Darci Lopes nasceu no dia 27 de janeiro de 1942, às 5h15 da manhã, em Salvador, Bahia. Era um duplo Aquário, com Sol e Ascendente neste signo. Sua Lua em Gêmeos de casa 5, em conjunção com Júpiter, reforçava a ênfase em signos de Ar. Darci era, essencialmente, um tipo mental, curioso, pesquisador, lógico e organizado. Em sua carta, o Ar era secundado pela Terra (Marte, Saturno, Netuno e Nodo Norte), definindo-o como o intelectual prático, tão apto para planejar quanto para concretizar. Com o Sol oposto ao reservado Plutão, nenhum planeta pessoal em Fogo e nenhum fator em Água, Darci era um profissional discreto e avesso ao estrelismo. Atuando como astrólogo no eixo Campinas-São Paulo, era querido pelos alunos e colegas do círculo mais próximo, mas pouco conhecido no restante do Brasil. Por outro lado, sua intensa dedicação à Sociedade Brasileira de Eubiose, entidade filosófica e religiosa com núcleos atuantes em todo o país, tornou-o um palestrante requisitado.
Faleceu em 28 de setembro de 2016, na mesma data de fundação da Sociedade Brasileira de Eubiose (28 de setembro de 1921, em São Lourenço, Minas Gerais), e foi sepultado na manhã do dia seguinte, no Cemitério Vertical de Guarulhos.
Descrito pelo astrólogo campinense Fernando Guimarães como um “gênio da matemática e da educação”, Darci tinha excelente formação acadêmica: era licenciado em Física e Matemática, com Extensão Universitária em Psicopedagogia e cursos de Astronomia pelo Planetário Municipal de São Paulo.
Trabalhou por vários anos, desde 1985, no Astrocenter de São Paulo. Professor de muitos astrólogos hoje em atividade, é descrito por Ana Maria González como “um profissional impecável, compromissado com a busca do conhecimento. Gentil no contato com as pessoas, poderia ser chamado um gentleman”.
Em agosto de 2013 participou da programação da Astrológica, da Gaia, ministrando a palestra O problema da hora em Astrologia (retificação de cartas era um de seus focos de interesse). Sua última participação num grande evento astrológico fora de São Paulo foi em 29 de novembro de 2014, quando apresentou-se no Simpósio do Sinarj.
Nota do editor
Conheci Darci Lopes pessoalmente durante a Astrológica 2008. Quem fez as apresentações foi o prof. Raul Varella Martinez, que nos colocou frente a frente e sugeriu-lhe que produzisse alguns artigos para Constelar. Darci, absolutamente sério, não disse nem que sim, nem que não. Apertou minha mão em silêncio, examinou-me desconfiadamente (o típico Sol-Plutão!) e saiu sem dizer uma palavra. Meses depois mandou-me uma mensagem bem formal, encaminhando um artigo. Depois vieram mais três. No total, são quatro artigos no acervo de Constelar, separados por longos intervalos de tempo e todos versando sobre retificação de cartas.
Acabamos trocando muita informação na época da ocupação do Complexo do Alemão, em 2010. Darci via naquele processo um grande ponto de partida para discutir o mapa que melhor representaria a cidade do Rio de Janeiro. Para ele, a carta ideal seria a da batalha em que morreu Estácio de Sá. Chegou a produzir um detalhado estudo, mas utilizando uma fonte que fornecia a data com erro de dois anos. Ao descobrir o equívoco, ficou arrasado. Para uma astrólogo especialista em retificação, a precisão é uma preocupação quase obsessiva.
Mais tarde, revisou a pesquisa e concluiu que a melhor carta para o Rio seria mesmo o da batalha de Uruçumirim (uma tese bastante polêmica), mas com a data correta, de 20 de janeiro de 1567. Outra preocupação dele era quanto à privacidade: “Peço, encarecidamente, que não cadastrem meu e-mail em nenhum grupo, fórum, rede social de qualquer natureza, anúncio de produto, spam, etc.” Quando trocou de endereço eletrônico, avisou: “Estou informando o endereço novo, mas não passem adiante para ninguém!” Era, de novo, aquele Plutão angular falando alto! (Fernando Fernandse)
Ana M M González diz
Fernando, como sempre um texto completo nas informações, inteligente nas interpretações. Uma homenagem á altura de Darci Lopes. Obrigada. E obrigada também pela citação do meu nome.
Fernando Guimarães diz
Obrigado pela homenagem, xará. Foi uma grande perda, mas tudo que é perdido pode ser achado, como nos ensina a Astrologia Horária. Abraços.
Alya Adhara diz
Que linda homenagem ao Darci! Mais do que merecido!
Além de brilhante Astrólogo e estudioso da Teosofia, foi uma pai magnífico!