O signo de Aquário é representado por um homem portando uma ânfora, que derrama e distribui as águas contidas neste recipiente. Esta figura, também chamada de aguadeiro, evoca o mito de Ganimedes, que se relaciona ao signo de maneira indireta.
Ganimedes era filho do rei Trós, de Troia, e era o responsável por cuidar do rebanho de seu pai nos arredores da cidade. Era um jovem muito belo, o que despertou o interesse dos deuses, em especial de Zeus (de novo ele!). Desejando ter a beleza do jovem ao seu lado, Zeus transformou-se em uma águia, desceu à terra e raptou Ganimedes, levando-o aos céus.
Ao jovem rapaz foi atribuída a função de servir o néctar e ambrosia aos deuses, tornando-se assim o copeiro e aguadeiro do Olimpo. Devido ao rapto de seu filho, o rei Trós se sentia muito triste, e, para apaziguar sua saudade e homenagear o belo jovem, Zeus transformou Ganimedes na constelação de Aquário, o aguadeiro dos céus.
O mito de Prometeu e o fogo do conhecimento
Mais do que Ganimedes, um mito que tem uma correspondência muito próxima ao signo de Aquário em si é o mito de Prometeu, filho do titã Iápeto e da oceânida Climene, irmão de Atlas (que carrega a Terra nas costas), Menécio e Epimeteu. Seu nome deriva da partícula “pró” (antes) e “manthánein” (perceber, ver, saber), mostrando uma das características de Aquário, que é a de antever o futuro, perceber tendências e compreender a modernidade.
Em certa ocasião, Prometeu foi escolhido como árbitro para decidir quais partes de um touro sacrificado deveriam ser oferecidas aos deuses e quais ficariam para os homens. No desejo de beneficiar os homens em detrimento dos deuses, ele separou o touro em duas partes: em uma delas colocou as carnes mas as escondeu por baixo do couro do animal, e na outra colocou os ossos e os recobriu com a gordura do touro.
Feito isto, chamou Zeus para escolher com qual parte ele gostaria de ficar, e não querendo apenas couro e pele, Zeus escolheu a parte com a gordura, que ele achava que estaria unida às carnes do animal.
Ao saber que foi enganado, o senhor do Olimpo ficou furioso e decidiu castigar os homens. Decidiu então que o fogo seria uma exclusividade dos deuses, enquanto os homens poderiam apenas comer alimentos crus. O fogo também simboliza neste caso a sabedoria e o conhecimento, fazendo então com que os homens ficassem na obscuridade da ignorância.
Prometeu, que ficou triste com esta situação, resolveu que faria o bem à humanidade e levaria o fogo à terra. Roubou uma tocha do Olimpo e o devolveu aos homens, que receberam não apenas o fogo dos deuses mas também o conhecimento.
Uma característica aquariana que vemos neste mito é o da engenhosidade de encontrar diferentes maneiras de fazer algo, ao pensar em como disfarçar as partes do touro para beneficiar os homens. Neste mito vemos também o senso de coletividade típica dos aquarianos através do ato de Prometeu, que leva o conhecimento à comunidade de seres humanos após o roubo do fogo dos céus.