O mito da constelação de Escorpião

Representação esquemática das constelações de Órion e Escorpião.

A constelação de Órion é uma das mais brilhantes e facilmente identificáveis no céu, devido ao seu formato e ao Cinturão de Órion, mais conhecido como as Três Marias. Órion tem um formato parecido com o de uma ampulheta, mas, quando visto em seu formato total, se pode visualizar um grande guerreiro portando uma clava acima da cabeça e um escudo à sua frente.

Órion era um grande caçador, filho de Poseidon, que em certa ocasião ficou tão obcecado por um grupo de garotas que as perseguiu por sete anos. Para salvá-las, foi necessário elevá-las aos céus em formato de estrelas, e assim elas se tornaram as Plêiades. Pode-se ver no céu, inclusive, que Órion continua apontando para estas estrelas, localizadas na constelação de Touro.

Uma das lendas conta que Órion se apaixonou pela deusa da caça Ártemis, pois os dois possuíam a paixão pela caça como algo em comum. O irmão de Ártemis, Apolo, não aceitava tal aproximação e tinha um ciúme profundo desta relação. Certo dia Apolo enviou um escorpião gigante para perseguir Órion, que tentou de todas as formas atingir o aracnídeo. Sem obter sucesso, já que o animal possuía uma couraça muito dura, o caçador tentou se refugiar no mar.

Percebendo que Órion estava submerso apenas com a cabeça para fora, Apolo desafiou sua irmã, exímia caçadora, a acertar o alvo distante que se movia. Ela não viu o que era aquele objeto mas aceitou o desafio, atingindo em cheio o seu amado. Percebendo o terrível engano, e ainda entre lágrimas, Ártemis pediu a Zeus para colocar Órion e o escorpião entre as estrelas.

A deusa Ártemis diante do corpo sem vida de Órion. Todas as variantes da lenda do gigante caçador destacam a mescla entre paixão e morte.

Outra versão diz que Ártemis enviou um escorpião gigante para matar Órion, um caçador gigante de tinha tentado violentá-la. A missão do escorpião foi cumprida quando ele conseguiu picar o calcanhar de Órion. Em reconhecimento ao serviço prestado, Ártemis transformou o escorpião em uma constelação, simbolizando a raiva por ter sido ameaçada de estupro. Órion, depois de morrer, também se transformou em constelação por ter sido reconhecidamente um grande guerreiro. Desde então quando o Escorpião aparece no céu a leste, Órion já está no oeste, onde desce no horizonte.

Nestas lendas podemos observar alguns dos comportamentos ligados aos regentes de Escorpião, como o instinto guerreiro e da caça ligados a Marte, e a obsessão, a violência e o ciúme que são facetas negativas ligadas a Plutão.

A constelação de Órion e lenda de Gilgamesh

A constelação de Órion é conhecida há mais de 30.000 anos, sendo associada pelos egípcios ao deus Osíris (há teorias inclusive que associam o alinhamento das pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos no Egito ao alinhamento das três estrelas do cinturão de Órion) e pelos sumérios ao herói Gilgamesh. Nesta lenda de Gilgamesh ele luta contra o Touro dos Céus que tinha sido enviado por Inanna, deusa do amor e da guerra. Este combate é facilmente visualizado, visto que a constelação de Touro está exatamente à frente de Órion.