Sagitta, em latim, significa flecha. Simbolicamente, a flecha apontada para o alto representada no símbolo de Sagitário fala sobre a elevação de um instinto animal para a racionalidade e consciência espiritual. Esse processo de transcendência é representado pelo centauro, que possui a parte inferior de um cavalo (o instinto) e a parte superior de um humano (o racional). Fazemos aqui uma correlação do signo com dois diferentes mitos relacionados a centauros, o de Íxion representando a parte animal, e o de Quíron representando a parte humana.
Íxion era o rei dos Lápitas e, em certa ocasião em que fora convidado por Zeus para um banquete junto aos deuses, acabou se embriagando em demasia pelo néctar divino e passou a desejar Hera, esposa de Zeus. O rei dos deuses, ao ver o que estava prestes a ocorrer, resolveu testar Íxion e moldou uma nuvem com a mesma aparência de Hera, e lhe deu o nome de Néfele. Ao se ver sozinho com a nuvem, Íxion tratou de seduzi-la, e os filhos desta união foram os centauros. Enfurecido com esta atitude, Zeus condenou Íxion ao exílio no Tártaro, onde ele deveria queimar por toda a eternidade em uma roda de fogo. Este mito retrata o instinto não reprimido, por vezes visto como característica no signo de Sagitário na forma de falta de limites.
Já Quíron era um centauro, mas não era filho de Íxion, e sim de Saturno e Fihra. Ele vivia em uma caverna no monte Pélio e, diferentemente dos outros centauros, era calmo e justo. Viveu durante muito tempo em isolamento em uma gruta, adquirindo conhecimento e sabedoria. Era o deus da cura e da alquimia e também foi responsável pela educação de muitos heróis e filhos dos deuses, como Jasão, Aquiles e Asclépio.
O centauro que abriu mão da imortalidade
Certa vez, Quíron estava visitando Hércules quando um embate ocorreu entre o herói semideus e um grupo de centauros. Hércules utilizou algumas flechas envenenadas com o sangue da Hidra para afastar os centauros e, acidentalmente, uma dessas flechas atingiu a coxa de Quíron. Sendo imortal, o centauro não podia morrer, mas passou a ter um sofrimento muito grande devido a esta ferida.
Na busca por um alívio, Quíron passou a estudar inúmeros métodos e conhecimentos de cura, porém não conseguia curar a si mesmo e ficou com uma ferida eterna. Quíron só conseguiu se livrar deste sofrimento ao trocar sua imortalidade com Prometeu, que havia roubado o fogo do conhecimento dos deuses para levá-lo aos homens e foi condenado por Zeus a ficar acorrentado a uma rocha até que um ser imortal abrisse mão de sua imortalidade. O rei do Olimpo elevou então o centauro aos céus, formando a constelação de Sagitário.
Assim como Quíron, o signo de Sagitário de uma maneira positiva está relacionado ao conhecimento aprofundado, à filosofia e ao ensino superior. Através do conhecimento, filosofia e religião, o homem se eleva de um estado animal e instintivo (como visto no mito de Íxion) a um estado racional e civilizado.
Bianka diz
muito legal. Parabéns