A constelação de Libra em si não possui um mito relacionado, como as demais constelações, pois até a época do Império Romano estas estrelas faziam parte da constelação de Escorpião, na forma de suas garras. Vamos falar aqui então do mito do Julgamento de Páris, que culminou na conhecida Guerra de Troia e que tem relação com características do signo de Libra.
Tétis, a mais bela filha de Nereu (por isso chamada também de Nereida) e de Doris, foi convencida por Peleu a casar-se com ele. Este casamento foi muito celebrado pelos deuses (Peleu era discípulo de Quíron), e todos eles compareceram à festa realizada no monte Pélion, com exceção de Éris, a Discórdia, que foi “convidada a não comparecer”.
Sentindo-se absolutamente rejeitada e revoltada, Éris pensou em uma maneira de exprimir sua natureza (a Discórdia) e jogou na festa uma maçã de ouro (o Pomo da Discórdia), na qual estava escrita a inscrição “Para a Mais Bela”. De todas as convidadas, as que mais se sentiram merecedoras de tal prêmio foram Hera, Atena e Afrodite, e assim uma grande discussão foi iniciada para definir quem seria a vencedora. Nenhum dos deuses quis assumir a responsabilidade de julgar um “concurso de beleza” tão grandioso assim, e foi então que Zeus incumbiu Hermes de levar as três deusas ao Monte Ida para que fossem julgadas por um pastor chamado Páris.
Páris, um pastor com muito senso estético
Páris não era um pastor qualquer, pois era o filho caçula do rei Príamo de Troia e foi deixado no Monte Ida para perecer após seu nascimento (havia uma profecia de que ele seria a ruína de Troia, o que de fato ocorreu mais tarde). Ele foi então amamentado por uma ursa, e posteriormente cuidado pelos pastores do Monte Ida. Após crescer forte e belo, foi reconhecido por sua irmã e profetisa Cassandra ao participar de uma competição de força e assim retornou ao seu lugar de direito como filho do rei.
Voltando ao julgamento (ocorrido quando Páris ainda era pastor), a disputa não foi apenas sobre a beleza das deusas. Cada uma prometeu algo ao “juiz” para convencê-lo a declará-la vencedora.
Hera ofereceu a Páris o poder como imperador da Ásia. Atena ofereceu a ele sabedoria e a vitória em qualquer combate em que entrasse. Já Afrodite ofereceu o amor da mulher mais bela do mundo, que era Helena de Esparta. Páris deu a vitória a Afrodite, mas Helena já era casada com Menelau, rei de Esparta.
Páris, após “tornar-se” filho do rei, foi a Esparta e seduziu Helena, que fugiu junto a ele para Troia. Menelau ficou furioso e juntou seu exército para retomar Helena, iniciando assim a Guerra de Troia.
Assim como Páris teve que fazer um julgamento, as pessoas com características librianas no mapa podem enxergar todo tipo de escolha ou situação como um julgamento, pesando todos os pontos na balança antes de se decidir (ou não) por algo (e daí vem a fama de indecisão). Como buscam a harmonia e equilíbrio nas suas relações, e sempre levam em consideração as posições e necessidades do outro, não querem fazer um julgamento que possa prejudicar uma das partes. Um ponto muito interessante do mito é que Éris foi excluída do casamento, justamente como reflexo do signo de Libra, que deseja sempre a harmonia nas suas relações.
Outro ponto interessante é que Páris foi escolhido para julgar um concurso de beleza e escolheu Afrodite como vencedora. Na mitologia romana, Afrodite é Vênus, que é também o planeta regente do signo de Libra e que está associado à beleza e ao senso estético.