos descartar as indicações de cautela oferecidas por Saturno em oposição a Plutão, assim como a melhor orientação jupiteriana no momento em que Júpiter também "se protege" em sua ilha canceriana.

Em outros tempos já vimos estas manifestações acontecerem, se bem que com características um tanto diversas. A síndrome do Pânico, particularmente, vi ocorrer quando Plutão percorreu Escorpião, e atingia particularmente as pessoas com Netuno neste signo.

Naquele tempo, elas tinham que atravessar seu Hades sob forte nevoeiro e eu vi muitos casos de medo relacionado à morte, à sexualidade (receios da AIDS) e, acima de tudo, o terror das imagens difusas e agourentas que povoavam as fantasias daqueles que conhecem as galerias pluviais poluídas de suas "cidades" em perigo.

Nestes casos, o contato com o inconsciente vinha carregado destas sombras amedrontadoras que, por serem mal delineadas, tornavam-se mais difíceis de elaborar com recursos disponíveis, principalmente os que abordavam as angústias sob a ótica mental.

Nesta época usei bastante um instrumento que criei inspirado por estas pessoas, mas que prevalece como auxiliar para reduzir e trabalhar, com mais lucidez, os estados netunianos em geral (transcrevo no final do texto as instruções para aqueles que desejarem experimentá-lo).

Bem, Plutão saiu das trevas e chegou, com sua invisibilidade, à Luz!

Para muitos, isto ocorreu em vários sentidos, mas o vejo atingindo, particularmente, aqueles com o Ascendente no alegre, entusiasmado e expansivo signo do Sagitário.

Ora, imagine-se uma montanha que não se sabe vulcão! Devagar, os mais atentos já ouviam os ruídos da lava enquanto ela subia a partir de suas profundas áreas de incompreensão (a casa doze). Muitos se retraíram desde então. Mas, ao passar pela linha do Ascendente, das profundezas de cada um surgem os instintos trazendo os dejetos do que havia sido depositado nos quartos de guardados da existência. Nestes casos as pessoas encontram-se investidas de todas as qualidades plutonianas, como se, em suas vidas, fossem atores mascarados de uma nova peça editada pelo inconsciente.

Como mostrar esta face em praça pública? Plutão não se dá bem na luz. Seus domínios são subterrâneos e, quando vem à superfície, usa a máscara da invisibilidade e precisa levar consigo algum refém.

Em algumas pessoas a grande consciência é despertada e, dependendo das vivências e das qualidades pessoais, este pode ser um momento de grandes e profundas viagens interiores. O refém pode ser o próprio indivíduo e sua morte simbólica é anunciada. Sua Persona antiga deve ser enterrada por um longo tempo.

Mas, e a máscara da invisibilidade? Como fica? É bastante difícil "encarnar o Heavy Metal Plutão"!

Alguns jovens o assumem na íntegra e se lançam a todo tipo de desafios e viagens pluto-sagitarianas. As drogas, o acelerar dos carros, os acidentes mortais, as compulsivas festas rave onde a agitação energética é regra, as pancadarias nos shows para multidões e muitas outros desafios à vida x morte são perpetrados.

Plutão e as festas rave


Anterior | Próxima | Sumário desta edição | Índices

© 1998-2004 Terra do Juremá Comunicação Ltda.