1929/1930 - Recordando um
pouco da história do Brasil
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Getúlio Vargas, presidente
do Rio Grande do Sul em 1929. À direita: Washington Luís,
o presidente que Vargas derrubou. |
Como Presidente do Estado do Rio Grande do Sul (título
do Governador, na época), em carta datada de 11.07.1929,
Getúlio Vargas, revendo posição anterior, comunica
ao Presidente da República, Washington Luís, sua intenção
de concorrer, como candidato, ao pleito presidencial do ano seguinte,
rompendo compromisso político.
A Aliança Liberal, fundada em agosto de 1929,
lança a chapa Getúlio para Presidente e João
Pessoa para Vice. Nos últimos dias de outubro desse ano ocorre
a catastrófica queda da Bolsa de Nova York, aumentando os
problemas nacionais.
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As eleições, perdidas por Getúlio, foram
realizadas no dia 01.03.1930. No dia 1° de maio desse
ano, Vargas dirige manifesto ao povo, inconformado com os
resultados das eleições. Em 26.07.1930 é
assassinado João Pessoa, companheiro de chapa (foto).
Sobre o Levante Armado que levaria Getúlio ao poder
central, conforme Herculano Gomes Mathias, obra citada, p.38:
"Às 5h15 da tarde do dia 3 de outubro (1930) iniciou-se,
conforme estava previsto, na cidade de Porto Alegre, o ataque
aos quartéis (...)".
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Chegando ao Rio, os revolucionários amarram seus cavalos
no obelisco da Av. Central. Os gaúchos estão no
poder. |
Washington Luís, conduzido preso, deixa a
presidência na tarde do dia 24.10.1930. No dia 03.11.1930
Getúlio recebe a chefia do Governo Provisório, iniciando
o período ditatorial, que se estende até 16.07.1934.
Do Suplemento Cultura, de 17.04.1983, do jornal
O Estado de S.Paulo - artigo de Paulo Bonavides:
O ano de 30 não tem paralelo na história
brasileira. Em certo sentido é marco cronológico mais
importante que a Maioridade no Império ou a Campanha Civilista
na República. A união de militares e civis ao redor
da bandeira reformista e renovadora de costumes políticos
selou um pacto de ação e de idéias, posteriormente
rompido, cujos reflexos mais negativos chegaram até aos nossos
dias (...) não é possível deixar de reconhecer-lhe
o cumprimento de uma obra histórica que soma realizações
sociais mais consideráveis do nosso passado. A instituição
do Ministério do Trabalho, a criação de caixas
e institutos de aposentadorias e pensões, as férias
anuais remuneradas, o salário mínimo, a indenização
ao trabalhador despedido sem justa causa, as leis que regulamentaram
as profissões, o reconhecimento das convenções
coletivas do trabalho, a proteção à velhice,
à invalidez, à maternidade e à infância,
compendiando a segurança social e econômica da família,
a compreensão dos valores inerentes à educação
e à cultura avultam entre as medidas e as idéias que
marcaram o Estado Social de Vargas.
Nota do Editor - A
maioria dessas inovações, mais tarde consubstanciadas
na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) manteve-se
inalterada até os anos sessenta, quando foi criado o
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em substituição
à estabilidade no emprego após dez anos. Os antigos
institutos de aposentadorias e pensões (IAPI, IAPC, IAPB
etc.) foram reunidos numa só entidade, o INPS (Instituto
Nacional de Previdência Social), mais tarde transformado
no atual INSS. |
O assassinato de João
Pessoa
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