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ELEIÇÕES 2004

Os prognósticos de Constelar
e os prefeitos que as urnas revelaram

Equipe de Constelar

 

No dia 21 de setembro Constelar publicou uma série de artigos sobre as eleições municipais de 2004. Faltavam, naquela ocasião, duas semanas para o primeiro turno. Agora, com os resultados do segundo turno já definidos, é hora de comparar os prognósticos apresentados com aquilo que realmente aconteceu.

São Paulo: Serra foi mais pisciano do que Marta

A eleição na cidade de São Paulo foi a mais difícil das cinco analisadas por Constelar. Fernando Fernandes, em seu artigo na edição de setembro, assinalou que Marta Suplicy e José Serra já se destacavam naturalmente dos demais candidatos pelo fato de serem ambos piscianos num momento em que a cidade começa a viver o trânsito de Netuno sobre o Sol radical. Por outro lado, o artigo alertou:

Outra semelhança entre os dois piscianos é que ambos podem exercer sobre o eleitorado um efeito irritante: enquanto Marta tem seu Urano natal em conjunção com a Lua (a receptividade do público) do mapa de 3 de outubro, Serra tem o mesmo aspecto, mas com Marte no lugar de Urano. É provável que os paulistanos cheguem à data da eleição loucos para dar um basta nos dois. Ganha quem irritar menos!

Esta foi, realmente, a tônica da reta final: no início da última semana de campanha, as pesquisas Ibope e Datafolha mostravam Serra na frente, mas ambos os candidatos perdendo votos, o que significa dizer que os debates na TV e a superexposição na mídia acabou arranhando a imagem dos dois. Nos debates, Marta foi quem mais perdeu a compostura, o que pesou decisivamente na decisão de muitos eleitores. Sobre este ponto Constelar dizia:

Marta precisa tomar cuidado para não se deixar levar por destemperos ou por uma postura de autoritária arrogância, situação em que pode entregar a Serra a vitória. Para ser reeleita, Marta precisa incorporar o arquétipo pisciano de quem se sacrifica pelo bem público. Conseguirá?

Para avaliar o peso deste fator na derrota de Marta, vale transcrever um pequeno trecho da matéria de Tereza Cruvinel, autora da coluna Panorama Político, em O Globo de 1° de novembro de 2004:

A derrota de Marta Suplicy é muito mais dela do que do PT. (...) Seu pecado foi ser prefeita sem deixar de ser Marta. Na busca da felicidade pessoal, trocou de marido no cargo e não foi perdoada. (...) É preciso ser impositiva quando se enfrenta o mundo dos homens, tentou explicar. Mas sua maior arrogância foi representar ela mesma (...).

Por que José Serra venceu de maneira tão cristalina, com onze pontos percentuais de vantagem sobre a adversária? Exatamente porque Serra conseguiu, de maneira bem mais eficiente do que Marta, incorporar na campanha os traços piscianos mais positivos, entre os quais o de colocar-se como representante de todos os paulistanos (inclusividade), com destaque especial para as mulheres, a quem ele chama de "alma da cidade" (Peixes é signo feminino), além de propor soluções integradoras (mais Peixes) nas áreas de transporte e saúde. Sem contar o que defende o colunista Gilberto Dimenstein, na Folha de S.Paulo de 31.10.2004:

Serra, filho de imigrantes da zona leste, ex-aluno de escola pública, tem mais cara dessa classe média do que Marta que, apesar de suas inegáveis ações pelos mais pobres, nasceu na elite paulistana. (...) Serra tinha agora a cara da síntese paulistana por causa da classe média.

Ao colocar-se como o homem comum, que pode ser visto como "um dos seus" pela expressiva classe média da cidade, Serra mais uma vez trabalhou bem a expectativa netuniana. A expressão "síntese paulistana" é puro Peixes. Por outro lado, Marta, no final da campanha, chorou em público e colocou-se como vítima, revelando um traço negativo de Peixes e Netuno.

Enfim, numa campanha toda em clima netuniano - tanto para a cidade quanto para os dois candidatos - ganhou o que compreendeu melhor a expectativa do momento. Marta tropeçou o tempo todo em seu lado ariano (que Serra também tem, mas preferiu não enfatizar), a ponto de, na semana da eleição, ter de enfrentar até mesmo o dissabor de ver seu marqueteiro Duda Mendonça preso em uma rinha de galos, no Rio de Janeiro. Briga de galos é assunto bem ariano, e no pior sentido possível.

A disputa paulistana mostra que não é o mapa do candidato que ganha a eleição, mas sim a maneira como o o candidato consegue tirar partido de seus próprios recursos, para cuja compreensão o mapa é uma chave. Serra tirou todo o partido que podia de um fator específico, já indicado no artigo da Constelar de setembro:

Consultando progressões secundárias, as de Serra mostram o Ascendente progredido exatamente sobre o Sol natal e em oposição a Netuno natal. É um aspecto que só se tem uma vez na vida, e exatamente durante a campanha eleitoral para a prefeitura de uma cidade também "netunizada"!

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Atalhos de Constelar 77 - novembro/2004

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