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APLICANDO REVOLUÇÕES SOLARES

Rio de Janeiro, o céu em convulsão

Fernando Fernandes

A revolução solar do Rio de Janeiro em 2006

A Revolução Solar de 2006, calculada para o dia 11.3.2006, às 10h03, mostra o Ascendente em Touro e dois planetas angulares: Netuno no Meio do Céu e Júpiter no Descendente. Trata-se de dois planetas importantíssimos no mapa de fundação da cidade, seja pela posição de Netuno no Ascendente, seja por serem os regentes de Peixes, signo solar do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro - RS 2006 - 11.03.2006, 10h03.

O aspecto mais crítico deste mapa anual é a presença de Marte sobre o Ascendente da fundação do Rio, em oposição a Urano radical. Já Urano da Revolução Solar estará em quadratura quase exata com este Marte e com o próprio Urano radical. Mais ainda: estará ativando por conjunção tanto a Lua quanto Plutão do Rio de Janeiro.

Marte e Urano são fatores que, quando juntos, indicam processos súbitos, rápidos, destrutivos. Estes planetas, em aspecto tenso, costumam estar presentes em mapas de incêndios, explosões e atos criminosos caracterizados pela violência e ousadia. As configurações não indicam um ano tranqüilo para a cidade, já que apontam o risco de novos atentados fora do território habitual das organizações criminosas. Tudo indica, pois, que os cariocas não terão alívio. Os ataques inesperados e os tiroteios em vias públicas vão continuar.

Plutão, significador do submundo e das transformações violentas, estará em quadratura exata com Mercúrio, regente do Ascendente e do Meio do Céu da cidade. Este mapa praticamente fecha um ciclo de vários anos, definido pelo trânsito de Plutão em Sagitário e iniciado em 1995. Este ciclo mostrou a que veio a partir de 1998, com Plutão cruzando o Descendente da fundação do Rio, após fazer quadratura com a Lua radical. A partir de então, a violência avança numa escalada antes inimaginável, correspondendo a uma série de ativações plutonianas aos planetas e ângulos em signos mutáveis do mapa da capital fluminense:

  • Plutão em oposição a Netuno e quadratura com a Lua - 1998/1999
  • Plutão em oposição ao Ascendente - 1999
  • Plutão em conjunção com Urano - 2000
  • Plutão em quadratura com Plutão - 2002
  • Plutão em quadratura com o Meio do Céu - 2003
  • Plutão em quadratura com o Sol - 2004
  • Plutão em quadratura com Mercúrio - 2006

De todos, o ano em que a violência deu um salto mais visível foi 2002, quando a cidade foi sacudida por atentados à Prefeitura, a shopping centers e ao próprio Palácio Guanabara, além de sofrer com dezenas de ônibus queimados e feriados comerciais forçados por ordem do tráfico.

Este ciclo se encerra exatamente agora, com a quadratura a Mercúrio. A partir do final de 2007 a violência indiscriminada tende a diminuir, seja a partir de um combate eficaz, seja por uma mudança de perfil das organizações criminosas, que talvez venham a assumir um caráter mais empresarial.

Essas fases periódicas de ativação de ciclos de Plutão já aconteceram no passado, marcando períodos turbulentos na história do Rio de Janeiro.

Entre 1962 e 1970 Plutão em Virgem aspectou tensamente os mesmos planetas e ângulos que vem atingindo agora, na fase 1998-2007. A diferença é que agora Plutão corta a casa 7 do Rio - a dos inimigos declarados - trazendo um tom de beligerância maior e uma ruptura no tradicional jogo de convivência entre sociedade organizada e setores marginais. Já nos anos 60, Plutão cortava a casa 4, das bases e raízes da cidade, que foram profundamente modificadas durante os governos de Carlos Lacerda e de Negrão de Lima. Lacerda mudou a face do Rio criando o gigantesco Aterro do Flamengo, removendo favelas à força e abrindo na rocha os grandes túneis que hoje ligam a Zona Norte à Zona Sul. Mudar a paisagem e transformar radicalmente o entorno físico é bem uma preocupação de Plutão na casa 4. Nestes anos também os terríveis temporais de 1966 e 1967 cumpriram um papel plutoniano, derrubando residências (um edifício inteiro chegou a ruir no bairro de Laranjeiras, matando duas centenas de moradores) e obrigando o governo a um esforço concentrado de obras de contenção de encostas.

Recuando ainda mais longe no tempo, encontramos a passagem de Plutão em Gêmeos, especialmente entre 1890 e 1904. Com Plutão no Ascendente do Rio, a cidade se modernizou radicalmente em poucos anos, sendo que o momento mais agudo do processo deu-se durante a quadratura de Plutão ao Sol radical, em 1904. O período correspondeu ao "bota-abaixo" (derrubada de milhares de casas da população de baixa renda para abertura da Avenida Central, hoje Rio Branco) e à guerra pela erradicação de doenças infecto-contagiosas, que culminou na chamada "Revolta da Vacina", quatro inesquecíveis dias de vandalismo e quebra-quebra que sacudiram o Rio de Janeiro. Como na época Plutão transitava na casa 1, a transformação plutoniana foi intencional, conduzida pelos próprios governantes e consubstanciada nas figuras do prefeito Pereira Passos e do sanitarista Oswaldo Cruz.

Foi exatamente o "bota-abaixo" que expulsou do Centro do Rio a população mais pobre, obrigada a refugiar-se nos morros, onde surgiram na ocasião as primeiras favelas. Essas favelas literalmente desceram morro abaixo durante as enxurradas dos anos 60, quando Plutão transitou pela casa 4 da cidade, e agora servem de território do poder paralelo do crime organizado. Plutão, portanto, é o fator comum que une períodos críticos da conturbada relação entre o poder oficial e o poder paralelo na capital fluminense.

Tabelas de direções sobre a Revolução Solar do Rio de Janeiro

Seguem-se duas tabelas de direções, sendo a primeira válida para a Revolução Solar de 2005/2006, estudada em detalhes no presente artigo; e a segunda, válida para a Revolução de 2006/2007. As datas a considerar com a máxima atenção são principalmente aqueles envolvendo o vencimento de direções do Ascendente à posição do Sol, de Plutão, de Marte e de Urano. Os acontecimentos mais violentos - atos criminosos, atentados, confrontos envolvendo uso de armas de qualquer espécie, acidentes graves e incêndios - devem-se concentrar numa faixa de até quatro dias antes ou depois das datas de referência indicadas.

Tabela de direções sobre a revolução solar de 2005 (114kb)
Tabela de direções sobre a revolução solar de 2006 (97kb)

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