O primeiro dos Doze Trabalhos de Hércules foi o de matar o Leão de Nemeia. Este animal, que não era um leão comum, mas sim um ser gerado pelos deuses (há versões diferentes sobre seus “pais”, que falam sobre Tifão ou Selene), era praticamente invencível. Ele tinha um couro impenetrável, que não era perfurado por nada que fosse de ferro, bronze e pedra, e era extremamente feroz e voraz. Sua fama já havia se espalhado por toda a região, pois havia devorado quase toda a população da cidade de Nemeia e qualquer outra pessoa que ousasse chegar perto dele.
Coube então a Hércules derrotar a mítica criatura, pois, sendo um semideus, teria alguma chance para realizar tal feito. Sabendo desta dificuldade, Hércules promete um sacrifício a Zeus caso fosse bem-sucedido.
Um inimigo duro na queda
No início do combate, Hércules, sem saber das invulnerabilidades do Leão, tentou atingi-lo usando seu arco e flechas, mas elas apenas ricochetearam no corpo do Leão e caíram no chão. Após isso, Hércules tentou se aproximar e desferiu um golpe com sua espada, mas ela entortou como um arame e o Leão praticamente não sentiu nada. Na sequência, Hércules tentou desferir um potente golpe com sua poderosa clava, mas o Leão apenas sentiu um zumbido nos ouvidos e entrou na caverna.
Agora sabendo que nenhuma arma poderia atingir o inimigo, Hércules toma consciência de que apenas com seu próprio valor e força bruta poderia derrotar a criatura. Assim, ele parte para uma luta corpo-a-corpo com o Leão, em uma batalha violenta e que só acaba após nosso herói conseguir aplicar uma gravata (um golpe que depois ficou conhecido como mata-leão!) e desfalecer o animal.
Após vencer o combate, e sabendo de todas as provas que ele ainda teria que vencer, ele resolve tirar o couro do Leão para usar como manto e armadura protetora e usa o crânio dele como capacete. Hércules oferece este grande feito a Zeus, que eleva o Leão aos céus e cria a constelação de Leão.
Neste mito é elaborado o tema da autoafirmação e da consciência de si mesmo. Hércules, como visto no mito de Câncer, havia sido enlouquecido por Hera e virou praticamente um animal naquele episódio, vindo a matar a própria família em sua fúria incontrolável. Assim, precisava de uma maneira de se redimir. O enfrentamento do Leão simbolicamente representa o domínio do herói sobre o instinto animal, tendo que elaborar conscientemente sobre seu próprio valor e seu poder, sem necessitar de artimanhas ou ferramentas.
No signo de Leão temos uma correlação com o próprio ego em si, visto que é um signo regido pelo Sol. Em sua esfera negativa, ou seja, se o lado instintivo e sombrio for deixado fora de controle, podemos ver no indivíduo com forte ênfase em Leão características como egocentrismo, prepotência, arrogância, orgulho e narcisismo. Já um Leão que está consciente do próprio valor (e que não precisa que seu ego seja “afagado”) consegue demonstrar sem esforço o lado positivo do signo, como autoconfiança, coragem, criatividade e brilho.