A intervenção de Henrique concentrou-se em algumas questões que, segundo ele, fazem parte de um único contexto: a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia (o Brexit), a guerra na Síria e a questão dos refugiados que buscam abrigo na Europa. O polo decisório de todas essas questões se encontra na Alemanha, onde Angela Merkel é candidata a mais um mandato como chanceler (Henrique gravou sua participação no dia 2 de dezembro, semanas antes do atentado terrorista que sacudiu a Alemanha na semana de Natal de 2016).
A questão europeia pode ser considerada, principalmente, com base no ciclo de Júpiter e Saturno, que a Astrologia Tradicional considerava os Cronocratas (os regentes do tempo, por serem os planetas mais lentos e distantes do Sol, dentre os que se conheciam até 1781).
Júpiter e Saturno formam no momento um sextil minguante, com Júpiter governando Saturno (que está em Sagitário, signo de Júpiter). Saturno é um significador adequado para as massas de refugiados que, em condições precárias, buscam hoje a Europa. No primeiro semestre de 2017, o período de retrogradação de Júpiter em Libra deve corresponder a uma redução da crise dos refugiados. Atuais diferenças entre o Ocidente e a Turquia tendem a ser aplainadas, levando aquele país – que é candidato ao ingresso na Comunidade Europeia – a administrar melhor o fluxo de imigrantes que hoje invade a Europa através dos Bálcãs.
Entretanto, cabe observar que o período de retrogradação de Vênus, de 4 de março a 15 de abril, ocorrerá com Vênus transitando pela região do “Chifre do Carneiro”, perto da estrela Hamal, situação que, segundo um dos aforismos de Ptolomeu, predispõe à guerra. Pode indicar um recrudescimento do conflito na Síria ou do enfrentamento com o Estado Islâmico. Em consequência, as condições de equacionamento da crise dos refugiados só se manifestarão com maior clareza no segundo semestre, a partir da segunda quinzena de agosto. É o momento, aliás, em que o sextil Júpiter-Saturno estará exato.
O Ingresso Solar em Áries de 2017, calculado para Bonn (primeira capital da Alemanha moderna), mostra o Ascendente em Câncer e uma perigosa conjunção de Saturno e Lua na casa 6, em Sagitário. Em setembro, quando Saturno sair de sua fase de retrogradação e passar ao movimento direto, pode ocorrer alguma comoção envolvendo imigrantes islâmicos na Alemanha. A partir daí, haverá uma mobilização que gerará as condições para uma solução da crise dos refugiados na Europa.
Temos, no momento, uma analogia entre as configurações celestes e aquelas presentes no céu do período de 1224 a 1226, quando Francisco de Assis ainda vivia na Itália e o movimento das cruzadas começava a perder força. Naquele momento, a Europa passava por um renascimento da economia, da cultura e da vida urbana, processo que iria alcançar seu maior brilho a partir do século XV, com o Renascimento artístico e as grandes navegações. Da mesma forma, o sextil de Júpiter e Saturno, hoje presente no céu, prenuncia a conjunção que logo farão no ano de 2020, que marcará o início de um ciclo de 200 anos de conjunções no elemento Ar. É o marco de uma mudança civilizatória de grande magnitude.
Nota: ao referir-se, no vídeo, ao fim da Ordem dos Templários, o palestrante teve em mente a influência especificamente espiritual da instituição, já pouco relevante em 1224. Contudo, a Ordem continuou a ter importância política e econômica, atuando como uma corporação financeira multinacional até o ano de 1307, quando seus principais líderes foram presos a mando do rei francês Felipe IV.
Este artigo faz parte do Presságios 2017, o painel anual de previsões de Constelar, com apoio das escolas Astroletiva e Espaço do Céu. Clique na imagem para navegar pelas previsões, em texto e vídeo, de mais de uma dezena de diferentes astrólogos.