Não sobrou muito a dizer, depois de tudo que astrólogos, Brasil afora, já discutiram sobre o mapa dos candidatos às eleições presidenciais de 2014. Contudo, três pontos ainda merecem toda a atenção: o grau de precisão do mapa dos principais candidatos, o sentido astrológico de “ganhar uma eleição” e as ressonâncias desta escolha presidencial com algumas outras, ocorridas sob configurações semelhantes, no passado.
Duas candidatas sem horário estabelecido
Comecemos pelo mapa dos principais candidatos: apenas Aécio Neves parece ter registro de nascimento confiável. Quanto à atual presidente, seus registros de nascimento foram extraviados e o que existem são apenas depoimentos contraditórios de familiares, que abrem um leque de três Ascendentes possíveis. Já discutimos seu mapa em Constelar quatro vezes, nas matérias Dilma Rousseff, Virgem no Ascendente?, (Angela Schnoor, Celisa Beranger, Divani Terçarolli, Fernando Fernandse), O Ascendente de Dilma: Libra ou Escorpião? (Barbara Abramo, Henrique Wiederspahn, Maurice Jacoel), Dilma Rousseff, a confirmação de Virgem (Gerson Pelafsky) e, mais remotamente, Os quatro Ascendentes de Dilma Rousseff (Fernando Fernandse). No conjunto, ficamos com um forte viés pelo Ascendente em Virgem, mas sem eliminar de todo as possibilidades de Libra e Escorpião. Algumas previsões apresentadas por astrólogos de primeira linha consideram o horário das duas da manhã, com Ascendente Escorpião. Evidentemente, um erro de uma hora ou duas pode comprometer todo o sentido de uma interpretação por progressões, arcos solares ou revoluções solares. Apenas os trânsitos ainda teriam alguma utilidade, mas sem certeza quanto ao significado das casas.
Marina Silva é um caso um pouco mais dramático. Nascida em 8 de fevereiro de 1958 num seringal perto de Rio Branco, no Acre, o horário em que veio à luz é particularmente nebuloso, havendo hipóteses para o início da noite, a madrugada e as primeiras horas da manhã. A pobreza e as condições precárias do entorno em que Marina nasceu trabalham contra a possibilidade de um registro confiável. Caso seja eleita, será o quarto caso de presidente da República, no último quarto de século, com mapa natal em aberto (os outros foram Itamar Franco, Lula e Dilma).
Estas observações conduzem à seguinte conclusão: não é seguro fazer um prognóstico com base exclusivamente nas ativações dos mapas dos candidatos. O bom senso recomenda utilizar outras técnicas.
O que significa ganhar uma eleição?
Ganhar ou perder são conceitos muito relativos numa eleição. Lembro que doze anos atrás, nas semanas que antecederam as eleições presidenciais de 2002, alguns dos melhores analistas na área de Astrologia Mundial previam um segundo turno disputado entre Lula e Ciro Gomes. Trânsitos e progressões indicavam com clareza um momento de crescimento pessoal para Ciro, ao mesmo tempo que não estimulavam qualquer prognóstico muito favorável para o candidato do PSDB, José Serra. O que aconteceu todo mundo deve lembrar: Lula e Serra passaram para o segundo turno. Ciro Gomes, excluído da disputa, foi cortejado pelos dois candidatos remanescentes. Acabou anunciando seu apoio a Lula, que venceu a eleição e agraciou Ciro com o Ministério da Integração Nacional. Já José Serra, derrotado no segundo turno, amargou dois anos de eclipse político, do qual só começou a recuperar-se quando eleito para Prefeito de São Paulo, em 2005.
Considerando Ciro e Serra, quem teve melhor desempenho na eleição de 2002? Do ponto de vista estritamente eleitoral, é evidente que a resposta é Serra. Mas, num sentido mais abrangente, quem tirou mais vantagem política daquela eleição foi Ciro Gomes, cujo cacife político aumentou com a conquista do terceiro lugar. Nos três anos seguintes, Ciro esteve em maior evidência e teve mais poder nas mãos do que José Serra.
Erraram os astrólogos que prognosticaram o sucesso eleitoral de Ciro Gomes? Não exatamente. Num certo sentido, Ciro realmente ganhou as eleições. A questão fundamental aí é: afinal, para que perguntas estamos tentando obter respostas? E ainda: qual a técnica mais adequada para chegar a estas respostas? Entendo que a pergunta mais adequada que nos devemos fazer neste momento não é que candidato tem um mapa indicando maiores oportunidades, e sim que tipo de governo o Brasil terá nos próximos quatro anos. É o que nos leva ao terceiro tópico.
O mapa da eleição e o clima geral de 5 de outubro
O mapa do momento do início das eleições, calculado para a capital do país, é sempre um indicador bastante confiável do clima geral que constituirá o pano de fundo do pleito. Trata-se de um mapa objetivo (não depende de horários incertos) porém genérico, na medida em que não aponta nomes, mas sim tendências. Os candidatos vencedores são, normalmente, aqueles que conseguem melhor traduzir, no plano do imaginário coletivo, essas necessidades e expectativas nem sempre facilmente verbalizáveis.
O mapa das eleições do primeiro turno tem o Ascendente em Escorpião, signo do Meio do Céu do Brasil no mapa da Independência. Saturno plantado ali, junto ao Ascendente, já fala de um eleitorado desconfiado, calejado, pouco disposto a inovar. Contudo, Saturno no Ascendente (o povo) faz quadratura com Júpiter em Leão na casa 10 (as autoridades: a presidência da República e os cargos de governador). Este Júpiter está envolvido num excelente Grande Trígono com Marte e Urano nas casas de Terra. Já temos aí uma pista poderosa: os candidatos com maior chance de vitória são aqueles capazes de “vender” grandes projetos que resultem em realizações palpáveis. Ponto para os “tocadores de obras”, comprometidos com o crescimento industrial (Marte na cúspide da casa 2) e com o apelo à modernidade (Urano em Áries na cúspide da 6). Vamos lá: qual o candidato que parece vender com mais credibilidade o projeto de grandes ferrovias, portos, novas linhas de metrô, melhora na rede de telecomunicações e temas semelhantes? Candidatos engenheiros, ou com aparência de capatazes (aparecer de capacete na propaganda eleitoral pode ajudar), são os favoritos.
Contudo, é preciso olhar de novo para Saturno no Ascendente e sua quadratura com Júpiter: ai do candidato que exagerar nas promessas e der a impressão de que não conta com uma plataforma sólida. O conjunto parece mostrar um eleitor que deseja, sim, eleger um administrador – mas um administrador capaz de terminar o que já está iniciado, sem grandes invencionices. Júpiter em Leão pode ser meio megalomaníaco, mas não é exatamente um grande inovador.
O Sol, regente da casa 10 (o lugar do governante), em Libra e em conjunção com Vênus, parece beneficiar o bom senso e a capacidade de fazer concessões em nome da governabilidade. Ponto para partidos sem muita definição ideológica, capazes de encontrar um espaço nas frentes mais heterogêneas. A cobrança por coerência, corporificada num discurso mais áspero e radical, ficará por conta da oposição (Urano na casa 6, regendo a casa 4, dos desafiantes, e fazendo oposição ao Sol). Mais uma vez coloca-se aqui a questão de o que significa “ganhar uma eleição”. Candidatos que perderem a disputa por votos em 2014 mas mantiverem um discurso crítico e contundente, sem concessões, estarão ganhando pontos preciosos para as eleições seguintes.
Há que observar, finalmente, que o Sol também está em quadratura com Plutão na casa 3 (a imprensa, especialmente os órgãos de comunicação ligados a grupo mais poderosos e organizados para a defesa de interesses corporativos). Na verdade, o Sol fecha uma quadratura T com Urano e Plutão, planetas que são exatamente os protagonistas da crise econômica atual que afeta tanto o mundo industrializado quanto os países emergentes. A próxima safra de governantes estará, naturalmente, no olho do furacão. E é aí que entra a questão histórica: do ponto de vista astrológico, essa eleição se parece com duas outras, no passado, que também ocorreram sob fortes tensões Urano-Plutão. Voltamos ao assunto em outro artigo: Uma eleição como a de 1930?
José A. Baptista diz
Fazer previsões usando a astrologia envolvendo eleições, principalmente as principais eleições, como: Para Prefeitos das grandes cidades, para Governadores das grandes capitais, e para Presidente do país, são pedradas na cabeça. Porém, eu sempre dei sorte neste tipo de previsão – e em outras também. Inclusive, tem uma eleição que não esqueço, é a de 1998, quando Paulo Maluf foi candidato ao governo de São Paulo, e seu concorrente direto foi Mario Covas. Para o primeiro turno as pesquisas apontavam Maluf como franco favorito e, provavelmente – segundo as mesmas pesquisas –, Maluf venceria o segundo turno também – e tranquilamente.
Na época meu irmão (que Deus o tenha, se ele merecer) trabalhava para Helô Pinheiro e ela estava apoiando o Maluf com unhas e dentes. Sabendo que eu era astrólogo, Helô mandou meu irmão me consultar para saber quem ganharia as eleições de 1998. Passei as seguintes informações para o meu irmão, para ele passar para a Helô: “Paulo Maluf vence o primeiro turno tranquilo, mas Mário Covas vence o segundo turno tranquilo”. Sabendo disso Helô falou para meu irmão o seguinte: “Seu irmão não sabe nada, a maioria dos astrólogos de São Paulo diz que Maluf será eleito”.
E para alegria de muitos – inclusive, para a minha alegria – Mário Covas venceu o segundo turno e Helô Pinheiro nunca mais quis saber de minhas previsões. Para se fazer previsões, além de fazer uso dos Mapas Astrais e dos ciclos cósmicos (do livro “Autodomínio e o Destino com os Ciclos da Vida”, cujo autor é H. Spencer Lewis – F. R., Ph. D., Imperator da Ordem Rosacruz), também faço uso do método astrológico especial desenvolvido por mim para essa finalidade – fazer previsões. Esse método astrológico especial também foi desenvolvido por mim tendo por base informações contidas no excelente livro de Jefferson T. Alvares, “Astrologia Revelada”.
Hanna Opitz diz
Ficou muito bonito, Fernando!!! Parabéns!
Jonas diz
Parabens pelo novo visual do site.
Quanto ao artigo, foi mencionado que em dois dias voltaria ao assunto, e esses dois dias já passaram…
Sonia diz
Aprovadíssimo o novo layout! Constelar sempre inovando! Mas o importante mesmo é que seu conteúdo continua apresentando astrologia do mais alto nível! Parabéns!
João Francisco dos Santos Filho diz
Parabenizo aqui pelo extraordinário trabalho astrológico elaborado. Particularmente, acredito que a nossa presidenta Dilma tenha como ascendente Escorpião, devido ao seu perfil físico, formação acadêmica (economista) e também aos cargos políticos ocupados anteriormente à sua candidatura presidência da república e a própria Presidência da Republica, me leva no Ascendente Escorpião para Dilma. Virgem é muito humilde, não que ela não tenha la sua simplicidade; Libra (relações diplomáticas), e graciosidade corporal. Enfim, sou mais para o Agente secreto escorpianino, hshsh . “Entender Astrologia é Ouvir a Voz da Natureza” João Francisco dos Santos Filho.
Teresa Rivero diz
Acho que a Dilma tem uma coisa que parece “meio grossa”,(aquele jeitao de andar)mas deve ser seu Sol.Entao,o Ascendente acho que aparece menos e quem gosta de esconder mais e o Escorpiao!
mary diz
Eu creio, que a Dilma se enquadra mais no signo de Escorpião, pelo porte físico e no sentimento é fria, cruel.
José diz
Saturno em escorpião e Plutão em Capricórnio, reflete bem o momento em que vivemos, no cotidiano e no eleitoral. É o tempo se remexendo no lamaçal e/ou a corrupção vindo a tona, mas num país de corruptos, honesto é bandido.
Constantino K. Riemma diz
Meu caro Fernando, como ficou leve e convidativo o novo visual. E o mais importante é que a Constelar continua como um exemplo notável de valorização do conteúdo de qualidade.
Meus parabéns. Que os seus esforços continuem a beneficiar a Astrologia.
Abraços do Constantino
Edi Cavalcante diz
Parabéns pela reciclagem plástica do Constelar e também pelo texto de preciosa abordagem.
josé augusto diz
Parabéns, Fernando!
Nem todas as mudanças promovem resultados satisfatórios….entretanto, quando envolvem um protagonista competente….naturalmente, as mudanças são seletivas e compensatórias. Da mesma forma que Carlos Artur, gostaria que acrescentasse ao mapa das eleições….os efeitos das eclipses (lunares/solares), de amplitude variada no eixo norte/sul, principalmente, a do dia 08, poderiam trazer maior envergadura a “peleia democrática” ? Já que as candidatas estão com boas perspectivas de conquistar seus objetivos. Obrigado!
Gde. Abraço
Voltaire Vianna diz
Parabéns pelo seu Artigo. Em suma “ser eleito” não significa “ganhar a eleição”. Quem for eleito/eleita vai governar com muitas dificuldades. Peço-lhe que no próximo artigo você discorra um pouco sobre os Astros ( Saturno, Plutão, Urano, Netuno e Júpiter) no céu do Brasil durante o quadriênio 2015/2018. Até o próximo artigo. Abçs.
Carlos Artur dos Santos Silva diz
Parabéns Fernando.
O novo site da Constelar ficou excelente, ótimo visual e a disposição dos assuntos, todavia na matéria acima você analisou muito bem o Mapa do dia da eleição que ocorrerá em meio aos Eclipses, mas não mencionou a tendência de quem leva a eleição.
Muito sucesso.
sonia beth diz
É redundante dizer que gostei do novo layout e também do seu artigo. É um dos artigos que me dá a sensação de ter a cabeça nas estrelas e os pés no chão. É o que preciso rsrs. Obrigada