Nota oficial da TAM (hoje LATAM) logo depois do acidente de 17 de julho de 2007:
“A aeronave da TAM Airbus A320, voo JJ 3054, que partiu de Porto Alegre, às 17h16, com destino ao aeroporto de Congonhas (SP), sofreu acidente no pouso no aeroporto em São Paulo. Neste momento não podemos determinar a extensão dos danos ou de possíveis lesões sofridas pelos ocupantes do avião, passageiros e tripulantes. (…)
Na versão inicial, a causa do acidente teria sido a dificuldade de frear durante o procedimento de aterrissagem em Congonhas. Sob chuva, o Airbus teria derrapado na fina camada de água que se formava sobre a pista e, desgovernado, atravessara a avenida Washington Luiz, em frente ao aeroporto, até bater num galpão da TAM Express, do outro lado da rua.
Nos dias subsequentes, outras versões surgiram: excesso de velocidade no momento da aterrissagem, erro de avaliação das condições da pista e excesso de carga (na verdade, carga no limite permitido somada a mau tempo, criando condições perigosas para o pouso). Já na noite do dia 19, o Jornal Nacional revelou que a aeronave já vinha apresentando um problema no reverso da turbina desde o dia 13 de julho.
O reverso é um dos três equipamentos de frenagem. Segundo o manual do fabricante, o defeito não impedia que o avião continuasse voando, havendo um prazo de tolerância de dez dias para a tomada de providências.
Na última semana de julho, mais uma novidade: segundo dados da análise da caixa-preta, o piloto teria deixado o controle de uma das turbinas em posição errada, provocando aceleração no momento da aterrissagem. Mesmo que confirmada alguma responsabilidade do piloto, o problema não teria consequências tão letais caso a pista fosse mais longa e estivesse em melhores condições para o pouso.
A carta da partida do voo, em Porto Alegre
O Ascendente da carta da partida é Capricórnio, cujo regente, Saturno, encontra-se em Leão, um de seus signos de exílio, na casa 8. Esta casa é associada à morte, entre outros significados. Saturno está em oposição a Netuno na casa 2. Netuno, deus do oceano, é um dos significadores da umidade. A causa do acidente parece ter sido a derrapagem da aeronave na água da chuva presente na pista de pouso.
Tanto Saturno quanto Netuno formam quadraturas com Marte, que está em um de seus signos de exílio, Touro. A Lua em Virgem, no final da casa 8, está em conjunção com o restritivo Nodo Sul, ou Cauda do Dragão. No conjunto, não são indicações favoráveis.
Quantos às imagens do grau simbólico ocupado pelo Ascendente do mapa da decolagem, há duas possibilidades, dependendo do horário exato em que o avião tenha levantado voo:
Capricórnio 20. Um macaco doméstico, tendo esvaziado os estojos de sua dona, está adornado com suas jóias, olha-se no espelho fazendo graças, enquanto, às suas costas, um congênere lhe faz careta.
ou – Um macaco que se olha no espelho.
Capricórnio 21. Num gabinete de trabalho, vê-se uma alta estante sobre a qual um in-fólio está aberto, as páginas cobertas de hieróglifos. Sobre uma mesa, aparelhos científicos.
ou – Um homem segurando um livro aberto.
As imagens apontam para duas possibilidades: caso a partida do avião tenha efetivamente seu Ascendente no vigésimo grau de Capricórnio (entre 19º01′ e 20º00′), o símbolo do macaco que se diverte com as joias de sua dona transmite a sugestão de uma situação de vazio de autoridade, em que pessoas despreparadas ou irresponsáveis assumem a condução de processos de grande importância (a dona das joias, que se foi e deixou o estojo – algo de valor, como a vida dos passageiros – na mão dos macacos).
Contudo, se a partida tiver ocorrido alguns segundos mais tarde, já alcançando o horário de 17h17, a imagem do Ascendente passa a ser a do livro aberto, coberto de hieróglifos: pode ser uma metáfora para os muitos relatórios que serão feitos sobre o acidente, ou mesmo uma referência à caixa-preta do avião.
De qualquer forma, a sequência faz sentido: primeiro, a irresponsabilidade; depois, a hora da seriedade e das investigações.
Quem poderiam ser os “macacos” que brincam com as joias da dona ausente? Até o momento em que estas notas são escritas, na própria noite do acidente, três hipóteses vêm sendo levantadas:
- erro do piloto, que teria tentado aterrissar numa velocidade excessiva;
- erro dos funcionários da Infraero que, minutos antes do acidente, deram a pista como segura, apesar da chuva;
- erros do projeto de reforma do aeroporto de Congonhas, cujas pistas foram liberadas há vinte dias, dadas como reformadas, mas sem as ranhuras laterais necessárias para a drenagem da água – sem falar na escolha incorreta de prioridades, já que as obras de ampliação das salas de espera precederam as obras de reforma das pistas, além de consumir mais recursos.
A carta da tragédia no pouso em Congonhas
Esta é apenas uma primeira abordagem das causas do acidente, mas o fato de que Peixes está na cúspide da casa 3, das vias de transporte – incluindo pistas de pouso – e que seus dois regentes – Júpiter e Netuno – encontram-se tensamente aspectados na carta contribui para localizar o problema muito mais no caminho em si do que no veículo que o utiliza. As causas remotas da tragédia parecem ser, infelizmente, a gestão inadequada de recursos (eixo das casas 2 e 8) e uma atitude excessivamente otimista (Júpiter tensionado) em relação a problemas que se arrastam há meses.
Quanto ao horário do pouso em São Paulo, jornais e sites informam o horário de 18h51, o que deixaria o Ascendente em Aquário. Netuno – simbolizando as condições de umidade que provocaram a aquaplanagem – é o único ocupante da casa 1. O planeta mais angular é Marte, próximo do Fundo do Céu, em quadratura com Netuno e o Ascendente.
Marte-Netuno é um contato muito comum em mapa de explosões, pois reúne um significador de calor e faíscas (Marte) a um significador de combustíveis em forma líquida ou gasosa (Netuno rege derivados de petróleo, incluindo o combustível de aviação). A Lua (massas humanas), tensamente aspectada por Júpiter na cúspide da casa 8, completa o quadro. Júpiter, apesar de considerado benéfico, quando em aspecto desarmônico funciona como um amplificador, dando maior magnitude aos eventos indicados. No caso, o elevado número de mortes.
Eis abaixo a carta do acidente:
A tragédia com o voo da TAM não foi o único acidente do dia: horas antes, no Rio de Janeiro, ocorreu um incêndio no Terminal II do Aeroporto Santos Dumont, ainda em obras, levando à interrupção dos voos e decolagens até pelo menos o final do dia. O incêndio tem um mapa com Ascendente em Sagitário e seu regente, Júpiter, em domicílio: felizmente não ocorreram consequências fatais.
Na véspera, outro acidente, dessa vez sem vítimas, ocorrera em Congonhas, envolvendo a aquaplanagem de um avião da empresa Pantanal. Essa sucessão de acidentes, situações caóticas e tragédias envolvendo aeroportos e aeronaves já se arrasta há alguns meses, desde a crise da Varig no primeiro semestre de 2006.
Tudo coincide com o trânsito de Urano em Peixes, formando oposição ao Sol da Independência do Brasil e ativando a casa 1 do país. É um período de turbulência, como já indicado em outros artigos de Constelar, e que, infelizmente, não vai terminar com a queda de mais este avião.
Nota complementar, doze dias após a tragédia
Mantemos a conclusão, já aventada desde o dia da tragédia, de que a causa do acidente tem mais relação com a pista de pouso do que com eventuais erros de pilotagem. Para entender por quê, é mais importante observar o mapa da decolagem, que dá conta da viagem como um todo, do que o mapa da explosão, que retrata exclusivamente o momento final.
No mapa da decolagem, já vemos o avião (representado pela casa 1, o corpo da aeronave, o “sujeito da ação”) simbolizado por Saturno, regente do Ascendente Capricórnio, em péssimas condições cósmicas. É um Saturno em exílio (enfraquecido, portanto), numa casa associada à morte e recebendo aspectos nada animadores: a oposição de Netuno e a quadratura de Marte.
Netuno pode ter diversas traduções, pois é significador de águas mas também de neblina, confusão, gases, erros, enganos, drogas, escândalo, desgaste etc. Entretanto, o fato de Netuno ser corregente de Peixes, signo na cúspide da casa 3 (os caminhos, os meios de transporte), e de tanto Saturno quanto Netuno receberem quadraturas de Marte faz pensar num desfecho trágico por causa de fatores fora do avião.
Mesmo que a análise das gravações da caixa-preta confirme a ocorrência de alguma falha dos pilotos, não terá sido isto, e sim um fator externo o grande causador do acidente. Marte, no mapa da decolagem, rege a casa 4, que tem vários significados. Um deles é o de final da situação (e o final da situação de vôo é a aterrissagem); outro, é a base, a casa, o abrigo. Ora, para um avião em voo, a base – o chão, literalmente – é a pista de pouso e, por extensão, as instalações terrestres da companhia.
Mais ainda: Marte está em Touro, signo terráqueo, estável. Sua quadratura com Saturno permite pensar num atrito entre a aeronave e o chão, um encontro tenso entre esses dois fatores. Netuno contribui mostrando as condições de umidade da pista e também problemas relacionados a fadiga de material.
Como Netuno mascara e confunde, sua presença na configuração sinaliza algum tipo de incúria, de descuido. Não um erro repentino, mas um problema crônico, que já afetava o voo desde a decolagem: o problema do reverso, as más condições da “estrada” (incluindo a pista de pouso) e talvez outros que ainda venham a ser revelados.
A sucessão de versões desencontradas e o “jogo de empurra” são outras manifestações netunianas. Não teremos rapidamente a verdade sobre este acidente. Mas o mapa fala com eloquência de uma pista “ensaboada” e de problemas de manutenção por toda parte. Mesmo que a investigação termine por responsabilizar os pilotos, tal conclusão estará em desacordo com as evidências astrológicas.
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