To everything
There is a season
And a time for every purpose
Under heaven – Nina Simone [1]
A Astrologia acompanha há muito tempo a história da vida humana. Desde a Antiguidade o homem olha para o céu e percebe a relação dos movimentos celestes com os acontecimentos terrestres. Com essa constante observação, nossos antepassados descobriram relações profundas entre os ciclos celestes e o que acontece na Terra. As próprias estações do ano guardam uma relação íntima com o ciclo do Sol e originaram os doze signos. Os ciclos solares e lunares já orientavam os antigos em seu plantio, caça e outros ciclos aqui na Terra.
O interesse do homem pelo céu acompanhou diversas civilizações, como sumérios, babilônios, caldeus, egípcios, assírios, gregos, romanos, incas, maias e chineses, entre outros. Esses povos conheciam e interpretavam o céu, traçando paralelos com os acontecimentos terrestres.
Edgar Morin, autor que refletiu muito sobre a comunicação e tantos outros temas importantes, também tratou da Astrologia, incluindo sua presença na mídia e na cultura de massa. Ele é um dos autores que estudaram as origens da Astrologia e sua influência na constituição das sociedades humanas:
Desde a Antiguidade, as sociedades humanas elaboraram concepções a respeito de um universo no qual cada uma delas se inscrevia. Essas sociedades modelaram sua organização de acordo com a ordem cósmica: seus calendários foram estabelecidos com base nos ciclos solares e lunares. (MORIN, 2008, p. 9).
Desde “os primórdios da História, o espírito humano preocupou-se, apaixonou-se, fascinou-se, encantou-se, enfeitiçou-se e inquietou-se pelo céu estrelado” (MORIN, 2008, p. 11). Por isso, a “sociedade humana sempre buscou inscrever-se no cosmo e inscrever o cosmo em si mesma” (MORIN, 2008, p. 11).
Mesmo antes do nascimento da Astrologia os astros desempenhavam um papel central na maior parte das civilizações. A organização social estava decalcada sobre a organização cósmica e os ritos religiosos asseguravam a harmonia entre o homem e o mundo. A ordem cósmica era ao mesmo tempo modelo e garantia de ordem social (PETROSSIAN, 1972 p. 15).
Até porque os movimentos celestes foram os primeiros ciclos percebidos pelo homem e, portanto, responsáveis pela organização dessas antigas sociedades, já que “toda a nossa compreensão mental do mundo depende dos ciclos – se os eventos não se repetissem, não haveria um universo apreensível e estruturado” (TOWNLEY, 1995, p. 9).
Para os antigos, o céu era algo sagrado e a relação do que era visto com o que acontecia na Terra despertou a necessidade de dados mais exatos a respeito dos ciclos dos planetas para que pudessem prever eventos terrestres. Isso porque os ciclos celestes se repetiam e, com esses, os acontecimentos terrestres se tornaram previsíveis, já que acompanhavam essa repetição. A partir daí, surge a necessidade de se calcular melhor esses ciclos, para que as previsões se tornassem possíveis.
Rupert Sheldrake, importante biólogo da atualidade, afirma que “na Idade Média, assim como em todas as épocas anteriores, de forma geral o homem acreditava que o Céu tinha vida, que o cosmo todo tinha vida” (2008, p. 19). O filósofo e historiador Peter Marshall também estudou essa relação entre o homem e o cosmo como algo sagrado:
os mesopotâmios acreditavam que os humanos eram parcialmente divinos, nascidos da mesma substância dos deuses, mas sua principal tarefa era servir aos deuses. O céu à noite, com as estrelas e planetas, era visto como Shitir Shame – o “livro dos céus” –, contendo os mandamentos dos deuses. (MARSHALL, 2004, p. 211).
Para o historiador Kocku von Stuckrad (2007), há indícios da presença da Astrologia desde a Idade do Bronze, em torno de 3.300 a.C.
A maior parte dos estudiosos aponta que foi na Mesopotâmia que a Astrologia, pelo menos da forma como a conhecemos hoje, nasceu. E teria sido difundida dessa região para o Egito e dali para a antiga Grécia. Porém, apesar de existirem fatos e evidências que permitem traçar uma linha do tempo, há algumas dúvidas históricas a respeito do nascimento e evolução da Astrologia.
O historiador americano Benson Bobrick conta que “quatro mil anos antes de Cristo, os babilônios e assírios observaram o céu em busca de presságios sobre seu destino e do alto de seus zigurats[2] cartografaram o curso dos planetas” (2007, p. 31). “A partir dessas observações”, continua, “começaram a predizer o tempo, a seca, a fome, a guerra, a paz e o destino dos reis” (2007, p. 31). Vilém Flusser (2007, p. 70) também se refere às previsões feitas pelos antigos sacerdotes através da Astrologia, tendo como referência os ciclos e os epiciclos.
Segundo o historiador Serge Hutin, a arqueologia confirma por documentos seguros que a Astrologia era praticada pelos caldeus dois ou três milênios antes da era cristã. Além disso, descobertas mais recentes mostram que essa prática já existia em época ainda anterior, a dos sumérios, “que a teriam trazido da Ásia Central por volta do V milênio antes de Cristo” (1975, p. 65). O autor defende a ideia de que o termo “mesopotâmios” deveria ser usado no lugar de caldeus, já que estes últimos “não foram…os únicos povos antigos que conquistaram… a Mesopotâmia” (HUTIN, 1975, p. 66).
Marshall (2004, p. 257), cita o trabalho The Origins of the Zodiac, do estudioso Rupert Gleadow, para falar sobre a primeira noção da Astrologia como a conhecemos, que teria surgido entre os séculos VII e V a.C., incluindo o próprio zodíaco. Marshall também demonstra a presença da Astrologia como ciência sagrada egípcia, “que era manifestada de maneira simbólica em sua arte e arquitetura” (2004, p. 258). Para o autor, mesmo que tenha havido uma fertilização posterior, “tanto o Egito quanto a Mesopotâmia podem ter herdado sua Astrologia como parte integrante da ciência sagrada de uma civilização anterior perdida” (2004, p. 258).
Muitos historiadores já afirmaram que a origem da Astrologia ocidental seria grega, já que foi na Grécia que muito da estrutura da teoria astrológica foi desenvolvida. Assim, apesar de não terem inventado esse saber, sem dúvida os gregos proporcionaram grande desenvolvimento à Astrologia e sistematizaram esse saber, sendo a origem da Astrologia que adotamos hoje no Ocidente. A própria teoria dos quatro elementos e suas associações com os doze signos[3] vem dos gregos (MARSHALL, 2004, p. 266). Ressalte-se que esta dissertação aborda apenas a Astrologia ocidental, apesar da Astrologia ser forte no Oriente, com seus próprios pressupostos e fundamentações.
A relação entre Astrologia e medicina também tem origem na Grécia, tanto que, para os gregos, “no diagnóstico de uma doença acreditava-se que se um signo que regia determinada parte do corpo fosse afetado por um planeta maléfico ou por um planeta com um aspecto negativo, por afinidade aquela parte do corpo também seria afetada” (MARSHALL, 2004, p. 267). Assim como o diagnóstico, a cura também dependia dos planetas.
Carl Gustav Jung, citando Paracelso, lembra que “o médico não deve ser apenas alquimista, mas também astrólogo” (2012c, p. 26). Segundo ele, “sem esta arte de interpretação das constelações astrais, o médico seria apenas um pseudomedicus (2012, p. 26)”. Ou seja, o médico deveria “reconhecer este céu interior” (2012c, p. 27), já que “há no homem um firmamento como no céu” (2012c, p. 27). Jung ainda complementa dizendo que “para nós, o céu externo é um indicador do céu interior: então, quem quererá ser um médico que não conheça o céu externo?” (2012c, p. 27). E isso aconteceu ao longo da história, já que muitos dos médicos eram também astrólogos, entendendo que “em cada ser humano existe um céu particular” e que “o céu é o ser humano e o homem é o céu” (JUNG, 2012c, p. 28).
A Astronomia matemática também se desenvolveu na Grécia, entre os séculos IV a.C. e III d.C. (MARSHALL, 2004, p. 282). Nessa época, a “Astrologia passou a ter um cunho mais científico, com bases matemáticas” (SUZUKI, 2007, p. 5).
Assim, “a Astrologia ocidental moderna tem suas raízes na mistura das culturas da Mesopotâmia, Egito e Grécia” e por “quatro mil anos, cada uma dessas grandes civilizações contribuiu para o crescimento da Astrologia” (MARSHALL, 2004, p. 208). Além disso, a “Astrologia não somente se tornou parte da cultura diária, como foi parte integrante da medicina, da magia e de vários cultos influentes no mundo egípcio e greco-romano no início da era cristã” (MARSHALL, 2004, p. 307).
Lena Petrossian conta que os astros foram “os reguladores do tempo social e da vida, quer profana, quer religiosa” (PETROSSIAN, 1972, p. 16). Segundo a autora, “o nascimento da Astrologia andou ligado aos progressos na observação do movimento dos astros”, bem como “Astronomia e Astrologia, ciência e magia são de fato indissociáveis” (PETROSSIAN, 1972, p. 16).
Astrologia e Astronomia
De acordo com historiadores e estudiosos, a Astrologia e a Astronomia nasceram juntas, pois a preocupação em calcular astronomicamente os ciclos celestes tinha, para os antigos, uma motivação astrológica, pois queriam compreender os ciclos e fazer previsões a partir do movimento celeste. Os ciclos, aliás, foram importantes em toda a concepção de nossa sociedade, especialmente os ciclos do Sol e da Lua, que regiam as plantações e as estações do ano. “A roda do Sol, o círculo do tempo, coloca tudo e todas as coisas de volta no lugar que lhes é devido” (FLUSSER, 2007, p. 69).
Conforme explica Edgar Morin: “É impressionante que as mais remotas civilizações da Antiguidade, como as da China, Egito, Caldeia e Assíria, tenham desenvolvido correlativamente a Astronomia e a Astrologia” (2008, p. 10).
Na Antiguidade, conhecer o céu e seus ciclos era fundamental para compreender melhor o que acontecia na Terra, pois as observações astronômico-astrológicas apontavam uma correlação direta entre eventos celestes e terrestres. É o que diz Rupert Sheldrake: “No passado, as pessoas acreditavam que o que acontecia na Terra estava relacionado ao que acontecia no Céu. Essa tradição ainda é vivamente preservada pela Astrologia moderna” (2008, p. 24).
Até o século XVII, Astrologia e Astronomia eram interligadas e não havia distinção entre elas e seus profissionais. Os astrônomos eram chamados astrólogos. Muitos dos grandes astrônomos do passado eram astrólogos, entre eles Johannes Kepler (Weil der Stadt, Alemanha, 27/12/1571-Ratisbona, Baviera, 15/11/1630), autor de almanaques astrológicos e astrólogo de reis.
Como conta o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, “Kepler iniciou sua carreira elaborando calendários astrológicos e concluiu-a como astrólogo da Corte do Duque de Wallenstein. Essa atividade permitiu que sobrevivesse” (2003, p. 187). E ele ainda complementa: “Segundo a concepção astrológica de Kepler, é possível prever o futuro com base no que ocorre no céu” (2003, p. 187).
O livro A bruxa de Kepler (CONNOR, 2005), biografia de J. Kepler, que recebeu esse nome porque sua mãe foi condenada e queimada como bruxa, por preparar “remédios à base de ervas”, também tem registros da relação de Kepler com a Astrologia, inclusive apresentando trechos do próprio mapa feito por ele e cartas e anotações nas quais ele falava sobre o assunto, inclusive sobre os aspectos astrológicos seus e de seus familiares.
Edgar Morin também mostra que:
o nascimento duma Astronomia moderna coincide com o renascer da astrologia: os próprios astrônomos modernos Copérnico (1473-1543), Kepler (1571-1630), praticavam a astrologia. Assim, e paradoxalmente, os homens do Renascimento não estabeleciam uma autêntica oposição, um século antes do seu divórcio, entre Astronomia e astrologia. A astrologia, a magia, a Astronomia, a medicina eram consideradas ciências empíricas. (1972, p. 21).
Morin ainda reforça que além da relação direta entre Astrologia e Astronomia, esses estudos eram aplicados a toda sociedade. Para ele: “Outrora, porém, inseparável da Astronomia, a Astrologia estabelecia a influência direta dos planetas, não apenas sobre o destino dos indivíduos, mas, também, sobre o das sociedades” (2008, p. 10).
Até porque a Astrologia surge justamente para compreender os eventos coletivos, políticos e econômicos e tudo o que influenciava a sociedade, o que incluía saber o destino de reis e rainhas. A Astrologia individual/pessoal era apenas para os reis e nobres que tinham alto poder aquisitivo. A Astrologia aplicada ao indivíduo é muito mais recente, pois surge junto com a psicologia a partir do século XX.
Entre os séculos XVI e início do XVII, a Astrologia foi bastante popular, embora nessa época se iniciasse um rompimento entre a Astronomia centrada no Sol e a Astrologia geocêntrica, que seguia o modelo de Ptolomeu. A partir do século XVII, a Astrologia e a Astronomia, até então irmãs, separam-se e, com isso, a Astronomia ganha status de ciência, enquanto a Astrologia passa a ocupar outro lugar, até hoje incerto.
Como relata Edgar Morin:
A astrologia foi rechaçada como superstição, simultaneamente, pelo cristianismo e pelo racionalismo cientifico. Só conseguiu reconquistar seu espaço no contexto da subjetividade individual, único lugar em que lhe foi reconhecida alguma objetividade. A sociedade não se encontra mais inscrita no cosmo e, a partir do século XIX, foi forçada a inserir-se em um devir irresistível que lhe promete o controle do mundo. (2008, p. 12).
De acordo com Rupert Sheldrake, o divórcio entre Astrologia e Astronomia significou prejuízo para ambas as áreas do conhecimento. Para ele:
A relação entre Céu e Terra era muito importante na cosmologia antiga. Mas, em virtude da separação entre astrologia e Astronomia, os astrônomos passaram a não ver sentido no que está acontecendo nas estrelas; não veem vida, inteligência ou consciência no Céu. Os astrólogos, por sua vez, veem sentido, padrão e uma relação entre o que acontece no Céu e o que acontece na terra; mas, infelizmente, nunca olham para o céu. (2008, p. 25).
Desde que a Astrologia se divorciou simultaneamente da religião e da ciência, vem buscando sua recolocação na sociedade. Aliás, para o professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo Renato Janine Ribeiro,[4] a Astrologia pretende, de fato, ser uma ciência. Segundo ele, Astrologia é logia, logos, saber, ciência. Ele aponta, inclusive, que desde que se parou de pensar nos astros como aqueles que nos dizem o futuro, nos dizem a verdade, para pensar nos astros de maneira mecânica e não mais como forma de adivinhação ou sagrado, criou-se a palavra Astronomia, que tem conotação de nomia, ou seja, lei, e não de logia, ou seja, ciência. Ainda para Ribeiro, isso se deve ao fato de a Astronomia desejar diferenciar-se da Astrologia.
Assim como se separou da ciência, a Astrologia também se afastou do sagrado ou do divino. Rupert Sheldrake acredita “que uma das coisas que precisamos fazer é recuperar um sentido de vida no Céu, para que, quando olharmos para as estrelas, quando realmente olharmos para o céu, conscientizemo-nos dessa divina presença e das inteligências e da vida nele contidas” (2008, p. 26).
Desde que isso aconteceu, ou seja, desde que a Astrologia deixou de fazer parte ou de conter a Astronomia e também o sagrado, passou a ser vista pela ciência como algo místico e pela religião como algo profano. Entrou em uma espécie de limbo, sem pertencer a um lugar bem definido perante a sociedade. Desde então, passou a sofrer uma série de preconceitos.
Em um tempo mais recente, a pouca informação sobre sua história dificultou o entendimento sobre suas origens e sobre seu antigo uso como algo tão presente na vida das pessoas. No programa “Café Filosófico Agir com Astrologia”, exibido em 2003 pela TV Cultura, Renato Janine Ribeiro conta que ao fazer uma pesquisa sobre a história da astrologia constatou a existência de poucos livros em todo mundo ligados ao assunto.[5] Em sua opinião, a Astrologia entrou no buraco negro da ciência. De acordo com ele, isso se deve ao fato de que uma parte dos interessados diz que a Astrologia é uma superstição e, portanto, não deve ser estudada profundamente ou, ainda, deve ser desmontada. Segundo Renato Janine Ribeiro, para outra parte dos interessados, a Astrologia é a revelação da verdade e por isso não precisa ser estudada cientificamente. Além disso, havia um vazio histórico que apenas recentemente vem sendo preenchido, com publicações que abordam o assunto de forma mais profunda e completa.
NOTAS
[1] Para tudo/ Existe uma estação/ E um momento para cada propósito/ Sob o céu. (Tradução da autora) – Turn! Turn! Turn! – Nina Simone
[2] Os zigurats eram torres existentes na Babilônia, que simbolizavam a ligação entre o céu e a terra e de onde “os adivinhos observavam com precisão o movimento dos astros no céu” (HUTIN, 1975, p. 67).
[3] Os doze signos seriam uma combinação entre quatro elementos – fogo, terra, ar e água – e três ritmos (ou formas de expressão) – cardinal, fixo e mutável.
[4] Renato Janine tratou do tema astrologia no programa “Café Filosófico: Agir com Astrologia”, exibido pela TV Cultura em 2003.
Leia também:
Maria Luiza Latour Nogueira diz
Gostei muito do estudo e gostaria de acrescentar algumas dúvidas e questionamentos para, quem sabe, deixar uma pulga atrás da orelha dos astrólogos e estudiosos de plantão.
1. Já li referências sobre o relacionamento entre as culturas grega e hindu. Há estudos que demonstram passagens muito semelhantes entre os textos sagrados do Mahabharata e do Ramayana e o que hoje é considerado apenas literatura grega a Ilíada e a Odisseia (para mim, estes também são livros sagrados). Sempre me perguntei sobre quem deu os nomes aos planetas, uma vez que a personalidade dos deuses que os representam referem-se ao caráter e comportamento do nativo ou influenciado por aqueles signos. Enfim, sinto falta de estudos de astrologia comparada entre a astrologia hindu e a grega ou de um estudo que busque as origens da astrologia neste que é um dos povos mais antigos e mais sábios do mundo, que são os hindus. A astrologia faz parte de vida deles até hoje. Eles estudam o mapa astral de um criança que nasce, buscam orientá-la e educá-la de acordo com o que o mapa astral apresenta para si. Preparam-se para o que o futuro apresenta para aquela criança. Enfim, a astrologia faz parte da vida deles.
2. Estudei mitologia grega com o Prof. Junito Brandão na PUC do Rio de Janeiro. Em um curso sobre a Ilíada, Junito refería-se a deuses que defendiam os troianos e deuses que defendiam os gregos, ele listava estes deuses. Mas também falava de ‘deuses indecisos’ que ora defendiam gregos, ora defendiam os troianos. Após uma aula (isto na década de 80), conversei com ele sobre a relação destes deuses com o ciclo de seus planetas e disse-lhe que aqueles deuses aos quais ele classificava como indecisos referiam-se aos planetas mais lentos, ou seja, de ciclo mais extenso (Netuno, por exemplo). Disse-lhe que, possivelmente, um astrólogo poderia calcular a data precisa da guerra de Troia com base nestas referências planetárias inseridas na Ilíada e ao local (hoje já conhecido) da cidade de Troia. Ele gostou dessa minha assertiva, como que me incentivando-me para fazer o estudo. Mas eu não o fiz. Não sou astróloga, eu estudava literatura.
Bem, deixo o desafio para os senhores, e, lamento informar que Junito Brandão já não se encontra entre nós, deixou uma série de publicações e traduções de livros sobre a cultura grega e a latina. Não estudou a cultura indiana, que pena…
José diz
Comentário inspirador, gostei. Grato, José
Mariana diz
Muito obrigada pela iniciativa de compartilhar esse interessante trabalho de Titi Vidal!! No aguardo das próximas publicações. 😀
rosana godoy diz
fico feliz em ver a Astrologia sendo considerada e difundida dessa maneira. A pessoa comum teve um ideia errada sobre a Astrologia. Gostei do artigo….
José diz
Para mim a Astrologia é arte, assim como a poesia… A ciência também não deixa de ser, mas sempre à serviço da Arte. Inspiradora tese! Grato.