A utilidade da Astrologia não se restringe à situação de consulta individual. Ela também tem muito a dizer sobre vocação, bem-estar psicológico ou material, capacidade de produzir e gerir recursos financeiros, status, expectativas da coletividade, ciclos de desenvolvimento pessoal ou corporativo… Enfim, uma série de temas cruciais para a sociedade contemporânea, o que a torna uma ferramenta útil para vários segmentos de público, tais como:
1) Empreendedores e microempresários;
2) Profissionais de Recursos Humanos;
3) Administradores de Empresas;
4) Profissionais autônomos;
5) Astrólogos com clientela empresarial;
6) Quem deseja descobrir vias de acesso mais flexíveis para uma vida financeira melhor;
7) Quem deseja dar os primeiros passos para conhecer suas vocações;
8) Quem deseja aperfeiçoamento ou mudanças profissionais;
9) Quem deseja melhorar as relações no ambiente de trabalho;
10) Quem não tem medo de se esforçar para conquistar um lugar ao sol.
Entretanto, nem sempre o astrólogo que faz palestras ou dá cursos leva em conta toda esta variedade de enfoques e de públicos. Assim, acaba contribuindo, de forma não intencional, para reforçar a noção incorreta de que a Astrologia é uma linguagem descompromissada com as questões do “mundo real”. Para quem pensa assim – surpresa! – é bom dar uma olhadinha no novo tipo de cliente que vem buscando as consultorias astrológicas, ou o novo tipo de estudante que mergulha na literatura especializada: a maioria não se parece nem um pouco com o estilo “hippie sobrevivente dos anos sessenta”.
Neste artigo, veremos algumas abordagens da Astrologia Vocacional e Empresarial. E vamos começar discutindo um tema controvertido, que é o significado do trabalho, do ponto de vista astrológico e cultural.
Geração Trabalho – Geração Eficiência
A mudança de paradigma mostra que tem-se valorizado cada vez mais a ocupação do indivíduo como símbolo de status e seus conhecimentos técnicos como chaves para atingir o “nirvana” empresarial. Esta é uma das marcas mais evidentes da ascensão da geração Urano-Plutão em Virgem, nascida entre 1962 e 1969. Hoje, os representantes desta geração estão em idade produtiva, e muitos, em cargos gerenciais, vêm modificando consideravelmente as relações trabalhistas. Isso, é claro, não quer dizer que as pessoas nascidas em gerações anteriores e posteriores não sejam capazes de alto grau de eficiência. Tivemos grande desenvolvimento desde o início do século XX e ainda iremos viver as realizações da geração nascida na conjunção Urano-Netuno em Capricórnio, na década de 90. Entretanto, o resultado histórico-social dos últimos 40 anos é perfeitamente análogo ao simbolismo virginiano dinamizado pelas características dos planetas geracionais. O próprio conceito de “qualidade total” é marca do desenvolvimento dos atributos daquela combinação de símbolos.
Os operários de hoje não podem mais ser vistos da mesma forma que eram vistos os operários da época em que Marx lançava o slogan “Operários de todo o mundo: uni-vos!”. O nível de aperfeiçoamento técnico exigido e atingido, inclusive por causa do processo de globalização e de competição entre empresas mundo afora, não tem precedentes. Na esteira das mudanças veio uma grande necessidade de investimento no potencial humano, que finalmente tem sido percebido como o verdadeiro capital capaz de produzir bem-estar em larga escala. Isso se reflete na adoção de programas anti-stress por grandes empresas, como a IBM, ou nos treinamentos visando à otimização nas relações interpessoais. Possivelmente, trata-se de um dos resultados das experiências da geração de Netuno em Libra, que reconhece a poderosa força da agregação de esforços diferenciados.
Urano transitando por Aquário de 1996 a 2003 e Netuno neste mesmo signo de 1998 a 2011 foram representantes simbólicos de uma crescente preocupação com Recursos Humanos e com a consideração da diversidade cultural nas empresas. O número de publicações referentes ao assunto multiplicou-se a olhos vistos. São revistas como a Você S.A., Pequenas Empresas, Grandes Negócios, Vencer e a já bastante conhecida e antiga no ramo, Exame, entre outras que vêm surgindo, tal o interesse despertado. Os livros da editora Gente, de Roberto Shinyashiki, as palestras de profissionais como Lair Ribeiro e as dicas de Max Gehringer não só viraram moda como têm sido fundamentais para o desenvolvimento das relações humanas em empresas. Desenvolver a vocação tornou-se mais importante que aprender um ofício qualquer, e as dicas de recursos humanos prezam tanto a individualidade quanto a integração do indivíduo aos esquemas sociais onde ele pode aplicar seus talentos.
Ainda passamos por uma fase de transição, é verdade, onde as discrepâncias sociais são imensas e as injustiças, inaceitáveis. Todavia, com o devido esforço de conscientização por parte de quem pode e se sente responsável e, é claro, com o lento passar dos anos, talvez seja possível estender uma certa quantidade de benefícios a todas as camadas da população. Talvez não antes de alguma dose de conflito, pois as culturas, como os seres vivos, rejeitam mudanças bruscas mesmo quando isso pode melhorar sua situação. Talvez não antes que se compreenda que muitas iniciativas visando ao “bem” não passam de atitudes etnocêntricas que desconsideram outras culturas e particularidades de cada circunstância.
A Astrologia e suas aplicações mais comuns no Brasil contemporâneo
Como sabemos, a Astrologia pode ser aplicada nos mais diferentes ramos do conhecimento humano como um saber complementar e como enfoque filosófico-terapêutico. O mundo ocidental contemporâneo vem conhecendo por várias décadas os modelos humanista e psicológico da Astrologia. A corrente humanista foi impulsionada por Dane Rudhyar, ainda na década de 30 do século XX, e foi reforçada com os trabalhos de Alexander Ruperti, anos depois. Já a linha psicológica conta com nomes muito conhecidos dos astrólogos brasileiros, sejam iniciantes ou antigos no ramo: Stephen Arroyo, Liz Greene e Howard Sasportas. Estas novas tendências astrológicas ganharam terreno com facilidade no pensamento atual face à sua legitimidade e aplicabilidade, pois não comportam determinismos medievais e entendem que o ser humano é responsável por seu desenvolvimento. A linguagem usada esteve, durante anos, bastante de acordo com o pensamento vigente e com o desenvolvimento da Psicologia em suas mais amplas atribuições. A descrição dos símbolos, nestes modelos, corresponde tanto a experiências interiores, em nível psicológico, quanto a eventos aos quais cada indivíduo se dirige propelido por suas tendências internas. Houve de fato um grande salto evolutivo na forma de aplicar o conhecimento astrológico, o que possibilitou à Astrologia tornar-se uma ferramenta otimizada na obtenção de autoconhecimento.
Contudo, em sua essência, a Astrologia nunca mudou e continua sendo um modelo referencial da fusão do Homem com a Natureza. Desde que os primeiros grupos sociais desenvolveram a linguagem e, por consequência, a cultura, a Astrologia é uma complexa ferramenta de decodificação do repertório de símbolos que cada uma dessas culturas desenvolveu. Sempre foi e continua sendo uma forma de encontrar correspondências simbólicas na natureza, nas relações sociais e, especialmente a partir do século XX, também no desenvolvimento individual. A Astrologia, como traçado de correspondências, também fez, na antiguidade, e faz, em certos grupos sociais de hoje, uma ponte de ligação entre o sagrado e o profano. É uma representação do Cosmo organizado em oposição ao Caos da (in)existência. É uma forma de definir como atuam os símbolos em nosso “cosmo” particular construído em função de elementos culturais que apreendemos de nossos antepassados. Mas isso não está restrito apenas a quem “acredita” em Astrologia ou às sociedades cujas raízes culturais são greco-romanas. Num mapa astrológico encontramos os signos e os planetas em total analogia com os mesmos fatores em qualquer lugar do planeta, não importa de que cultura estejamos falando. O Sol sempre será um fator central ligado aos dirigentes, seja no Nepal, seja na Austrália. Vênus sempre será um elemento atrativo e significador de beleza e cordialidade, qualquer que seja a cultura em que aplicarmos seu princípio simbólico.
As formas externas de lidar com os tabus, tema bastante ligado ao símbolo de Plutão, não serão exatamente as mesmas, nem os próprios tabus serão os mesmos. Ainda assim, Plutão está ligado ao simbolismo da morte, das coisas enterradas, daquilo que cada cultura considera que deve ser feito longe das vistas públicas, como nós, “civilizados” ocidentais, fazemos no caso do sexo. O próprio conceito de tabu já carrega consigo uma conotação que em Astrologia podemos atribuir a fatores plutonianos. Todas as sociedades estabelecem tabus, e o símbolo de Plutão será análogo a estas manifestações em qualquer povo e em qualquer época.
A Astrologia vem aos poucos retornando às suas aplicações mais amplas e objetivas. Apesar de ter representado um enorme avanço tanto na linguagem quanto na forma de aplicação, a Astrologia Psicológica fica limitada ao campo da consultoria e da autodescoberta. Não que seja pouca coisa, mas tem havido uma grande necessidade coletiva de praticidade, isto é, de outros usos voltados para interesses cada vez mais urgentes. Curiosamente, tais interesses despertam o sentido mais simples da Astrologia, desde os primórdios de seu uso: a orientação de como viver melhor ante as mudanças da natureza e a criação de uma “ordem” sobre o “caos”. A Astrologia da Antiguidade era voltada para reis e seus reinos. Ora, o que é uma empresa senão uma réplica em menor (ou mesmo maior) escala de um sistema de governo?
O astrólogo do rei e o consultor de organizações
No passado, o astrólogo era um elemento de apoio ao governante que visava a manutenção de seu poder e de seu território. O astrólogo de hoje continua sendo um elemento de apoio ao poder central de organizações, mas também precisa estar preparado para atender às necessidades de todos os outros indivíduos que compõem um núcleo social. Esta é a postura inclusiva que um profissional moderno, em qualquer área, precisa ter. Saber incluir pontos de vista e aproveitar deles o que de melhor podem oferecer. Ser flexível e adaptável. Ter inteligência emocional e saber lidar com situações tensas entre pessoas. O astrólogo deve mostrar ao ser humano que ele tem certos limites, mas que pode, contudo, desenvolver-se e atingir seus objetivos.
Há casos contundentes de pessoas que têm Urano localizado na casa 6, a casa do trabalho e da saúde, e que não conseguem manter-se em empregos no mercado de trabalho formal. Apesar disso, obtêm grande sucesso em atividades onde seus horários não sejam controlados, onde precisem lidar com grupos heterogêneos, onde tenham acesso a tecnologias de vanguarda e possam inovar constantemente. Precisam ser livres. Precisam dar de si para o desenvolvimento da coletividade. Querem inovar o ambiente profissional, daí alguns de seus conflitos com a ortodoxia de algumas empresas e de colegas. Conhecendo estas tendências, um profissional bem preparado pode orientar adequadamente o indivíduo para uma situação mais de acordo com seus potenciais. Um bom número dessas pessoas uranianas trabalha independentemente de vínculos empregatícios e de carteira de trabalho assinada. Em vez de segurança, preferem um punhado de contatos dos quais possam desvencilhar-se sem dificuldade e sem causar problemas para quaisquer das partes. Se um trabalhador com Urano na 6 segue sua verdadeira tendência, a consequência pode ser uma saúde mais forte e um bolso mais recheado. Ainda assim, é preciso atentar para o fato de que o que estamos descrevendo não é uma visão de conjunto. Nem todo Urano na casa 6 é um autônomo, e somente o mapa visto como um todo pode levar o astrólogo a dar informações mais precisas.
A Astrologia Psicológica tem ampla utilidade nas fases de recrutamento e seleção e, aliada à linha preditiva (Progressões, Trânsitos e Revoluções Solares), nos planejamentos de carreira. Mediante a técnica de Sinastria, também é excelente para questões como propostas de parcerias em negócios e na formação de equipes. A comparação de mapas individuais ou de empresas dá uma visão bastante clara de como tende a se desenvolver o relacionamento entre pessoas ou entre organizações. No entanto, as técnicas astrológicas mais objetivas, como Astrologia Horária, Astrologia Eletiva, Astrolocalização (Equivalentes Geodésicos, Local Space e Astrocartografia), são essenciais para compreender empreitadas específicas, sejam individuais, sejam coletivas. Dois exemplos:
a) Alguém quer mudar de empresa, de setor ou de atividade e pergunta: “Quero ser meu próprio patrão. Que tipo de atividades melhor se encaixa para mim?” ou “Desejo desempenhar a atividade ‘X’ na empresa ‘Y’. Vai dar certo?” – Nestes casos o astrólogo usará uma combinação de técnicas em que a Astrologia Horária (análise do mapa levantado para o momento da pergunta) terá preponderância.
b) A diretoria de uma empresa se reúne e decide montar uma parceria com outra. Aqui cabe uma combinação de Astrologia Horária com Sinastria.
Para a empresa ou empreendimento como um todo, as projeções de períodos mais extensos, com vistas ao planejamento de médio e longo prazo, cabem às técnicas de Progressão e de Trânsitos. Sabendo-se, por exemplo, que a Lua progredida do mapa da empresa fará, dentro de um ano, uma quadratura com Plutão, o melhor investimento é fazer uma manutenção preventiva nos equipamentos, cuidar para que haja justiça em questões trabalhistas e verificar se existem possibilidades de acidentes. Também é saudável considerar o que pode ser descartado e se a empresa dispõe de um capital de risco forte o suficiente. Lua em quadratura com Plutão é um aspecto que indica uma fase de grandes mudanças, possivelmente drásticas, talvez com perdas. Muitas vezes isso acontece por intermédio de um aumento de taxas públicas ou de algum tipo de impedimento fiscal. No caso da Petrobras, o afundamento da plataforma P-36 e a morte de alguns de seus técnicos estiveram relacionados com este aspecto astrológico por progressão, conforme mostramos no artigo O pior acidente da história da Petrobras, publicado em Constelar em abril de 2001.
José A. Baptista diz
Na minha cidade tem um microempresário que, hoje, ele está muito bem posicionado financeiramente, socialmente e profissionalmente. Este Sr., de nome CLR (sagitariano) iniciou como farmacêutico, Vice-Prefeito, Prefeito e atualmente controla seus pontos comerciais – e lucrativos, por sinal.
Em 1992, sua esposa – que na época era candidata a Prefeita da cidade, de nome MCR (escorpiana) – me procurou para avaliar, astrologicamente falando, o seu vice, que fora escolhido pelo seu marido – este bem experiente na política na cidade. Depois analisar o Vice e dizer a MCR que ele era um ótimo candidato à Vice, ela aproveitou a consulta para saber porque um dos pontos comerciais de seu marido – o de materiais para construção – estava indo muito devagar.
Depois de fazer as respectivas análises, disse a MCR que aquele comercio precisava ter mais duas portas na rua que passava ao lado loja, esta loja está situada numa esquina, e só tinha entrada à partir de uma rua. Aconselhei a Sra. MCR para que o seu marido abrisse as duas portas na segunda rua, mas depois de três meses em diante à partir da data daquela consulta. Como era um ano eleitoral para a família, as duas portas foram abertas exatamente um ano depois, e o sucessos está sendo garantido até hoje – a loja é a número um da cidade.