A Revolução Francesa se deu no período de 1789 a 1799. Entretanto gostaria de analisar algumas de suas causas e posteriormente pensar nos tempos atuais.
Vamos lá: os historiadores definem quatro causas principais da Revolução Francesa. A primeira é o Pensamento Iluminista. O Iluminismo surgiu no início do século XVIII e modificou a forma de pensar, influenciando os intelectuais e a burguesia da época. Defendia valores do humanismo e da razão, valorizando o conhecimento científico. Não havia mais espaços para monarcas com poderes absolutos, incluindo aí aqueles de crença religiosa como instrumento para justificar estruturas de poder.
Os ideais iluministas foram disseminados no País através de pensadores como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.
Uma segunda causa foi a influência da Revolução Americana. Naquele momento, Luís XVI apoiou George Washington na empreitada para se tornar independente da Grã-Bretanha, a principal rival política e econômica da França na época. Entretanto, esta empreitada trouxe um grande prejuízo financeiro ao País, o que obrigou o rei a fazer sucessivos aumentos de impostos ao longo da década de 1770 a 1780.
Por outro lado, a Revolução Americana forneceu aos franceses um forte imaginário de liberdade e igualdade, chocando-se com uma divisão brutal da sociedade da época.
Desigualdade e crise econômica
A terceira causa apontada por historiadores foi a desigualdade entre diferentes grupos sociais. A França era composta por três grandes grupos sociais: o Primeiro Estado era composto pelo Clero da igreja Católica; o Segundo Estado era formado por Aristocratas (grupo em decadência) e o Terceiro Estado era composto pela Burguesia (em nascimento), pelos trabalhadores das cidades e pelos camponeses (que correspondiam a 80% da população francesa).
O quarto e último motivo foi a grave crise econômica que gerou fome e mortes. Essa última foi representada pela famosa frase atribuída à rainha Maria Antonieta: “Se não têm pão, que comam brioches”.
Durante as décadas de 1770 a 1780, a França passou por uma grande estiagem, o que causou sérios problemas na colheita de trigo e outros cereais, principal fonte de alimentos dos camponeses e trabalhadores. Conjuga-se a isso os sucessivos aumentos de impostos, tendo como consequência um estado de miséria. Essa situação obrigou o rei Luís XVI a convocar uma Assembleia dos Estados Gerais, que reuniu e consultou representantes dos três Estados no sentido de solucionar a crise.
Entretanto, nesse encontro decidiu-se por mais impostos (que deveriam ser pagos por trabalhadores e camponeses). Os representantes do Terceiro Estado se revoltaram. Diversos episódios se sucederam e, no dia 14 de julho de 1789, a população de Paris tomou a prisão da Bastilha, iniciando-se aí um movimento de queda da monarquia – a Revolução Francesa.
Plutão e as revoluções na França e Estados Unidos
Plutão entrou no signo de Capricórnio em 09.01.1762 e estendeu seu percurso ao signo de Aquário até 17.02.1798. Gostaríamos de lembrar que, apesar da descoberta do planeta Urano que viria ser o regente de Aquário ter sido feita por William Herschel em março de 1781, os Astrólogos ainda levaram algum tempo para associar esse planeta ao signo.
Assim, podemos considerar que Saturno, na época – 1762 a 1798 – estaria regendo os dois signos (Capricórnio e Aquário), e que o encontro com Plutão – 03/1782 a 02/1788 – teria reforçado a proposta de ambos, ou seja, uma mudança radical em toda a estrutura da sociedade. Depois da Revolução Francesa, o mundo não foi mais o mesmo, possibilitando uma importante mudança nas ideias, no campo da razão (ciência e tecnologia) e nos costumes.
Passados 248 anos – em média o tempo orbital do planeta Plutão em torno do Sol – algo de extraordinário e sério pode estar ocorrendo. Senão vejamos:
- Desde 2008 – Plutão entrou em Capricórnio em janeiro de 2008 – o mundo foi sacudido por grave crise com a quebra de grandes instituições financeiras. Para evitar o colapso, o governo americano injetou 200 bilhões de dólares na maior operação financeira feita até então.
Na Europa, a Alemanha, a França, Itália e outros países anunciaram um auxílio de 1,17 trilhões de euros para auxiliar seus sistemas financeiros. Toda essa crise veio muito em função de uma ideologia de “fundamentalismo de livre mercado”, onde a ideia de “liberdade” se revelou uma grande utopia. - Esse movimento teve suas consequências: o próprio povo americano resolveu dar uma guinada na sua forma de pensar, possibilitando a chegada ao poder do ultraconservador Donald Trump, que prometeu fazer da América do Norte, novamente, um grande País.
- Para que isso efetivamente pudesse acontecer, em muito contribuiu o sistema de votação americano, que nem sempre premia o candidato mais votado (sistema de eleição instituído no século XVIII). Aqui poderíamos pensar nas diversas manobras promovidas pelos reis da França, sempre dispostos a permanecer no poder.
- Recentemente temos acompanhado um crescente estado de tensão nos EUA promovido por uma desigualdade racial que, se não é exatamente uma novidade, vem num crescente devido à exclusão social (incluindo aí a violência policial), a ausência de benefícios na área da saúde e uma maior interação das redes sociais.
- Uma outra questão importante enfrentada por todo o mundo: a pandemia trazida pelo vírus COVID-19. O mundo inteiro caiu perplexo diante desse fato. Entretanto o Presidente americano fez questão de minimizar a gravidade do fato e, a economia americana, que dava sinais de recuperação, caiu de joelhos.
Não sabemos ainda todos os desdobramentos que resultarão da votação de 03/11/2020. Entretanto, os Astros, através principalmente de Plutão, nos fazem lembrar a Revolução Francesa. Poderá estar em curso uma mudança radical não só nos Estados Unidos, mas também, no mundo todo? Plutão sairá do signo de Aquário em janeiro de 2044. Quem viver verá!