Constelar adverte: a leitura deste artigo pode gerar frustração e ansiedade
Se o seu objetivo é antecipar o nome do próximo presidente do país, não perca tempo: não é minha intenção fazer uma previsão objetiva. Primeiro, porque não tenho conseguido acompanhar os debates e tomar conhecimento dos programas detalhados (se é que existem) dos dois candidatos. Portanto, não conto com elementos suficientes para avaliar qual deles melhor corporifica o modelo de governante presente nos mapas do país e dos dois turnos das eleições. O outro motivo é mais relevante: considero que o melhor que o astrólogo interessado em Astrologia Mundial pode fazer é interpretar o movimento coletivo indicado pelas configurações do momento. Muito mais importante do que prever o destino pessoal de Dilma ou Aécio é tentar perceber quais são as aspirações do povo brasileiro neste momento, e quais são as motivações que estão por trás das grandes escolhas. Isso sim, a Astrologia é capaz de dizer.
O mapa do segundo turno das eleições de 2014 guarda fortes semelhanças com o do primeiro turno, mas também algumas diferenças marcantes. Vejamos primeiro as configurações que se repetem:
- Mais uma vez, Saturno aparece cravado no Ascendente, em Escorpião, e em quadratura com Júpiter em Leão, na casa 10;
- Mais uma vez, a Lua rege a casa 9 e forma um aspecto desafiador com Netuno: no mapa do primeiro turno, era uma conjunção na casa 4; no segundo turno, a Lua está em Sagitário, na casa 1, aplicando uma quadratura a Netuno.
Com Saturno em Escorpião no Ascendente, o eleitor brasileiro votará movido por desconfiança, cautela e medo de perder aquilo que já conquistou (por mínimo que seja). Saturno em Escorpião é, antes de tudo, um posicionamento defensivo. No Ascendente, indica uma disposição um tanto travada, onde o instinto de sobrevivência fala mais alto do que o ímpeto para a abertura de novos horizontes. A Lua na casa 1, em Sagitário, contradiz em parte esta tendência, já que sugere disposição para a aventura e uma mobilização da opinião pública (Lua) em torno de questões relacionadas à ética, à moralidade e à religião: além de estar em Sagitário, a Lua rege a casa 9, com a qual este signo tem afinidade natural. Contudo, a reiteração do contato com Netuno, mais tenso no segundo turno do que no primeiro, parece sinalizar desencanto e cansaço do eleitor. Lua-Netuno pode ser um aspecto de ilusão e engano, mas talvez o grande engano desta eleição seja o dos marqueteiros que ainda acreditam que o eleitorado estará muito sensível a questões sagitarianas. Não custa lembrar que os candidatos que mais batiam na tecla da ética e das grandes utopias saíram todos da disputa ainda no primeiro turno.
Uma das preocupações mais básicas e permanentes do ser humano – o dinheiro – será o fator fundamental para a definição dos votos. Escorpião é um signo com dois regentes, e ambos estão na casa 2, dos valores, ganhos e bens móveis, em geral. Temas como controle da inflação, preservação de benefícios com expressão pecuniária concreta (como o Bolsa Família), correção da poupança e temas congêneres deverão ter um peso desproporcional na escolha do eleitor, muito mais do que o combate à corrupção, a segurança pública e a qualidade dos serviços prestados à população. Até mesmo a Parte da Fortuna, um tradicional indicador de foco, também está presente na casa 2. Money makes the world go round, como cantavam Liza Minelli e Joel Gray no fime Cabaret, de 1972.
Reiteramos, pois, a percepção já manifestada na análise do mapa do primeiro turno: o eleitor quer votar num gerente que cuide de seu dinheiro e prometa realizações impactantes (Júpiter em Leão), mas factíveis. Em resumo: o Brasil vai votar para presidente mais ou menos como quem escolhe o próximo síndico do prédio, ou o corretor de seguros. Cabe lembrar, mais uma vez, que estamos sob a quadratura Urano-Plutão, um ciclo sempre relacionado a radicalização de posições em torno de questões eminentemente econômicas. Urano-Plutão é o ciclo dos grandes movimentos de expansão, mudança e ajuste do capitalismo, desde seus primórdios, ainda no tempo das Cruzadas.
A maior diferença deste mapa com relação ao do primeiro turno é a perda do protagonismo de Urano, planeta das viradas surpreendentes e da disposição para “ser do contra”. No mapa de 5 de outubro, Urano estava em oposição ao Sol e em trígono com Marte, regente do Ascendente. Agora, Sol e Vênus estão na casa 12 e aplicando um harmonioso trígono a Netuno na 4. A casa 12 é uma casa “muda”, significando aqueles que não querem ou não podem falar. Netuno em Peixes, por sua vez, também não é uma combinação tagarela. Tanto o Sol de casa 12 quanto Netuno em Peixes têm uma conotação “oceânica”, fazendo pensar nas multidões incontáveis e despercebidas que, discretamente, podem fazer a diferença. Esta não será uma eleição decidida pela militância barulhenta nem pela troca de acusações nos debates da televisão. A maioria silenciosa já decidiu o nome do novo síndico do Edifício Brasil. Dilma ou Aécio? Ainda não sabemos o nome do vencedor, mas podemos afirmar com certeza que será aquele que convencer o eleitor, nos poucos dias que ainda restam, de que o bolso do brasileiro estará bem protegido nos próximos quatro anos.
Voltaire Vianna diz
Eleição terminada !
Jogo jogado !
Vamos agora analisarmos os anos de 2015 a 2018 !
Que tal Fernando Fernandes?
Nos de a honra de lermos mais um excelente artigo seu.
E comentarmos também !
Ficamos no aguardo.
Abraços
mariana diz
Para pensar que aécio é melhor pro bolso, só mesmo se a vontade netuniana de se iludir vencer… Mas com marte entrando em capricórnio, penso que não. Prefiro apostar na expressão compassiva do planeta netuno, que irá sintonizar a maioria com o que é melhor para o bem comum, das “massas silenciosas”.
Camila diz
Chego a conclusão, apos ler o texto, acho que eh a Dilma que leva. Eh só relembrar essas passagens do texto:
– “Com Saturno em Escorpião no Ascendente, o eleitor brasileiro votará movido por desconfiança, cautela e medo de perder aquilo que já conquistou (por mínimo que seja)”. (bolsa família/boataria que Aécio vai abolir bolsa família e direitos dos trabalhadores.)
– “Temas congêneres deverão ter um peso desproporcional na escolha do eleitor, muito mais do que o combate à corrupção. (denuncias contra o atual governo, como a da Petrobras, serão ignoradas).
– “Netuno em Peixes têm uma conotação “oceânica”, fazendo pensar nas multidões incontáveis e despercebidas que, discretamente, podem fazer a diferença”. (norte e nordeste farão a diferença para a candidata).
Essa eh só a minha interpretação dos fatos apresentados no texto. E claro, eh muito mais elucidativo saber o que se passa com os ânimos do eleitor brasileiro e entender pq ele vai votar dessa maneira, do que tentar adivinhar o destino pessoal dos candidatos.
Eu como estudante de astrologia aprendi muito com esse artigo.
Obrigada e parabéns!
César diz
Acho interessante dizer que quando os votos para presidente começarem a ser publicados, às 19 horas, a lua na casa 8 formará trígono com Urano em Áries na casa 12, e Aquário estará na cúspide do meio do céu. Não sei bem dizer se isto tem alguma relevância, mas fica aí minha observação.
Voltaire Vianna diz
Fernando Fernandes,
É muito interessante o que o Sr. Marcos Gomes disse
acimaabaixo.Porém a Astrologia apenas dispõe e não predispõe.
Ou seja, o fato do bolso guiar a eleição pode ser interpretado de DUAS maneiras:
– Se o eleitor médio pensar que a inflação está alta e vai subir ( aumento da gasolina e da energia) ou na corrupção ( cujo dinheiro não é investido, não produz nenhuma coisa/produto/bem ) vota em Aécio;
– Se o eleitor médio pensar que pode perder o Bolsa Família ele vota na Dilma.
Simples Assim.
A Astrologia, no presente caso, apenas mostra que o bolso vai determinar a eleição. O COMO DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO DO ELEITOR.
MARCOS GOMES diz
Sempre ouvi falar que a Astrologia , responde a tudo que se queira saber!, como
prever o futuro, a melhor data para se casar, ou aplicar na Bolsa de Valores, etc,etc.
Outro dia lia num site de uma astrologa que se diz conceituada,, formada nas melhores “escolas” de astrologia segundo ela , com especialização em “Astrologia Humana” na Inglaterra ´não vou citar o nome da astrologa,
Tal astrologa dava como exemplo uma carta astral , pedida pelos pais de uma criança a melhor data para que seu filho nascesse. Tipo uma Eugenia Astrológica.
A astrologa afirmava que a data por ela definida, seria de bons auspicios, evidenciando muitas felicidades com amigos , amor e principalmente sucesso material. Será isto possível???
E este não um caso isolado que conheço de promessas astrológicas.
É público para quem se interesse conhecer, que LÁ já no longinquo anos 20 do Século XX, uma astrologa alemã de nome Edith Kraft, de posse do mapa de Adolph Hitler, previa com certeza de “DNA” o sucesso deste na política .
Mas oque quero questionar ao autor deste artigo, Se a Astrologia, como professam muitos astrológos, e muitos se baseiam nos acertos de sua “Ciencia” no passado, Por que então não dizem com a coragem de Marte quem realmente será o vencedor do pleito presidencial no Brasil?
Porque ao meu ver análises até o mais humilde eleitor sabe intuitivamente. por que Saturno no Asc, denota um eleitor desconfiado, o imprevisivel Urano já não é mais o protagonista (melhor seria dizer Urano, elevou Aécio a uma posição impensada e agora sua vitória já não é mais certa dentro da impresivilidade)
Talvez o eleitorado prefira conservar oque pensa ser seguro e confiavel (Saturno=Dilma)… A casa 2 será o fiel da balança.
Afinal a Astrologia e os Astrologos respondem ou não ao que se propoem saber?
Ou a Astrologia é apenas uma questão de conceitos abstratos propagandeados com as sutilezas e ilusões de Netuno?
Redação Constelar diz
Olá Marcos,
Muito pertinente o que você coloca, ao levantar a velha questão dos limites da Astrologia (ou dos astrólogos). Há uma parcela dos astrólogos que se recusa terminantemente a fazer previsões de qualquer espécie, por entender que a área de aplicação de seu saber não são os fatos, mas sim os processos subjetivos. Outra parcela propõe-se a fazer uma astrologia preditiva levada aos mínimos detalhes, antecipando onde, como e quando algo se concretizará. Pessoalmente, estou a meio caminho entre as duas tendências, pois entendo que a matéria-prima do trabalho do astrólogo é o domínio do imaginário e das representações, muito mais do que dos fatos objetivos. Ocorre que, analisando expectativas, clima emocional etc., muitas vezes podemos antecipar fatos na esfera do coletivo com razoável grau de precisão.
No caso específico de eleições, há várias técnicas que podem ser utilizadas, e cada uma tem uma finalidade distinta. Para avaliar as chances pessoais de cada candidato, é necessário: [1] ter dados precisos de nascimento de todos os adversários; [2] considerar as ativações da carta, como trânsitos, progressões, arcos solares etc.; [3] comparar as cartas natais dos candidatos com o mapa do país, ou do estado (em caso de eleição para governador), e assim por diante. Essa técnica pega frequentemente os astrólogos pelo pé por não contarmos com dados confiáveis. Há candidatos que não sabem quando nasceram (caso de Dilma) e há aqueles que mentem deliberadamente sobre seus dados pessoais. Então, esta técnica só é totalmente confiável quando é possível contar com mapas totalmente “AA” (dados corretos obtidos de fontes primárias).
A técnica que utilizei, que é a análise do mapa do início da eleição na capital do país, tem a vantagem de contar com um horário preciso, mas a desvantagem de ter caráter genérico: ela permite extrair as motivações do eleitorado, mas daí a chegar ao nome do vencedor nem sempre é possível. Às vezes os candidatos incorporam papéis bem distintos, o que facilita a identificação. Mas às vezes o espectro de símbolos e representação de que cada candidato se apropria tem superposições com a de outros candidatos, o que torna difícil especificar quem é quem sem uma análise mais detalhada do comportamento de cada um deles ao longo do processo eleitoral. Além do mais – e este é um ponto que tem sido ressaltado por vários colegas – estamos numa eleição com vários elementos de confusão, como Mercúrio retrógrado, contatos Lua/Netuno nos DOIS turnos, eclipses muito próximos das eleições etc. Muito mais do que em qualquer das eleições recentes, de 1989 para cá, nesta temos dois candidatos que parecem estar disputando, na falta de expressão melhor, o mesmo “espectro simbólico”.
José diz
Quando se fala em Astrologia, fala-se do exterior e do interior, tanto individual como coletivamente.
A Astrologia pode sim chegar as resultados e/ou previsões e precisar os fatos, mas com base no parágrafo anterior. (às vezes vencer uma eleição é a derrota. veja exemplo de Collor).
Com relação a Hitler efetivamente ele teve “sucesso” na política Alemã, sem entrar no julgamento e/ou mérito (pois a Astrologia não julga).
Nem todo mundo está “preparado” para ouvir/entender (cair a ficha) sobre as previsões astrológicas…
Ao Astrólogo não basta somente ter conhecimento teórico sem uma forte capacidade intuitiva/criativa, para entender e transmitir a leitura do mapa.
José A. Baptista diz
Verdade verdadeira! É como um médico que se formou, mas não tem o dom da experiência de vários anos praticando a medicina. Aconteceu comigo, em 1986 recebei o certificado – da Escola Regulus – me certificando como astrólogo. Todo feliz, em 1986 mesmo comecei a receber clientes e, confesso, tive que sambar para não fazer feio perante os meus clientes – eu carecia de, no mínimo, dois anos de experiência.
sonia beth diz
Valeu!