Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 107 :: Maio/2007 :: - |
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ANALISANDO EVENTOSDoce dúvida: em que congresso que eu vou?
De maio a agosto acontecem (pelo menos) cinco grandes eventos - quatro no Brasil e um na Argentina - para dividir a atenção do público interessado em Astrologia. Constelar reuniu um grupo de palestrantes e freqüentadores habituais de simpósios para ajudar você a decidir qual o evento imperdível. Imagine que você não mora em nenhuma das cidades em que ocorrerão congressos e simpósios de Astrologia nos próximos meses. Para ir a qualquer um deles, você precisará de dispor de um fim de semana inteiramente livre e de recursos para custear o transporte, a hospedagem e a taxa de inscrição. A vontade seria participar de todos, mas, como tempo e dinheiro andam escassos, você decide que irá a apenas um evento. Mas... qual deles escolher? Constelar reuniu uma comissão avaliadora de oito integrantes, entre astrólogos e estudantes da Escola Astroletiva, para decidir qual a melhor opção. Todos os avaliadores têm uma grande quilometragem em eventos do gênero e todos pretendem comparecer a pelo menos dois eventos este ano. A comissão, integrada por gente de Rio, São Paulo, uma capital nordestina, todas os estados do sul e Argentina, divertiu-se a valer elaborando critérios e tentando aplicá-los. Foi quase um mês de troca de e-mails. Para garantir absoluta liberdade de opinião, a comissão solicitou que os nomes de seus integrantes fossem mantidos no mais absoluto sigilo. O único nome não incógnito (e portanto o único alvo disponível para eventuais tomates ou pedradas virtuais) é o do editor de Constelar, Fernando Fernandes, que sintetizou as conclusões e consolidou o texto final. Foram avaliados os seguintes eventos:
[1] Esta matéria já estava praticamente pronta quando tivemos a notícia do adiamento da III Jornada Gaúcha de Astrologia. Para efeito de comparação, partimos do pressuposto que a Jornada acontecerá exatamente como previsto, em nova data ainda a ser marcada. Antes de irmos aos resultados, uma observação: a avaliação do simpósio de Belo Horizonte ficou prejudicada pelo fato de realizar-se pela primeira vez. Em vários quesitos foi preciso deixar os mineiros de fora pela ausência de parâmetros. Como avaliar, por exemplo, o grau de descontração de um evento que ainda não aconteceu? Critérios essencias de avaliação, um a umQualidade dos trabalhos - Qual dos eventos pode garantir que qualquer das palestras tenha um nível de qualidade aceitável, sem improvisações e sem repetição de palestras de anos anteriores? A resposta é fácil: o GeA, de Buenos Aires, por ser o único em que todos os palestrantes precisam submeter-se a um processo seletivo em que seus trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora. Cabe à comissão aprovar ou rejeitar trabalhos levando em conta fatores como originalidade, clareza, qualidade do desenvolvimento etc. O resultado é que não há uma única palestra que possa ser considerada perda de tempo. Todas são, pelo menos, teoricamente consistentes. A segunda melhor alternativa é a III Jornada Gaúcha, onde os palestrantes, apesar de não precisarem submeter-se a uma prévia seleção, devem entregar o um artigo sobre o tema proposto com antecedência de algumas semanas com relação ao congresso. Nos demais eventos, a comissão organizadora não exige do palestrante uma prévia produção intelectual, o que deixa a qualidade das palestras a critério da consciência de cada um. Ineditismo - Qual dos cinco eventos pode prometer abordagens realmente originais sobre os temas tratados? Observando a experiência de anos anteriores, pode-se esperar um pouco mais da Astrológica 2007, já que o congresso paulista sempre abre brechas para astrólogos inovadores, com pesquisas sobre temas inéditos ou com abordagens ainda não experimentadas. Contatos e trocas - Não há evento que consiga reproduzir o clima descontraído e o estímulo ao intercâmbio de idéias que se observa no Astrológica, da Gaia. Para isso contribui o talento pessoal de Robson Papaleo como mestre de cerimônias e a própria arquitetura do local, que leva o visitante a "respirar" astrologia desde o momento de sua chegada. A Gaia é o único espaço pensado especificamente para eventos astrológicos, incluindo áreas de convivência. Já o centro de convenções do Hotel Flórida, no Rio, apesar dos amplos salões, carece de uma "praça" central onde todos possam se encontrar nos intervalos. Como o espaço se distribui por dois pisos e tem muitas subdivisões, já aconteceu de um participante perder-se de sua acompanhante pela manhã e só voltar a encontrá-la no final do dia. Conforto - Neste item, ponto para a Jornada Gaúcha, que se realiza no Santander Cultural, em Porto Alegre, um centro de eventos de primeira linha: os assentos são confortáveis, a visibilidade excelente e a acústica não deixa nada a desejar, sem falar nos outros detalhes, como elevadores, sanitários, cafeteria e refrigeração. Multimídia - O Sinarj vem-se destacando ano a ano pelo adequado apoio aos palestrantes. Em 2006, foram disponibilizados projetores multimídia em dois salões (incluindo recursos de som) e um retroprojetor no terceiro. Variedade - Onde podemos encontrar, de uma só vez, maior número de palestrantes representando correntes diversas dentro do pensamento astrológico? Os eventos de Belo Horizonte e Porto Alegre já estão naturalmente excluídos desta escolha, dada sua natureza temática. Quanto ao Simpósio do Sinarj, uma avaliação aproximada das linhas a que pertence cada astrólogo revela que por volta de 52% dos palestrantes seguem uma orientação de Astrologia Psicológica ou Comportamental; 24% dedicam-se às várias tendências dentro da Astrologia Mundana ou Coletiva (política, empresarial etc.); 16% enfatizam tendências esotéricas; e 8% podem ser considerados seguidores da Astrologia Tradicional. Em São Paulo, a tendência se repete, com predomínio da linha comportamental em anos anteriores, se bem que com um espaço ligeiramente maior para aplicações da Astrologia na análise de fenômenos culturais. Em Buenos Aires, um tradicional reduto da boa Astrologia Preditiva, este ano também há amplo predomínio das linhas comportamental e esotérica, ficando as correntes mundana e tradicional em discreta minoria. Uma particularidade do GeA é ser, dos cinco eventos considerados, aquele com mais ênfase na Astrologia Médica, com pelo menos um bom trabalho a cada ano. A conclusão é que há menos variedade do que seria desejável. Contudo, o excessivo peso na Astrologia Comportamental é menos uma opção das comissões organizadoras dos eventos e mais um reflexo da própria dinâmica atual da Astrologia na América do Sul, onde muitos astrólogos são fortemente influenciados por conceitos da Psicologia Junguiana. Em resumo: empate entre Rio, São Paulo e Buenos Aires. Dispersão geográfica dos palestrantes - Onde é possível encontrar de uma vez só maior número de palestrantes de bom nível oriundos de cidades diferentes? No Simpósio do Sinarj de 2007, 51,5% dos palestrantes - pouco mais da metade - são do próprio Rio de Janeiro. 12% são estrangeiros (Argentina e Espanha), um índice bastante elevado. 9% são paulistas (só?), enquanto Rio Grande do Sul, Paraná, Minas e Pernambuco entram com dois astrólogos cada um (6%) - sem falar em Brasília, com 3%. Em números absolutos, são 16 astrólogos de outras localidades, sendo 4 do exterior e 12 distribuídos por 6 estados. O congresso Astrológica 2007 ainda não tem sua programação definida. Contudo, tomando por base a programação dos anos anteriores, aproximadamente 90% dos palestrantes são locais. A programação costuma contar com um contingente de aproximadamente 30 astrólogos, o que implica dizer que a Astrológica é hoje o grande evento de afirmação da Astrologia paulista. O simpósio de Belo Horizonte reserva uma surpresa: dos 10 palestrantes, 6 - 60% - são de outros estados, distribuindo-se por Rio, São Paulo e Distrito Federal. A Jornada Gaúcha, com sete palestrantes no total, apresenta maioria gaúcha (71%) e dois convidados de outros estados, um do Rio e outro de São Paulo. O congresso GeA, em Buenos Aires, com 21 palestrantes no total, conta com a presença de cinco estrangeiros (dois brasileiros, dois uruguaios e um peruano). São 23% do total, fazendo deste evento o mais internacional dos cinco avaliados. Dos 16 palestrantes argentinos, a absoluta maioria é de Buenos Aires e arredores, mas há alguns representantes de outras províncias, como Córdoba e Santa Fé. Em resumo: sob o aspecto da dispersão geográfica, destacam-se Rio, Buenos Aires e Belo Horizonte. O Simpósio do Sinarj é, em números absolutos, o mais variado, mas o GeA é mais internacional, enquanto o simpósio mineiro é mais bem distribuído. Tudo considerado, empate entre os três. Já os eventos de São Paulo e Porto Alegre apostam no caráter local. Atividades paralelas - Mais um tópico em que o evento da Gaia leva vantagem sobre os demais. Quem não tiver resistência para assistir a todas as palestras não vai ficar à toa por falta de opção: sempre há exposições, stands de venda de livros, algum filme seguido de debate e, com sorte, até mesmo uma performance artística. Em resumo: trata-se do evento em que a platéia tem mais chance de também virar protagonista. O que pode ficar na História - Em qual dos cinco eventos você acha que pode acontecer alguma coisa especial, que seja lembrada daqui a alguns anos como um momento significativo? Todos os membros de nossa comissão foram unânimes em apontar o Simpósio do Sinarj como esse momento, pela perspectiva de internacionalização trazida pela participação de astrólogos argentinos e espanhóis. Cidade cosmopolita por definição e capital cultural do país, o Rio tem tudo para ser a referência continental em Astrologia - mesmo que São Paulo e Buenos Aires tenham um número maior de profissionais em atividade. Como estamos até aqui? Em relação aos critérios considerados até o momento, o Simpósio do Sinarj e a Astrológica levam vantagem em quatro critérios; o Encuentro Gente de Astrologia, em três; e os eventos de Porto Alegre e Belo Horizonte, em um critério cada um. Mas ainda não acabamos. É preciso lembrar que ir a um evento astrológico, especialmente quando acontece em outra cidade que não a nossa, não se resume a assistir palestras. A par da busca do conhecimento, há também um aspecto de lazer, de festa, de programa social. Por isso consideramos também outros critérios "extra-evento", analisados no capítulo seguinte. |
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